8.12.09

Partidos querem que UE dê prioridade ao combate à crise

in Jornal de Notícias

O primeiro-ministro recebeu, ontem, segunda-feira, os partidos com assento parlamentar para preparar o próximo Conselho Europeu que decorre nas próximas quinta e sexta-feira.

No final das respectivas reuniões, PS, PSD e BE concordaram que a prioridade deve ser dada ao combate à crise e só depois ao défice. O CDS-PP mostrou-se contra a subida de impostos. Já o PCP criticou o estatuto de "intocáveis" das "off-shores".

"Não é agora que a economia tem que ser subordinada à preocupação dogmática com o equilíbrio das finanças públicas", sustentou o líder parlamentar do PS. Para Francisco Assis, em primeiro lugar há que combater a crise económica, continuando "a injectar dinheiro na economia" e desenvolvendo "uma política séria de investimento público", para, assim, "relançar a economia e contrariar a crise".

"Acho que não deve ser dada prioridade ao défice enquanto a situação do país assim o exigir", considerou a líder do PSD. Contudo, Manuela Ferreira Leite realçou que "a intervenção do Estado não deve ser no sentido de se substituir à iniciativa privada", mas dar apoios sociais onde eles são necessários. A líder aconselhou, ainda, "cuidado" com quaisquer compromissos quanto às datas em que Portugal terá que ter a consolidação orçamental executada.

O dirigente do BE Luís Fazenda defendeu uma revisão profunda do Pacto de Estabilidade e Crescimento, considerando que não deve haver precipitação no "apertar da malha do combate ao défice", recusando "uma redução tão drástica do défice orçamental em apenas três anos", como pretende a Comissão Europeia.

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, elegeu o crescimento da economia como a "mãe de todas as questões", voltando a considerar "impensável" o aumento de impostos e vaticinou que só com uma economia a crescer de "uma forma suficientemente forte" será possível defender, manter e gerar emprego.

"No plano da regulação e da supervisão é claro que a UE não está interessada naquilo que nós consideramos fundamental", lamentou o secretário-geral do PCP, referindo-se às "off-shores" que continuam "intocáveis".