26.3.07

Cavaco quer "novo fôlego"

Sófia Branco, in Jornal Público

O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou ontem que a União Europeia (UE) precisa de um "novo fôlego político, que lhe permita decidir e agir com mais legitimidade democrática, mais eficiência e maior coesão".Discursando no Palácio de Belém, no quadro da sessão comemorativa dos 50 anos do "marco histórico" do Tratado de Roma, Cavaco Silva reconheceu que "muito foi feito", mas sublinhou também que "há ainda muito caminho por fazer". Chegou agora a altura, acentuou, de a UE encontrar "as respostas para os desafios" da actualidade. "Desde logo, o desafio económico e social, no quadro da globalização. Mas também o desafio energético e das alterações climáticas e o desafio da segurança, hoje debaixo de novas e complexas ameaças", detalhou.

Destacando que o Mundo "reclama uma maior intervenção da Europa em defesa da paz, da estabilidade e equilíbrio das relações internacionais", Cavaco caracterizou o projecto europeu como "uma verdadeira âncora de paz, e progresso" para o continente. "Nunca, como nestes 50 anos, a paz no continente europeu foi tão consistente e tão duradoura; nunca os europeus conheceram um período de tão intenso desenvolvimento económico e social", afirmou. "De uma Europa dividida, cheia de antagonismos e dilacerada pela guerra, passámos para uma Europa que se uniu em torno de uma nova solidariedade. Essa solidariedade tem um nome: integração europeia", asseverou, classificando o alargamento como "outra demonstração do sucesso da construção europeia".

O chefe de Estado fez ainda um balanço positivo da integração portuguesa na UE. Portugal beneficiou com a adesão, principalmente aos níveis do desenvolvimento económico e da projecção externa, mas também contribuiu para a construção europeia, sendo "um parceiro estável, empenhado e solidário".

A terminar o seu curto discurso, Cavaco apelou à "mobilização de todos os intervenientes" para o sucesso da presidência portuguesa da UE, a decorrer no segundo semestre do ano, garantindo que ele próprio se associará a esse "imperativo nacional".