26.11.09

Desemprego no distrito não pára de subir

Pedro Vila-Chã, in Jornal de Notícias

Últimos números alarmam sindicatos queconvocaram manifestação para a próxima sexta-feira


A subida do número de desempregados e a instabilidade que se apodera de algumas unidades fabris do distrito de Braga está a mobilizar as organizações sindicais para uma acção de protesto, junto à Segurança Social.

O Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) procedeu, ontem, à análise do desemprego no distrito de Braga e aponta para números algo diferentes daqueles que são divulgados pelas entidades oficiais. Maria Ondina Coutinho diz que "os números estão disfarçados pela ocupação de muitos desempregados em programas ocupacionais e por muitas baixas médicas que representam processos de despedimento". Por isso, entende que os 56 217 desempregados contabilizados pelo MTD "subiriam para 60 a 62 mil, se contabilizados os professores e enfermeiros com contratos de três anos".

"Estamos preocupados com a situação no distrito. Chegamos ao ponto de haver contratos diários para caixas de hipermercados, que absorvem recém-licenciados. Nos centros de emprego, não há oferta para quem tem mais de 45 anos", denuncia Maria Ondina.

De resto, a Comissão Sindical da Delphi de Braga convocou, para a próxima sexta-feira, uma concentração-protesto junto à Segurança Social e ao Governo Civil, para denunciar "a aplicação abusiva do "lay-off", contra os salários em atraso, despedimentos e falências". Denunciam que, após a acção de luta do dia 29 de Outubro, contra o "lay-off", que envolveu operários da Delphi, Fehst e Bosch, "a Administração reuniu com a Comissão Sindical e distribuiu um comunicado aos trabalhadores, anunciando que no mês de Novembro não haverá "lay-off" e que o mês de Dezembro teria apenas cinco dos sete dias previstos".

Também o deputado europeu José Manuel Fernandes veio esta semana classificar a actuação do Governo como "crime lesa-pátria", face às baixas taxas de execução e de realização que se registam ao nível dos programas de apoio do QREN.

"No Minho, tem havido um aumento muito grande do desemprego. Temos assistido a muitas falências em termas de empresas. É inadmissível que o Governo não utilize os fundos comunitários que tem à sua disposição", lamenta José Manuel Fernandes, frisando o caso especial do sector têxtil no Minho. O Programa Operacional Factores de Competitividade regista uma taxa de execução de apenas 5,5%, ficando-se a taxa de realização pelos 14,1%.