por Redacção e Rodrigo Machado (infografia), in RR
Pela primeira vez, foi feita uma análise à distribuição da riqueza em Portugal.
Se a riqueza em Portugal representasse 1 euro, 1% da população tinha 21 cêntimos e 99% tinham os restantes 79 cêntimos. Esta é uma das conclusões da tese de mestrado do jornalista da Renascença Paulo Ribeiro Pinto.
"Uma pequena parte da população portuguesa detém muita riqueza, muito património. Essa pequena parte – 1% – detém mais de 21% da riqueza líquida das famílias. Não é que isso esteja fora da média da União Europeia, por exemplo, mas a questão é perceber se essa média é a média que nós, enquanto sociedade, gostaríamos que fosse", explica.
É o primeiro estudo sobre a distribuição da riqueza em Portugal. É feito com base no Inquérito à Situação Financeira das Famílias, feito pelo Banco Central Europeu, com dados de 2009 e 2010. A tese foi apresentada no âmbito do mestrado em Economia e Políticas Públicas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).
Paulo Ribeiro Pinto demorou cerca de oito meses a coligir e trabalhar os dados estatísticos. Na tese de mestrado, o jornalista conclui também que, entre os mais ricos em Portugal, muitos são os que têm elevados rendimentos do trabalho, mas há casos em que a riqueza tem outra explicação.
"Há 118 mil pessoas em Portugal que detém uma quantidade de riqueza muito grande, mas rendimentos muito baixos. Ou seja, há pessoas em Portugal que vivem dos rendimentos que não do trabalho. Vivem de rendimentos patrimoniais vários", remata.
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27.4.15
17.12.14
Há justiça na distribuição da riqueza criada?
Paula Santos, in Expresso
Recentemente o Primeiro-Ministro afirmou que nesta crise "quem se lixou não foi o mexilhão". Certamente o Primeiro-Ministro não se referia ao nosso país, onde os 10% mais ricos ganham 10 vezes mais do que os 10% mais pobres. E todos sabemos que, para que um rico enriqueça, obriga a atirar milhares de trabalhadores e reformados para a pobreza.
Não é verdade que tenha existido equidade na distribuição de sacríficos, como afirmam os membros do Governo. Neste período houve um empobrecimento generalizado do povo português, afetando sobretudo os trabalhadores e os reformados. Cortes nos salários, nas pensões, nas prestações sociais, retirada de direitos aos trabalhadores, baixos salários, promoção da precariedade, desemprego e cortes nas funções sociais do Estado, conduziram ao aumento da pobreza.
Em Portugal, os trabalhadores empobrecem a trabalhar.
Segundo os últimos dados oficiais da pobreza, cerca de 25% da população encontra-se em risco de pobreza, afetando de uma forma muito severa as crianças e idosos.
Verificamos neste período que os rendimentos retirados aos trabalhadores e aos reformados foram transferidos diretamente para os grandes grupos económicos e financeiros que tiveram escandalosos lucros, num processo de acumulação e concentração de riqueza. Para isso contribuíram os benefícios fiscais, as PPP, os SWAPs, os 7,3 mil milhões de euros só em juros da dívida, os 12 mil milhões de euros para a banca ou as privatizações.
Hoje os rendimentos do trabalho não chegam a atingir 40% da riqueza criada, enquanto os rendimentos de capital representam mais de 60%. No período pós 25 de Abril a situação era inversa. Mas apesar dos rendimentos de capital serem mais elevados, não pagam mais impostos do que os rendimentos de trabalho, isto é, a receita do IRC corresponde a um terço da receita do IRS. E no orçamento de Estado para 2015, o Governo vai agravar ainda mais esta diferença, ao impor um aumento da receita por via do IRS, quando reduz ainda mais o IRC.
Portanto não é verdade que haja uma justa repartição da riqueza, muito pelo contrário, aumentou o fosso entre os mais ricos e os mais pobres; nem houve equidade na distribuição dos sacríficos nos últimos anos. O que houve foi efetivamente um saque aos recursos públicos e aos rendimentos do trabalho, o aumento da exploração dos trabalhadores, para os grupos económicos e financeiros continuarem a acumular riqueza.
As desigualdades na distribuição dos rendimentos são enormes e as próprias prestações sociais da Segurança Social há muito perderam a função de redistribuição da riqueza, quando retiraram o abono de família a milhares de crianças, o complemento solidário para idosos a milhares de idosos, o rendimento social de inserção a milhares de famílias ou quando somente cerca de 30% dos trabalhadores em situação de desemprego recebem subsídio de desemprego.
Decorrente das opções políticas de sucessivos governos, muito agravado pelo atual Governo PSD/CDS-PP, os trabalhadores, os reformados, o povo foram os mais sacrificados e os mais penalizados pela aplicação das medidas de austeridade.
Há que pôr fim a esta política de direita que já comprovou que não é solução para os problemas dos trabalhadores, dos reformados, do povo e do país. Não é possível combater a pobreza, as desigualdades e a injustiça mantendo a mesma política. A justa distribuição da riqueza, a valorização dos rendimentos do trabalho (salários e pensões) só é possível com uma política patriótica e de esquerda, que sirva os interesses do povo e do país.
Recentemente o Primeiro-Ministro afirmou que nesta crise "quem se lixou não foi o mexilhão". Certamente o Primeiro-Ministro não se referia ao nosso país, onde os 10% mais ricos ganham 10 vezes mais do que os 10% mais pobres. E todos sabemos que, para que um rico enriqueça, obriga a atirar milhares de trabalhadores e reformados para a pobreza.
Não é verdade que tenha existido equidade na distribuição de sacríficos, como afirmam os membros do Governo. Neste período houve um empobrecimento generalizado do povo português, afetando sobretudo os trabalhadores e os reformados. Cortes nos salários, nas pensões, nas prestações sociais, retirada de direitos aos trabalhadores, baixos salários, promoção da precariedade, desemprego e cortes nas funções sociais do Estado, conduziram ao aumento da pobreza.
Em Portugal, os trabalhadores empobrecem a trabalhar.
Segundo os últimos dados oficiais da pobreza, cerca de 25% da população encontra-se em risco de pobreza, afetando de uma forma muito severa as crianças e idosos.
Verificamos neste período que os rendimentos retirados aos trabalhadores e aos reformados foram transferidos diretamente para os grandes grupos económicos e financeiros que tiveram escandalosos lucros, num processo de acumulação e concentração de riqueza. Para isso contribuíram os benefícios fiscais, as PPP, os SWAPs, os 7,3 mil milhões de euros só em juros da dívida, os 12 mil milhões de euros para a banca ou as privatizações.
Hoje os rendimentos do trabalho não chegam a atingir 40% da riqueza criada, enquanto os rendimentos de capital representam mais de 60%. No período pós 25 de Abril a situação era inversa. Mas apesar dos rendimentos de capital serem mais elevados, não pagam mais impostos do que os rendimentos de trabalho, isto é, a receita do IRC corresponde a um terço da receita do IRS. E no orçamento de Estado para 2015, o Governo vai agravar ainda mais esta diferença, ao impor um aumento da receita por via do IRS, quando reduz ainda mais o IRC.
Portanto não é verdade que haja uma justa repartição da riqueza, muito pelo contrário, aumentou o fosso entre os mais ricos e os mais pobres; nem houve equidade na distribuição dos sacríficos nos últimos anos. O que houve foi efetivamente um saque aos recursos públicos e aos rendimentos do trabalho, o aumento da exploração dos trabalhadores, para os grupos económicos e financeiros continuarem a acumular riqueza.
As desigualdades na distribuição dos rendimentos são enormes e as próprias prestações sociais da Segurança Social há muito perderam a função de redistribuição da riqueza, quando retiraram o abono de família a milhares de crianças, o complemento solidário para idosos a milhares de idosos, o rendimento social de inserção a milhares de famílias ou quando somente cerca de 30% dos trabalhadores em situação de desemprego recebem subsídio de desemprego.
Decorrente das opções políticas de sucessivos governos, muito agravado pelo atual Governo PSD/CDS-PP, os trabalhadores, os reformados, o povo foram os mais sacrificados e os mais penalizados pela aplicação das medidas de austeridade.
Há que pôr fim a esta política de direita que já comprovou que não é solução para os problemas dos trabalhadores, dos reformados, do povo e do país. Não é possível combater a pobreza, as desigualdades e a injustiça mantendo a mesma política. A justa distribuição da riqueza, a valorização dos rendimentos do trabalho (salários e pensões) só é possível com uma política patriótica e de esquerda, que sirva os interesses do povo e do país.
21.1.14
Metade da riqueza mundial pertence a 1% da população
Mafalda Ganhão, in Expresso
Relatório da Oxfam revela que desigualdades se agravaram e apela à criação de políticas mais eficazes para combater o fosso entre ricos e pobres.
Metade da riqueza total do mundo está nas mãos de apenas um por cento da população, conclui um relatório da organização internacional Oxfam.
O relatório revela ainda que sete em cada dez pessoas vivem em países onde as desigualdades económicas se agravaram nos últimos 30 anos, além de sublinhar que a soma da fortuna das 85 pessoas mais ricas do mundo é equivalente à riqueza da metade mais pobre da população.
Na base deste documento, a que foi dado o nome "Working for the few" (qualquer coisa como "Trabalhando para uma minoria"), estão dados do Fórum Económico Mundial e do Credit Suisse de 2013.
Para a Oxfam fica também evidente que as pessoas não confiam que as desigualdades, em qualquer das suas formas, possam acabar. O sentimento é o de que as leis são feitas para beneficiar os mais ricos, lê-se no relatório, que cita uma pesquisa realizada em seis países - Espanha, Brasil, India, África do Sul, Reino Unido e EUA.
Aproveitando a realização do Fórum Económico Mundial em Davos, a Oxfam apela à adoção de políticas que combatam a cada vez maior separação entre ricos e pobres, e chama a atenção para os potenciais riscos do agravamento deste fosso.
Relatório da Oxfam revela que desigualdades se agravaram e apela à criação de políticas mais eficazes para combater o fosso entre ricos e pobres.
Metade da riqueza total do mundo está nas mãos de apenas um por cento da população, conclui um relatório da organização internacional Oxfam.
O relatório revela ainda que sete em cada dez pessoas vivem em países onde as desigualdades económicas se agravaram nos últimos 30 anos, além de sublinhar que a soma da fortuna das 85 pessoas mais ricas do mundo é equivalente à riqueza da metade mais pobre da população.
Na base deste documento, a que foi dado o nome "Working for the few" (qualquer coisa como "Trabalhando para uma minoria"), estão dados do Fórum Económico Mundial e do Credit Suisse de 2013.
Para a Oxfam fica também evidente que as pessoas não confiam que as desigualdades, em qualquer das suas formas, possam acabar. O sentimento é o de que as leis são feitas para beneficiar os mais ricos, lê-se no relatório, que cita uma pesquisa realizada em seis países - Espanha, Brasil, India, África do Sul, Reino Unido e EUA.
Aproveitando a realização do Fórum Económico Mundial em Davos, a Oxfam apela à adoção de políticas que combatam a cada vez maior separação entre ricos e pobres, e chama a atenção para os potenciais riscos do agravamento deste fosso.
16.5.13
Lagarde alerta para risco da desigualdade na distribuição de riqueza
in Económico com Lusa
A directora do Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que o aumento da desigualdade da riqueza a nível global é um risco para a estabilidade.
"O aumento da desigualdade é uma preocupação crescente para os líderes políticos de todo o mundo", declarou a diretora do FMI, durante a intervenção sobre a luta contra a pobreza, adiantando que "nos últimos 25 anos, a desigualdade na riqueza entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento tem aumentado".
Na reunião anual de Bretton Woods, Christine Lagarde realçou que atualmente 0,5% da população mais rica é dona de 35% do total da riqueza mundial.
A diretora do FMI afirmou que estas crescentes desigualdades "não passaram despercebidas" e serviram para alimentar o "descontentamento", que deu origem, por exemplo, à Primavera Árabe.
Por seu lado, acrescentou, estudos recentes do organismo internacional demonstram que períodos prolongados de crescimento sustentado estão associados a mais igualdade na distribuição de riqueza.
"Por outras palavras, as sociedades mais igualitárias têm maior probabilidade de ter um crescimento duradouro", declarou, defendendo que o crescimento sustentado deve ser acompanhado por políticas fiscais que favorecem o investimento público para reduzir a pobreza.
A directora do Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que o aumento da desigualdade da riqueza a nível global é um risco para a estabilidade.
"O aumento da desigualdade é uma preocupação crescente para os líderes políticos de todo o mundo", declarou a diretora do FMI, durante a intervenção sobre a luta contra a pobreza, adiantando que "nos últimos 25 anos, a desigualdade na riqueza entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento tem aumentado".
Na reunião anual de Bretton Woods, Christine Lagarde realçou que atualmente 0,5% da população mais rica é dona de 35% do total da riqueza mundial.
A diretora do FMI afirmou que estas crescentes desigualdades "não passaram despercebidas" e serviram para alimentar o "descontentamento", que deu origem, por exemplo, à Primavera Árabe.
Por seu lado, acrescentou, estudos recentes do organismo internacional demonstram que períodos prolongados de crescimento sustentado estão associados a mais igualdade na distribuição de riqueza.
"Por outras palavras, as sociedades mais igualitárias têm maior probabilidade de ter um crescimento duradouro", declarou, defendendo que o crescimento sustentado deve ser acompanhado por políticas fiscais que favorecem o investimento público para reduzir a pobreza.
26.11.12
"Crescer e distribuir ao mesmo tempo? Sim, é possível"
Económico com Lusa, in Económico
Lula da Silva defendeu que os seus dois mandatos provaram ser possível o crescimento económico com a distribuição de riqueza.
O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva defendeu hoje que os seus dois mandatos provaram ser possível o crescimento económico com a distribuição de riqueza, em simultâneo,
e declarou-se vencedor antecipado de um improvável Prémio Nobel da Teimosia.
Falando em Maputo, perante "uma plateia com muito paletó e gravata", onde pontificavam dirigentes da Frelimo, elites académicas, gestores e banqueiros moçambicanos, Lula da Silva teve um discurso marcadamente de esquerda e "solidário com os pobres", que levou um dos intervenientes a suspirar "pelo socialismo que se viveu" em Moçambique.
"Provámos que era possível crescer e distribuir ao mesmo tempo", disse Lula, recordando que essa política provocou "o dia mais feliz" na sua vida. "Foi em 2005, chamei o patrão do FMI, que era um espanhol chamado (Rodrigo) Rato e disse-lhe que queria pagar a dívida brasileira, mas ele não aceitava", disse o ex-Presidente brasileiro.
"Eu passei a maior parte da minha vida carregando faixas contra o FMI e hoje eles me devem 14 biliões de dólares", acrescentou. Nem o facto de o chefe da escritório do FMI de Maputo ser um brasileiro, provavelmente na plateia, abrandou as suas críticas à organização internacional, a que Moçambique aderiu nos anos 1980.
O FMI "sabia tudo quando a crise era na Bolívia, no Brasil ou no México, agora, quando a crise é no país deles, não sabem nada", acusou, referindo-se ao caso do banco norte-americano Lehman Brothers. As críticas foram alargadas à chanceler alemã, Angela Merkel, que, disse, já está a pensar nas próximas eleições e a conversar com o
seu eleitorado.
Lula da Silva defendeu a sua política económica, com números de redução de pobreza, de aumento da classe média, de construção de escolas e de universidades e defendeu que essa política "não representa gasto" mas investimento. "Abolimos a palavra gasto. Quando o Estado empresta um milhão a uma empresa é um investimento, quando cede 10 centavos a um pobre é um gasto", ironizou.
"E como o pobre não participa no Governo, ninguém o defende no Orçamento do Estado," acrescentou Lula da Silva, para concluir que o Brasil é, hoje, "menos pobre do que em qualquer outro momento da sua História".,
Apresentado por Graça Machel como alguém que deve servir de inspiração a Moçambique, quando o país agrava as suas desigualdades sociais, Lula da Silva disse que o que "aconteceu no Brasil não pode ser transportado de forma automática" e recordou o seu passado de "grande derrotado" em eleições.
"Se houvesse um Prémio Nobel da Teimosia, eu seria nomeado, tantas eleições perdi", disse, modesto, perante históricos e actuais dirigentes da Frelimo, partido que ganhou todas as eleições em Moçambique.
Lula da Silva defendeu que os seus dois mandatos provaram ser possível o crescimento económico com a distribuição de riqueza.
O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva defendeu hoje que os seus dois mandatos provaram ser possível o crescimento económico com a distribuição de riqueza, em simultâneo,
e declarou-se vencedor antecipado de um improvável Prémio Nobel da Teimosia.
Falando em Maputo, perante "uma plateia com muito paletó e gravata", onde pontificavam dirigentes da Frelimo, elites académicas, gestores e banqueiros moçambicanos, Lula da Silva teve um discurso marcadamente de esquerda e "solidário com os pobres", que levou um dos intervenientes a suspirar "pelo socialismo que se viveu" em Moçambique.
"Provámos que era possível crescer e distribuir ao mesmo tempo", disse Lula, recordando que essa política provocou "o dia mais feliz" na sua vida. "Foi em 2005, chamei o patrão do FMI, que era um espanhol chamado (Rodrigo) Rato e disse-lhe que queria pagar a dívida brasileira, mas ele não aceitava", disse o ex-Presidente brasileiro.
"Eu passei a maior parte da minha vida carregando faixas contra o FMI e hoje eles me devem 14 biliões de dólares", acrescentou. Nem o facto de o chefe da escritório do FMI de Maputo ser um brasileiro, provavelmente na plateia, abrandou as suas críticas à organização internacional, a que Moçambique aderiu nos anos 1980.
O FMI "sabia tudo quando a crise era na Bolívia, no Brasil ou no México, agora, quando a crise é no país deles, não sabem nada", acusou, referindo-se ao caso do banco norte-americano Lehman Brothers. As críticas foram alargadas à chanceler alemã, Angela Merkel, que, disse, já está a pensar nas próximas eleições e a conversar com o
seu eleitorado.
Lula da Silva defendeu a sua política económica, com números de redução de pobreza, de aumento da classe média, de construção de escolas e de universidades e defendeu que essa política "não representa gasto" mas investimento. "Abolimos a palavra gasto. Quando o Estado empresta um milhão a uma empresa é um investimento, quando cede 10 centavos a um pobre é um gasto", ironizou.
"E como o pobre não participa no Governo, ninguém o defende no Orçamento do Estado," acrescentou Lula da Silva, para concluir que o Brasil é, hoje, "menos pobre do que em qualquer outro momento da sua História".,
Apresentado por Graça Machel como alguém que deve servir de inspiração a Moçambique, quando o país agrava as suas desigualdades sociais, Lula da Silva disse que o que "aconteceu no Brasil não pode ser transportado de forma automática" e recordou o seu passado de "grande derrotado" em eleições.
"Se houvesse um Prémio Nobel da Teimosia, eu seria nomeado, tantas eleições perdi", disse, modesto, perante históricos e actuais dirigentes da Frelimo, partido que ganhou todas as eleições em Moçambique.
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