29.3.07

Segurança Social queixa-se do comportamento da câmara

in Jornal Público

O director distrital da Segurança Social, Luís Cunha, reuniu-se ao final da tarde com representantes das família e da Plataforma 65 e anunciou-lhes que os agregados enviados para a pensão do Bonfim e da Praça da República se reuniriam aos outros já estão instalados no Marquês. Luís Cunha disse ao PÚBLICO que a Segurança Social desconhecia as condições insalubres de alguns dos quartos disponibilizados e justificou a confusão no processo de realojamento com o facto de não saber que a Câmara do Porto procederia anteontem às demolições. Este responsável prometeu estudar uma hipótese para o transporte escolar das crianças, cujas férias terminam a 12 de Abril. Não assegurou fornecer duas refeições por dia às famílias: apenas 4 euros por pessoa, para alimentação.

Nos últimos dias, a Segurança Social afirmou não estar em condições de assegurar o alojamento provisório em pensões, por a câmara não ter garantido, por escrito, alojar definitivamente as famílias com direito a habitação social ao fim de 60 dias. Anteontem, a vereadora da Habitação, Matilde Alves, foi ao Bacelo distribuir o ofício, datado de 15 de Março, que a autarquia afinal tinha enviado à Segurança Social. "É um comportamento ético que não comento", disse Luís Cunha.As famílias ainda reivindicam a instalação provisória num terreno, com água e luz, proposto pela junta de Campanhã.

A Segurança Social admite pagar o aluguer e reconhece que esta hipótese seria mais barata. Alega que a câmara, que o PÚBLICO tentou ouvir sem sucesso, é que rejeita a solução, mantendo que não haverá casa para quem não ficar 60 dias em pensões. Mas Luís Cunha avisa que não será ele a divulgar os "ofícios trocados entre instituições" a este respeito.