Isabel Patrício, in Jornal Económico
A taxa anual de inflação estabilizou em 7,4% na zona euro e subiu para 8,1% na União Europeia, no quarto mês de 2022. Portugal está em linha com a área da moeda única.
A inflação situou-se em 7,4% na zona euro em abril, estabilizando, assim, face ao valor registado no mês anterior. Já na União Europeia subiu para 8,1%, valor que corresponde a um recorde. Estes números foram revelados esta quarta-feira pelo Eurostat, segundo o qual a variação dos preços verificada em Portugal ficou em linha com a registada na área da moeda única. Em contraste, e entre os países europeus, foi a Estónia que contabilizou o maior agravamento dos preços (19,1%) enquanto França e Malta registaram as variações menos expressivas (5,4%).
“A taxa de inflação anual da área do euro fixou-se em 7,4% em abril de 2022, estável em comparação com março. Há um ano, essa taxa estava em 1,6%”, salientou o Eurostat, na nota agora conhecida. De notar que há vários meses que este indicador vinha a registar agravamentos sucessivos, evolução para a qual a guerra em curso na Ucrânia desde o final de fevereiro veio contribuir.
Segundo o gabinete de estatísticas, os maiores contributos para a evolução da inflação na zona euro vieram da energia (mais 3,7 pontos percentuais), dos serviços (mais 1,38 pontos percentuais), dos alimentos, álcool e tabaco (mais 1,35 pontos percentuais) e dos bens industriais não relacionados com energia (mais 1,02 pontos percentuais).
Já no que diz respeito à União Europeia, a taxa de inflação anual situou-se em 8,1% em abril, acima dos 7,8% registado em março e dos 2% verificados no mês homólogo de 2021. O valor registado no quarto mês do ano é o mais elevado desde, pelo menos, 2012, sendo que meados de 2021 já vêm sido batidos os máximos históricos.
Entre os vários países europeus, e segundo o Eurostat, as taxas mais baixas foram registadas em França e Malta (5,4%), seguindo-se a Finlândia (5,8%) e a Itália (6,3%). Do outro lado do espectro, aparece a Estónia (19,1%), seguida da Lituânia (16,6%) e a República Checa (13,2%).
“Comparado com março, a inflação anual caiu em três Estados-membros, estabilizou em dois e subiu em 22”, detalha o gabinete de estatística. Portugal com uma taxa de 7,4% (acima dos 5,5% registados em março) encontra-se neste último grupo, ainda que fique em linha com o valor registado na zona euro e mantenha-se longe das extremidades da tabela.
As tensões inflacionistas têm gerado preocupação, nos últimos meses. Em Portugal, em reação à escalada dos preços, o Governo já colocou no terreno várias medidas, mas tem insistido que se trata de um fenómeno temporário, pelo que recusa avançar com aumentos intercalares dos salários dos trabalhadores das Administrações Pública (o que evitaria a perda de poder de compra) e com subidas mais robustas das pensões.