12.7.10

Menos 17 mulheres assassinadas em 2009

Helena Norte, in Jornal de Notícias

Observatório da UMAR registou, no ano passado, 29 homicídios e, em 2008, tinham sido 46


No ano passado, 29 mulheres foram assassinadas por homens com quem tinham relações de intimidade e outras 28 sofreram tentativas de homicídio, apurou o Observatório de Mulheres Assassinadas, que destaca a grande redução face ao ano de 2008: menos 17.

Da análise cruzada das notícias da imprensa, dos relatórios de segurança interna e de acórdãos relativos a casos de violência doméstica, a UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta concluiu que, comparando os anos de 2008 e 2009, registaram-se menos 17 homicídios e 11 tentativas de homicídio de mulheres às mãos de homens com quem tinham ou tiveram relações de conjugalidade.

Estes dados, confirmados ao JN por Maria José Magalhães, presidente da UMAR, vão ser hoje, segunda-feira, formalmente apresentados pela organização numa conferência de imprensa, a realizar no Porto, que contará com a presença da secretária de Estado para a Igualdade, Elza Pais.

À semelhança do que se tem verificado nos últimos anos, cerca de 60% dos crimes concretizados tiveram como autores maridos, companheiros ou namorados e os restantes foram perpetrados por homens com quem as vítimas já tinham terminado as relações.
No ano passado, todas as vítimas de violência doméstica são mulheres (não há casos de filhos assassinados), embora se tenham verificado vítimas associadas, ou seja, casos de pessoas mortas ou feridas por se encontrarem no local do crime.

Não há, para já, uma explicação clara para a redução significativa dos crimes, mas Maria José Magalhães aponta o alarme social causado pelo elevado número de vítimas em 2008, assim como a alteração legislativa que repôs a possibilidade de acção preventiva por parte das forças de segurança fora de flagrante delito.