Normas que são excecionais terão passado a ser frequentes e a segurança nacional pode estar em causa. Presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, Jorge Bacelar Gouveia, diz que SEF tem de se explicar.Um inspetor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) denunciou, em declarações à TSF, que há regras que não estão a ser cumpridas no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e que as normas que são excecionais passaram a ser frequentes. De acordo com o mesmo inspetor, cujo nome não é revelado, a segurança nacional pode estar em causa, sobretudo porque, se não houver um reforço de pessoal, com o Verão à porta, a situação vai complicar-se.
O SEF tem cerca de 180 trabalhadores no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, mas, segundo as contas dos sindicatos, para se ter um serviço em condições seriam necessários 250.
Esta denúncia motivou uma reação do presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), Jorge Bacelar Gouveia, que considera que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) deve dar explicações sobre o que se está a passar no aeroporto de Lisboa.
“Julgo que, neste momento, se impõe uma tomada de posição por parte da direção do SEF e também das entidades políticas responsáveis. É um alerta de um profissional que deve ser levado a sério”, afirmou à TSF, sublinhando o facto de, apesar de se tratar de uma opinião isolada, é “um funcionário que está no terreno no dia-a-dia e essas pessoas sabem sempre mais do que quem está nas hierarquias”.
“Acho que isso deve ser investigado e deve ser procurada a resposta, mas acho que há um problema de fundo, que é o problema da indefinição quanto ao SEF. As ameaças à segurança são enormes. Vamos ter mais turistas, vamos ter mais refugiados, vamos ter mais imigrantes. Um cenário, não diria apocalíptico, mas um cenário assustador do ponto de vista da segurança nacional”, sustentou Jorge Bacelar Gouveia.
O Governo parece manter a decisão de extinguir o SEF, mas este passo tem sido sucessivamente adiado, sem uma data definida para o efeito. Acresce que o processo não tem avançado de forma célere e tem sempre tido alguns obstáculos pelo caminho, avançando de forma bastante atribulada.
Dezenas de militares da GNR e agentes da PSP têm recebido formação para substituir os inspetores do SEF, mas, por exemplo, a formação prática que devia ter começado na segunda-feira no aeroporto de Lisboa foi suspensa por falta de enquadramento legal.