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31.1.19
23.3.15
Perto de 750 milhões continuam sem acesso a água potável
in Notícias ao Minuto
Perto de 750 milhões de pessoas continuam sem acesso a água potável, "sobretudo os pobres e marginalizados", apesar dos progressos registados nos últimos anos, alertou hoje a UNICEF nas vésperas do Dia Mundial da Água.
Perto de 750 milhões continuam sem acesso a água potável Perto de 750 milhões continuam sem acesso a água potável Perto de 750 milhões continuam sem acesso a água potável
"A água é a própria essência da vida e, contudo, três quartos de mil milhões de pessoas -- sobretudo os pobres e os marginalizados -- continuam a ser privados deste direito humano básico", afirmou Sanjay Wijesekera, responsável pelos programas globais da UNICEF para a Água, Saneamento e Higiene, citado num comunicado do Fundo das Nações Unidas para a Infância.
Segundo o texto, desde 1990, "cerca de 2,3 mil milhões de pessoas passaram a ter acesso a fontes melhoradas de água para beber" e "a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio de reduzir para metade a percentagem da população global que não tinha acesso até então foi alcançada cinco anos antes do prazo de 2015".
"Atualmente, são apenas três os países onde mais de metade da população não tem acesso a água potável melhorada -- A República Democrática do Congo, Moçambique e Papua Nova Guiné", adianta o comunicado.
Dos 748 milhões sem acesso a água potável, 90% vivem em zonas rurais e 325 milhões (dois em cada cinco) vivem na África Subsaariana, 112 milhões na China e 92 milhões na Índia.
"Para as crianças, a falta de acesso a água segura pode ter consequências trágicas", assinala a UNICEF, adiantando que "em média, perto de mil crianças morrem por dia devido a doenças diarreicas relacionadas com água imprópria para beber, saneamento precário ou pouca higiene".
O Dia Mundial da Água, que se celebra desde 1994, é assinalado no dia 22 de março, chamando a atenção para a necessidade de preservar este importante recurso natural.
Perto de 750 milhões de pessoas continuam sem acesso a água potável, "sobretudo os pobres e marginalizados", apesar dos progressos registados nos últimos anos, alertou hoje a UNICEF nas vésperas do Dia Mundial da Água.
Perto de 750 milhões continuam sem acesso a água potável Perto de 750 milhões continuam sem acesso a água potável Perto de 750 milhões continuam sem acesso a água potável
"A água é a própria essência da vida e, contudo, três quartos de mil milhões de pessoas -- sobretudo os pobres e os marginalizados -- continuam a ser privados deste direito humano básico", afirmou Sanjay Wijesekera, responsável pelos programas globais da UNICEF para a Água, Saneamento e Higiene, citado num comunicado do Fundo das Nações Unidas para a Infância.
Segundo o texto, desde 1990, "cerca de 2,3 mil milhões de pessoas passaram a ter acesso a fontes melhoradas de água para beber" e "a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio de reduzir para metade a percentagem da população global que não tinha acesso até então foi alcançada cinco anos antes do prazo de 2015".
"Atualmente, são apenas três os países onde mais de metade da população não tem acesso a água potável melhorada -- A República Democrática do Congo, Moçambique e Papua Nova Guiné", adianta o comunicado.
Dos 748 milhões sem acesso a água potável, 90% vivem em zonas rurais e 325 milhões (dois em cada cinco) vivem na África Subsaariana, 112 milhões na China e 92 milhões na Índia.
"Para as crianças, a falta de acesso a água segura pode ter consequências trágicas", assinala a UNICEF, adiantando que "em média, perto de mil crianças morrem por dia devido a doenças diarreicas relacionadas com água imprópria para beber, saneamento precário ou pouca higiene".
O Dia Mundial da Água, que se celebra desde 1994, é assinalado no dia 22 de março, chamando a atenção para a necessidade de preservar este importante recurso natural.
18.11.13
Falta de água pode agravar-se nas próximas décadas
in Jornal de Notícias
A gestão de água coloca problemas que podem agravar-se nas próximas décadas, principalmente na agricultura, energia ou ambiente, afirmou, esta segunda-feira, o especialista Luís Veiga da Cunha que refere a possível necessidade de um sistema de governança mundial do recurso.
"Tudo isto é um sistema interligado que exige uma análise interdisciplinar, intersetorial e inter regional e formas diferentes de olhar para estes problemas no futuro. As coisas podem complicar-se não daqui a mil anos ou 100 anos, mas nas próximas décadas", disse o coordenador do Gulbenkian Think Tank sobre a água e o futuro da humanidade.
Luís Veiga da Cunha falava à agência Lusa a propósito do livro "Água e o Futuro da Humanidade", resultado do trabalho dos 11 especialistas internacionais que integram o Think Tank e têm a tarefa de refletir sobre o papel da água e o desafio que a sua disponibilidade e gestão colocam até 2050.
Para o especialista, "a tomada de consciência destes problemas é importante, mas também é necessário que se arranje qualquer sistema de governança da água a nível mundial, o que é extremamente difícil dadas as diferenças nacionais, de preocupações e interesses, que são muitas vezes contraditórios".
O livro, que será lançado na terça-feira, analisa vários aspetos das relações da água com setores como a energia, agricultura, ambiente ou alterações climáticas, com o objetivo de avaliar em que medida este recurso pode vir a constituir um problema "muito condicionante" do desenvolvimento da atividade humana no futuro.
A água é um recurso natural que não é inesgotável, é duradouro, mas renovável apenas em proporções limitadas.
Com o crescimento da população, da atividade económica e o desenvolvimento dos países, sobretudo os emergentes, os consumos aumentam, não tanto os diretos, relativos à alimentação e utilizações domésticas, mas mais os indiretos, relacionados com a utilização para a obtenção de produtos.
"Neste momento, já há irregularidades significativas na distribuição tanto da procura como das disponibilidades regionais de água", recorda.
"Diria que a agricultura e a energia são dois setores muito importantes. Outro é o ambiente, [pois] a quantidade de água consumida e a sua qualidade tem muito a ver com a saúde dos ecossistemas e estes prestam à humanidade muitos serviços relacionados com a água", apontou Veiga da Cunha.
No entanto, a agricultura "é de longe" o setor mais consumidor e, em média, 70% do consumo de água mundial é relacionado com a obtenção de produtos agrícolas, chegando a 85 ou 90% em alguns países.
Para Veiga da Cunha, é um dos setores a olhar com maior atenção para melhorar a eficiência, reduzindo os desperdícios.
"Desde o cultivo dos produtos até eles chegarem à nossa mesa, há desperdícios muito grandes que podem atingir valores quase da ordem de 50%", alertou.
O especialista falou ainda sobre as preocupações com as alterações climáticas que afetam de forma diferente várias regiões do globo e, em muitos casos, determinam uma diminuição da disponibilidade de água e um aumento da sua procura, sobretudo em regiões já atualmente mais desfavorecidas.
A gestão de água coloca problemas que podem agravar-se nas próximas décadas, principalmente na agricultura, energia ou ambiente, afirmou, esta segunda-feira, o especialista Luís Veiga da Cunha que refere a possível necessidade de um sistema de governança mundial do recurso.
"Tudo isto é um sistema interligado que exige uma análise interdisciplinar, intersetorial e inter regional e formas diferentes de olhar para estes problemas no futuro. As coisas podem complicar-se não daqui a mil anos ou 100 anos, mas nas próximas décadas", disse o coordenador do Gulbenkian Think Tank sobre a água e o futuro da humanidade.
Luís Veiga da Cunha falava à agência Lusa a propósito do livro "Água e o Futuro da Humanidade", resultado do trabalho dos 11 especialistas internacionais que integram o Think Tank e têm a tarefa de refletir sobre o papel da água e o desafio que a sua disponibilidade e gestão colocam até 2050.
Para o especialista, "a tomada de consciência destes problemas é importante, mas também é necessário que se arranje qualquer sistema de governança da água a nível mundial, o que é extremamente difícil dadas as diferenças nacionais, de preocupações e interesses, que são muitas vezes contraditórios".
O livro, que será lançado na terça-feira, analisa vários aspetos das relações da água com setores como a energia, agricultura, ambiente ou alterações climáticas, com o objetivo de avaliar em que medida este recurso pode vir a constituir um problema "muito condicionante" do desenvolvimento da atividade humana no futuro.
A água é um recurso natural que não é inesgotável, é duradouro, mas renovável apenas em proporções limitadas.
Com o crescimento da população, da atividade económica e o desenvolvimento dos países, sobretudo os emergentes, os consumos aumentam, não tanto os diretos, relativos à alimentação e utilizações domésticas, mas mais os indiretos, relacionados com a utilização para a obtenção de produtos.
"Neste momento, já há irregularidades significativas na distribuição tanto da procura como das disponibilidades regionais de água", recorda.
"Diria que a agricultura e a energia são dois setores muito importantes. Outro é o ambiente, [pois] a quantidade de água consumida e a sua qualidade tem muito a ver com a saúde dos ecossistemas e estes prestam à humanidade muitos serviços relacionados com a água", apontou Veiga da Cunha.
No entanto, a agricultura "é de longe" o setor mais consumidor e, em média, 70% do consumo de água mundial é relacionado com a obtenção de produtos agrícolas, chegando a 85 ou 90% em alguns países.
Para Veiga da Cunha, é um dos setores a olhar com maior atenção para melhorar a eficiência, reduzindo os desperdícios.
"Desde o cultivo dos produtos até eles chegarem à nossa mesa, há desperdícios muito grandes que podem atingir valores quase da ordem de 50%", alertou.
O especialista falou ainda sobre as preocupações com as alterações climáticas que afetam de forma diferente várias regiões do globo e, em muitos casos, determinam uma diminuição da disponibilidade de água e um aumento da sua procura, sobretudo em regiões já atualmente mais desfavorecidas.
20.4.12
Cientistas dizem que África está em cima de um enorme reservatório de água
Helena Geraldes, in Público on-line
O continente africano tem 100 vezes mais água debaixo do solo, armazenada em aquíferos, do que à superfície, revela o primeiro estudo que fez mapas dos recursos hídricos subterrâneos de África, publicado nesta sexta-feira na revista Environmental Research Letters.
O volume de água nos aquíferos é estimado em 0,66 milhões quilómetros cúbicos, mais de 100 vezes os recursos à superfície e 20 vezes mais do que a água armazenada nos lagos africanos, dizem os investigadores do Serviço geológico britânico (BGS, sigla em inglês) e do Departamento de Geografia da Universidade College London (UCL).
As maiores reservas de água encontram-se nos aquíferos do Norte de África, como a Líbia, Argélia, Egipto e Sudão. “Muitos destes aquíferos do Sara não são recarregados, mas foram-no há mais de 5000 anos, quando o clima na região era mais húmido”, escrevem os autores do artigo.
Em África, onde existem mais de 300 milhões de pessoas sem acesso a água potável, os aquíferos são a maior fonte de água para beber. “Apesar disso, existe pouca informação quantitativa sobre os recursos subterrâneos e estes são omitidos das avaliações sobre a disponibilidade de água potável”, escrevem os autores no artigo. Agora, os investigadores britânicos afirmam ter produzido os primeiros mapas da água escondida debaixo do solo, à escala do continente, com base em mapas, publicações e no estudo de 283 aquíferos.
De momento, apenas 5% dos solos aráveis de África são irrigados. Mas nas próximas décadas, prevê-se um maior consumo de água para tentar aumentar a área de produção agrícola alimentar, ainda que num contexto em que a precipitação será mais instável por causa das alterações climáticas.
Os investigadores salientam que “os aquíferos respondem muito mais lentamente às condições meteorológicas do que a água à superfície, sendo uma barreira natural à variabilidade climática, incluindo a seca”.
No entanto, advertem, nem toda esta água pode ser extraída. “Grandes projectos de extracção de água, através de furos, não deverão avançar sem um conhecimento aprofundado das condições locais dos aquíferos”, disse à BBC o principal autor do estudo, Alan MacDonald, do BGS. Os autores temem que, por causa da falta de chuva, a exploração a larga escala possa esgotar estas reservas de água. “Furos bem concebidos e em locais apropriados, para pequenos abastecimentos em zonas rurais, podem ter sucesso”, acrescentou.
Helen Bonsor, também do BGS, considerou à BBC que “com uma exploração cuidadosa, há água subterrânea suficiente para suportar baixos abastecimentos de água para beber e irrigação”.
O continente africano tem 100 vezes mais água debaixo do solo, armazenada em aquíferos, do que à superfície, revela o primeiro estudo que fez mapas dos recursos hídricos subterrâneos de África, publicado nesta sexta-feira na revista Environmental Research Letters.
O volume de água nos aquíferos é estimado em 0,66 milhões quilómetros cúbicos, mais de 100 vezes os recursos à superfície e 20 vezes mais do que a água armazenada nos lagos africanos, dizem os investigadores do Serviço geológico britânico (BGS, sigla em inglês) e do Departamento de Geografia da Universidade College London (UCL).
As maiores reservas de água encontram-se nos aquíferos do Norte de África, como a Líbia, Argélia, Egipto e Sudão. “Muitos destes aquíferos do Sara não são recarregados, mas foram-no há mais de 5000 anos, quando o clima na região era mais húmido”, escrevem os autores do artigo.
Em África, onde existem mais de 300 milhões de pessoas sem acesso a água potável, os aquíferos são a maior fonte de água para beber. “Apesar disso, existe pouca informação quantitativa sobre os recursos subterrâneos e estes são omitidos das avaliações sobre a disponibilidade de água potável”, escrevem os autores no artigo. Agora, os investigadores britânicos afirmam ter produzido os primeiros mapas da água escondida debaixo do solo, à escala do continente, com base em mapas, publicações e no estudo de 283 aquíferos.
De momento, apenas 5% dos solos aráveis de África são irrigados. Mas nas próximas décadas, prevê-se um maior consumo de água para tentar aumentar a área de produção agrícola alimentar, ainda que num contexto em que a precipitação será mais instável por causa das alterações climáticas.
Os investigadores salientam que “os aquíferos respondem muito mais lentamente às condições meteorológicas do que a água à superfície, sendo uma barreira natural à variabilidade climática, incluindo a seca”.
No entanto, advertem, nem toda esta água pode ser extraída. “Grandes projectos de extracção de água, através de furos, não deverão avançar sem um conhecimento aprofundado das condições locais dos aquíferos”, disse à BBC o principal autor do estudo, Alan MacDonald, do BGS. Os autores temem que, por causa da falta de chuva, a exploração a larga escala possa esgotar estas reservas de água. “Furos bem concebidos e em locais apropriados, para pequenos abastecimentos em zonas rurais, podem ter sucesso”, acrescentou.
Helen Bonsor, também do BGS, considerou à BBC que “com uma exploração cuidadosa, há água subterrânea suficiente para suportar baixos abastecimentos de água para beber e irrigação”.
24.3.12
Luta contra a fome depende da gestão da água
Texto Cristina Santos, in Fátima Missionária
Deve haver uma melhor gestão dos recursos hídricos para alimentar o mundo; reduzir a quantidade de comida desperdiçada permite poupar enormes quantidades de água, alertam responsáveis das Nações Unidas
«Se não usarmos a água de uma forma mais inteligente na agricultura, não estaremos em condições de eliminar a fome e estaremos a abrir as portas a uma série de outros males», como a seca, as crises alimentares e a instabilidade política, alertou ontem o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. «A água irá ter um papel central na criação do futuro que desejamos», afirmou, lembrando que em muitas regiões do mundo a agua é cada vez mais escassa e as taxas relativas à produção agrícola estão a estagnar.
Também o diretor da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação a Agricultura), José Graziano da Silva, referiu que era importante investir em hábitos alimentares mais saudáveis e na redução dos desperdícios. Para isso é necessário apostar nas pessoas, nas infraestruturas, na educação e sensibilização. Segundo a FAO, todos os anos são desperdiçadas 1,3 mil milhões de toneladas de comida. Reduzir essa cifra permitiria poupar enormes quantidades de água.
Atualmente, cerca de 1,6 mil milhões de pessoas vivem em países ou regiões onde a água é escassa. Dois terços da população mundial poderão estar a viver numa situação de «stress hídrico» até 2025. Cada ser humano consome em média entre dois e quatro litros por dia mas são necessários entre 2.000 e 5.000 litros de água para produzir a comida necessária para alimentar uma só pessoa.
Deve haver uma melhor gestão dos recursos hídricos para alimentar o mundo; reduzir a quantidade de comida desperdiçada permite poupar enormes quantidades de água, alertam responsáveis das Nações Unidas
«Se não usarmos a água de uma forma mais inteligente na agricultura, não estaremos em condições de eliminar a fome e estaremos a abrir as portas a uma série de outros males», como a seca, as crises alimentares e a instabilidade política, alertou ontem o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. «A água irá ter um papel central na criação do futuro que desejamos», afirmou, lembrando que em muitas regiões do mundo a agua é cada vez mais escassa e as taxas relativas à produção agrícola estão a estagnar.
Também o diretor da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação a Agricultura), José Graziano da Silva, referiu que era importante investir em hábitos alimentares mais saudáveis e na redução dos desperdícios. Para isso é necessário apostar nas pessoas, nas infraestruturas, na educação e sensibilização. Segundo a FAO, todos os anos são desperdiçadas 1,3 mil milhões de toneladas de comida. Reduzir essa cifra permitiria poupar enormes quantidades de água.
Atualmente, cerca de 1,6 mil milhões de pessoas vivem em países ou regiões onde a água é escassa. Dois terços da população mundial poderão estar a viver numa situação de «stress hídrico» até 2025. Cada ser humano consome em média entre dois e quatro litros por dia mas são necessários entre 2.000 e 5.000 litros de água para produzir a comida necessária para alimentar uma só pessoa.
22.3.12
Sucesso no combate à fome depende de uma melhor utilização da água - Afirma o Secretário Geral da ONU
in Diário de Notícias do Funchal
O Secretário Geral da ONU Ban Ki-moon afirmou hoje que a produção de alimentos suficientes para alimentar a crescente população mundial exigirá que comunidade internacional assegure o uso sustentável do “recurso finito mais importante” do mundo, a água.
“A menos que melhoremos a nossa capacidade de usar a água na agricultura com sensatez, não conseguiremos acabar com a fome e vamos abrir a porta a uma
série de outros problemas, incluindo a seca, a fome e a instabilidade política”, alertou Ban num comunicado lido no início das cerimónias do Dia Mundial da Água 2012 que decorrem na FAO.
Em muitas partes do mundo, a escassez de água está a aumentar e as taxas de crescimento na produção agrícola têm diminuído, observou. Ao mesmo tempo, as
alterações climáticas estão a agravar os riscos e imprevisibilidades para os agricultores, “especialmente para os agricultores pobres em países de baixo
rendimento que são os mais vulneráveis e menos capazes de se adaptar”, afirmou Ban Ki-moon.
Garantir a segurança sustentável dos alimentos e da água para todos exigirá a transferência de tecnologias hídricas apropriadas, a capacitação de pequenos produtores alimentares e a conservação de serviços ambientais essenciais, afirmou o chefe da ONU. Também apelou a políticas que promovam os direitos de água para todos, uma capacidade regulamentar mais forte e a igualdade de género.
“A água vai desempenhar um papel central na criação do futuro que queremos”, concluiu Ban. “Na próxima Cimeira da Terra Rio +20, a comunidade
internacional terá de fazer a ligação entre a segurança no acesso à água e a segurança alimentar e nutricional no contexto de uma economia verde”.
Todos os 22 de Março a parceria ONU-Água de 28 organizações das Nações Unidas diferentes comemora o Dia Mundial da Água, como forma de chamar a
atenção do público para várias questões relacionadas com a água e a necessidade de gerir de forma sustentável os recursos de água doce.
A FAO é a principal agência da ONU para as comemorações do Dia da Água deste ano, que tem como tema "Água e segurança alimentar". A agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura está a realizar uma série de palestras e debates de especialistas internacionais da água ao longo de todo o dia na sua sede
de Roma.
Água para o futuro
Durante a sua intervenção, o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva afirmou: “Há vinte anos atrás, a primeira Cimeira da Terra no Rio destacou a
importância vital de uma efetiva gestão da água na construção de um futuro sustentável e com segurança alimentar para o planeta. Apesar de muitos
países terem feito grandes progressos na melhoria da sua gestão dos recursos hídricos, é necessário fazer muito mais.”
“Temos de responder à procura agrícola de uma maneira que economize a água e outros recursos naturais, o que implica uma intensificação sustentável da
agricultura, capaz de produzir os alimentos de que o mundo precisa enquanto utiliza a água de forma mais inteligente, bem como uma mudança na nossa
forma de comer, reduzindo as perdas, desperdícios e promovendo dietas saudáveis”, acrescentou.
De acordo com Graziano da Silva, será para isso necessário investir nas pessoas, nas infraestruturas e na educação e sensibilização, bem como
encontrar incentivos para que os pequenos agricultores adotem melhores práticas – e reforçar a sua capacidade de melhorar a sua produtividade.
Aumentar a resiliência dos agricultores contra as alterações climáticas, melhorar a governança da água e criar instituições para melhorar a gestão
das águas nacionais e regionais são também áreas prioritárias, afirmou.
“É também necessário um consumo sustentável, que reduza as perdas, desperdícios e promova dietas sustentáveis”, acrescentou Graziano da Silva, citando estimativas da FAO de que 1,3 bilhões de toneladas de alimentos são desperdiçados todos os anos.
Uma redução de 50 por cento nas perdas de alimentos e dos desperdícios a nível mundial pouparia 1.350 km3 de água anualmente, segundo a FAO. A título
de comparação, a precipitação média anual na Espanha é de 350 km3, a capacidade de armazenamento do lago Nasser no Egito e no Sudão é de cerca de
85 km3, e a água do rio Reno que passa na cidade de Bonn , no período de um ano é de aproximadamente 60 km3.
Agricultura e segurança da água interligadas
Actualmente, cerca de 1,6 bilhão de pessoas vivem em países ou regiões com escassez absoluta de água e em 2025 dois terços da população mundial poderá
estar a viver em condições de stresse hídrico.Uma das principais razões para isso é a necessidade da utilização de água para produção de alimentos. Em média uma pessoa bebe de 2 a 4 litros de água por dia, mas são necessários 2.000 a 5.000 litros de água para produzir a alimentação diária de uma pessoa.
Na verdade, a agricultura é responsável por 70 por cento da utilização de toda a água doce e subterrânea em todo o mundo.
No entanto, a razão para esta grande pegada de água é clara: regando os agricultores podem produzir mais alimentos. A agricultura de regadio é responsável por apenas 20 por cento da área terrestre cultivada do planeta, mas produz 40 por cento dos alimentos.
O Secretário Geral da ONU Ban Ki-moon afirmou hoje que a produção de alimentos suficientes para alimentar a crescente população mundial exigirá que comunidade internacional assegure o uso sustentável do “recurso finito mais importante” do mundo, a água.
“A menos que melhoremos a nossa capacidade de usar a água na agricultura com sensatez, não conseguiremos acabar com a fome e vamos abrir a porta a uma
série de outros problemas, incluindo a seca, a fome e a instabilidade política”, alertou Ban num comunicado lido no início das cerimónias do Dia Mundial da Água 2012 que decorrem na FAO.
Em muitas partes do mundo, a escassez de água está a aumentar e as taxas de crescimento na produção agrícola têm diminuído, observou. Ao mesmo tempo, as
alterações climáticas estão a agravar os riscos e imprevisibilidades para os agricultores, “especialmente para os agricultores pobres em países de baixo
rendimento que são os mais vulneráveis e menos capazes de se adaptar”, afirmou Ban Ki-moon.
Garantir a segurança sustentável dos alimentos e da água para todos exigirá a transferência de tecnologias hídricas apropriadas, a capacitação de pequenos produtores alimentares e a conservação de serviços ambientais essenciais, afirmou o chefe da ONU. Também apelou a políticas que promovam os direitos de água para todos, uma capacidade regulamentar mais forte e a igualdade de género.
“A água vai desempenhar um papel central na criação do futuro que queremos”, concluiu Ban. “Na próxima Cimeira da Terra Rio +20, a comunidade
internacional terá de fazer a ligação entre a segurança no acesso à água e a segurança alimentar e nutricional no contexto de uma economia verde”.
Todos os 22 de Março a parceria ONU-Água de 28 organizações das Nações Unidas diferentes comemora o Dia Mundial da Água, como forma de chamar a
atenção do público para várias questões relacionadas com a água e a necessidade de gerir de forma sustentável os recursos de água doce.
A FAO é a principal agência da ONU para as comemorações do Dia da Água deste ano, que tem como tema "Água e segurança alimentar". A agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura está a realizar uma série de palestras e debates de especialistas internacionais da água ao longo de todo o dia na sua sede
de Roma.
Água para o futuro
Durante a sua intervenção, o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva afirmou: “Há vinte anos atrás, a primeira Cimeira da Terra no Rio destacou a
importância vital de uma efetiva gestão da água na construção de um futuro sustentável e com segurança alimentar para o planeta. Apesar de muitos
países terem feito grandes progressos na melhoria da sua gestão dos recursos hídricos, é necessário fazer muito mais.”
“Temos de responder à procura agrícola de uma maneira que economize a água e outros recursos naturais, o que implica uma intensificação sustentável da
agricultura, capaz de produzir os alimentos de que o mundo precisa enquanto utiliza a água de forma mais inteligente, bem como uma mudança na nossa
forma de comer, reduzindo as perdas, desperdícios e promovendo dietas saudáveis”, acrescentou.
De acordo com Graziano da Silva, será para isso necessário investir nas pessoas, nas infraestruturas e na educação e sensibilização, bem como
encontrar incentivos para que os pequenos agricultores adotem melhores práticas – e reforçar a sua capacidade de melhorar a sua produtividade.
Aumentar a resiliência dos agricultores contra as alterações climáticas, melhorar a governança da água e criar instituições para melhorar a gestão
das águas nacionais e regionais são também áreas prioritárias, afirmou.
“É também necessário um consumo sustentável, que reduza as perdas, desperdícios e promova dietas sustentáveis”, acrescentou Graziano da Silva, citando estimativas da FAO de que 1,3 bilhões de toneladas de alimentos são desperdiçados todos os anos.
Uma redução de 50 por cento nas perdas de alimentos e dos desperdícios a nível mundial pouparia 1.350 km3 de água anualmente, segundo a FAO. A título
de comparação, a precipitação média anual na Espanha é de 350 km3, a capacidade de armazenamento do lago Nasser no Egito e no Sudão é de cerca de
85 km3, e a água do rio Reno que passa na cidade de Bonn , no período de um ano é de aproximadamente 60 km3.
Agricultura e segurança da água interligadas
Actualmente, cerca de 1,6 bilhão de pessoas vivem em países ou regiões com escassez absoluta de água e em 2025 dois terços da população mundial poderá
estar a viver em condições de stresse hídrico.Uma das principais razões para isso é a necessidade da utilização de água para produção de alimentos. Em média uma pessoa bebe de 2 a 4 litros de água por dia, mas são necessários 2.000 a 5.000 litros de água para produzir a alimentação diária de uma pessoa.
Na verdade, a agricultura é responsável por 70 por cento da utilização de toda a água doce e subterrânea em todo o mundo.
No entanto, a razão para esta grande pegada de água é clara: regando os agricultores podem produzir mais alimentos. A agricultura de regadio é responsável por apenas 20 por cento da área terrestre cultivada do planeta, mas produz 40 por cento dos alimentos.
14.3.12
Governos comprometem-se a acelerar acesso à água e ao saneamento no mundo
Ricardo Garcia, in Público on-line
Ministros de cerca de 130 países comprometeram-se, nesta terça-feira, a acelerar a disseminação do acesso a água potável e ao saneamento em todo o mundo.
Numa declaração de 32 pontos, aprovada no segundo dia do Fórum Mundial da Água, que se realiza esta semana em Marselha, França, os representantes governamentais renovaram ou lançaram promessas de acção em áreas diversas, dos serviços da água à sua relação com a economia, dos desafios das alterações climáticas ao financiamento dos países mais pobres.
“Comprometemo-nos a acelerar a integral implementação das obrigações dos direitos humanos relacionadas com o acesso à água potável e segura e ao saneamento”, lê-se no documento, que enquadra esta intenção como parte dos esforços para “superar a crise da água a todos os níveis”.
Nas últimas duas décadas, houve uma evolução substancial na população servida por serviços básicos de água – mais dois mil milhões com acesso a água potável e mais 1,8 mil milhões com condições básicas de saneamento. Mas ainda há 780 milhões de pessoas não servidas por água segura e 2,5 mil milhões sem saneamento.
Em 2000, a comunidade internacional adoptou, como uma das Metas do Desenvolvimento do Milénio, o compromisso de reduzir à metade a população não servida nestas duas áreas até 2015. Em relação à água potável, a meta foi cumprida em 2010, mas quanto ao saneamento ainda há um atraso significativo.
Outros desafios colocam-se no futuro próximo, segundo o sexto Relatório Mundial sobre Água e Desenvolvimento, divulgado pela ONU em Marselha. O aumento da produção agrícola, para alimentar uma população crescente, vai incrementar o consumo de água para a rega em 19% até 2050, segundo o relatório.
Por outro lado, a população urbana deverá aumentar de 3,4 mil milhões em 2009 para 6,3 mil milhões em 2050, agravando potenciais problemas quanto ao saneamento entre os habitantes mais pobres, segundo o relatório da ONU.
A poluição das fontes de água e as modificações nos ciclos hidrológicos, previstas com as alterações climáticas, também estão na mira das preocupações do relatório.
A declaração ministerial aprovada em Marselha não contém novas metas concretas. Mas o tema voltará à mesa de negociações na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que se realiza no Rio de Janeiro, em Junho – 20 anos depois da Conferência Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92.
Uma dos pontos centrais em discussão no Rio será um eventual roteiro para a adopção de metas para o desenvolvimento sustentável, a partir de 2015 – quando expiram as Metas do Desenvolvimento do Milénio.
Ministros de cerca de 130 países comprometeram-se, nesta terça-feira, a acelerar a disseminação do acesso a água potável e ao saneamento em todo o mundo.
Numa declaração de 32 pontos, aprovada no segundo dia do Fórum Mundial da Água, que se realiza esta semana em Marselha, França, os representantes governamentais renovaram ou lançaram promessas de acção em áreas diversas, dos serviços da água à sua relação com a economia, dos desafios das alterações climáticas ao financiamento dos países mais pobres.
“Comprometemo-nos a acelerar a integral implementação das obrigações dos direitos humanos relacionadas com o acesso à água potável e segura e ao saneamento”, lê-se no documento, que enquadra esta intenção como parte dos esforços para “superar a crise da água a todos os níveis”.
Nas últimas duas décadas, houve uma evolução substancial na população servida por serviços básicos de água – mais dois mil milhões com acesso a água potável e mais 1,8 mil milhões com condições básicas de saneamento. Mas ainda há 780 milhões de pessoas não servidas por água segura e 2,5 mil milhões sem saneamento.
Em 2000, a comunidade internacional adoptou, como uma das Metas do Desenvolvimento do Milénio, o compromisso de reduzir à metade a população não servida nestas duas áreas até 2015. Em relação à água potável, a meta foi cumprida em 2010, mas quanto ao saneamento ainda há um atraso significativo.
Outros desafios colocam-se no futuro próximo, segundo o sexto Relatório Mundial sobre Água e Desenvolvimento, divulgado pela ONU em Marselha. O aumento da produção agrícola, para alimentar uma população crescente, vai incrementar o consumo de água para a rega em 19% até 2050, segundo o relatório.
Por outro lado, a população urbana deverá aumentar de 3,4 mil milhões em 2009 para 6,3 mil milhões em 2050, agravando potenciais problemas quanto ao saneamento entre os habitantes mais pobres, segundo o relatório da ONU.
A poluição das fontes de água e as modificações nos ciclos hidrológicos, previstas com as alterações climáticas, também estão na mira das preocupações do relatório.
A declaração ministerial aprovada em Marselha não contém novas metas concretas. Mas o tema voltará à mesa de negociações na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que se realiza no Rio de Janeiro, em Junho – 20 anos depois da Conferência Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92.
Uma dos pontos centrais em discussão no Rio será um eventual roteiro para a adopção de metas para o desenvolvimento sustentável, a partir de 2015 – quando expiram as Metas do Desenvolvimento do Milénio.
7.3.12
89% da população mundial já tem acesso a água potável
Helena Geraldes, in Público on-line
Nos últimos 20 anos, mais de dois mil milhões de pessoas passaram a ter acesso a água potável, um número que permite cumprir o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio, anunciou nesta terça-feira a ONU.
A meta, que deveria ser cumprida até 2015, era reduzir para metade o número de pessoas no mundo que não têm acesso a água potável. Hoje, graças a investimentos na melhoria de condutas e na protecção de poços, essa meta foi alcançada, revelou a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Um relatório da Unicef (Fundo da ONU para as Crianças) e da OMS concluiu que, no final de 2010, 89% da população mundial – ou seja, 6100 milhões de pessoas – tinha acesso a água potável, acima da meta de 88% até 2015. O documento estima que, em 2015, a percentagem será de 92%.
Os maiores progressos foram conseguidos na Índia e na China, países que representam, juntos, 46% da população dos países em desenvolvimento. Segundo o relatório, de 1990 a 2010, 522 milhões de pessoas passaram a beber água potável na Índia e 457 milhões de pessoas na China.
Este é um “grande feito para os povos do mundo”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, acrescentando que este é um dos primeiros Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (MDG, sigla em inglês) a serem atingidos. “Os esforços para aumentar o acesso a água potável demonstram que os objectivos [que a comunidade internacional definiu em 2000 para reduzir a pobreza até 2015] não são um sonho, mas uma ferramenta vital para melhorar a vida de milhões de pessoas”, disse Ban Ki-moon num comunicado.
“Para as crianças estas notícias são especialmente boas”, comentou o director-executivo da Unicef, Anthony Lake. “Todos os dias, mais de 3000 crianças morrem de desidratação causada por diarreia. Alcançar esta meta significa salvar vidas de muitas crianças”, acrescentou.
Mas o relatório alerta que ainda muito está por fazer e reconhece que existem "enormes disparidades" no acesso à água de boa qualidade. Na América Latina, Caraíbas, Norte de África e em muitas regiões da Ásia a melhoria da qualidade da água é hoje de 90%, mas a situação não é tão boa na África sub-saariana, com os seus 61%. Na verdade, apenas 19 dos 50 países desta região têm probabilidades de cumprir as metas para 2015. E ainda que o acesso a água potável nos países em desenvolvimento chegue hoje aos 86%, nos ditos "países menos desenvolvidos" essa percentagem é de 63%.
O responsável da Unicef salientou ainda que 11% da população mundial – ou 783 milhões de pessoas – ainda não tem acesso a água potável.
Quanto ao saneamento básico, os progressos são bem mais lentos e tudo indica que não serão suficientes. De acordo com o relatório, 2500 milhões de pessoas ainda não têm saneamento básico. De 1990 a 2010, a percentagem de pessoas com saneamento básico no mundo passou de 49% para 63%, o que representa um aumento de 1800 milhões de pessoas. Mas, ao ritmo actual de progressos, a percentagem deverá subir apenas até aos 67%. A meta é de 75%. "A menos que consigamos acelerar os trabalhos, a meta para o saneamento básico só será alcançada em 2026", escreve o relatório.
Em Setembro de 2000, os líderes mundiais adoptaram a Declaração do Milénio, que incluiu oito grandes questões: pobreza e fome, ensino primário universal, igualdade de género, mortalidade infantil, saúde materna, doenças graves, sustentabilidade ambiental e parceria global para o desenvolvimento.
Nos últimos 20 anos, mais de dois mil milhões de pessoas passaram a ter acesso a água potável, um número que permite cumprir o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio, anunciou nesta terça-feira a ONU.
A meta, que deveria ser cumprida até 2015, era reduzir para metade o número de pessoas no mundo que não têm acesso a água potável. Hoje, graças a investimentos na melhoria de condutas e na protecção de poços, essa meta foi alcançada, revelou a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Um relatório da Unicef (Fundo da ONU para as Crianças) e da OMS concluiu que, no final de 2010, 89% da população mundial – ou seja, 6100 milhões de pessoas – tinha acesso a água potável, acima da meta de 88% até 2015. O documento estima que, em 2015, a percentagem será de 92%.
Os maiores progressos foram conseguidos na Índia e na China, países que representam, juntos, 46% da população dos países em desenvolvimento. Segundo o relatório, de 1990 a 2010, 522 milhões de pessoas passaram a beber água potável na Índia e 457 milhões de pessoas na China.
Este é um “grande feito para os povos do mundo”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, acrescentando que este é um dos primeiros Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (MDG, sigla em inglês) a serem atingidos. “Os esforços para aumentar o acesso a água potável demonstram que os objectivos [que a comunidade internacional definiu em 2000 para reduzir a pobreza até 2015] não são um sonho, mas uma ferramenta vital para melhorar a vida de milhões de pessoas”, disse Ban Ki-moon num comunicado.
“Para as crianças estas notícias são especialmente boas”, comentou o director-executivo da Unicef, Anthony Lake. “Todos os dias, mais de 3000 crianças morrem de desidratação causada por diarreia. Alcançar esta meta significa salvar vidas de muitas crianças”, acrescentou.
Mas o relatório alerta que ainda muito está por fazer e reconhece que existem "enormes disparidades" no acesso à água de boa qualidade. Na América Latina, Caraíbas, Norte de África e em muitas regiões da Ásia a melhoria da qualidade da água é hoje de 90%, mas a situação não é tão boa na África sub-saariana, com os seus 61%. Na verdade, apenas 19 dos 50 países desta região têm probabilidades de cumprir as metas para 2015. E ainda que o acesso a água potável nos países em desenvolvimento chegue hoje aos 86%, nos ditos "países menos desenvolvidos" essa percentagem é de 63%.
O responsável da Unicef salientou ainda que 11% da população mundial – ou 783 milhões de pessoas – ainda não tem acesso a água potável.
Quanto ao saneamento básico, os progressos são bem mais lentos e tudo indica que não serão suficientes. De acordo com o relatório, 2500 milhões de pessoas ainda não têm saneamento básico. De 1990 a 2010, a percentagem de pessoas com saneamento básico no mundo passou de 49% para 63%, o que representa um aumento de 1800 milhões de pessoas. Mas, ao ritmo actual de progressos, a percentagem deverá subir apenas até aos 67%. A meta é de 75%. "A menos que consigamos acelerar os trabalhos, a meta para o saneamento básico só será alcançada em 2026", escreve o relatório.
Em Setembro de 2000, os líderes mundiais adoptaram a Declaração do Milénio, que incluiu oito grandes questões: pobreza e fome, ensino primário universal, igualdade de género, mortalidade infantil, saúde materna, doenças graves, sustentabilidade ambiental e parceria global para o desenvolvimento.
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