in Cidade Hoje
A Câmara Municipal de Famalicão vai criar uma loja social com bens alimentares, vestuário e outros artigos para responder às «necessidades imediatas» das famílias carenciadas. Na sessão de encerramento do PROFIT-Projecto para a Integração Territorial do concelho, Armindo Costa afirmou que a loja é para abrir «dentro de dias».
O presidente da Câmara Municipal de Famalicão anunciou para «dentro de dias» a abertura de uma loja social com o objectivo de responder às necessidades imediatas das famílias mais carenciadas. A estrutura vai ser instalada no Centro Comercial Galiza e vai disponibilizar bens alimentares, vestuário, material didáctico e até pequenos electrodomésticos aos agregados famaliares mais desfavorecidos.
«A pobreza, a miséria e a exclusão social não são fenómenos novos, mas são novos os contextos em que os problemas se desenvolvem. São esses novos contextos que nos obrigam a repensar o futuro das políticas sociais e o papel das instituições no combate à exclusão», disse Armindo Costa, referindo que a situação agravada pelo desemprego implica que esse «trabalho não possa parar».
A novidade foi deixada pelo presidente do executivo na sessão de encerramento do PROFIT-Projecto para a Integração Territorial do concelho de Famalicão, que decorreu, no passado dia 28 de Setembro, no Centro Social da Paróquia de Esmeriz, instituição responsável pela execução e gestão financeira daquele projecto.
Na presença do presidente do Instituto de Segurança Social, Edmundo Martinho, o edil famalicense advogou que o PROFIT deu um passo importante na luta contra a pobreza e exclusão social. «Agir sobre a pobreza e exclusão social impõe uma política eficaz e articulada que tenha como principal alvo as pessoas mais desfavorecida», fomentando a sua integração e promovendo a igualdade de oportunidades e a solidariedade. «É uma política virada para as pessoas que mais precisam que praticamos em Famalicão», acrescentou Armindo Costa, referindo que o PROFIT insere-se nessa política.
Fruto de uma candidatura ao Programa de Inclusão e Desenvolvimento do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, o PROFIT arrancou em 2005, com um financiamento de um milhão e duzentos mil euros, intervindo em três áreas: escolaridade; incentivo ao emprego; e o empreendedorismo.
«Em cinco anos a implementação de medidas de combate à pobreza e exclusão social chegaram a 49 freguesias, integrando mais de duas dezenas de parceiros, numa conjugação de esforços exemplar» frisou Armindo Costa, destacando, de entre as medidas adoptadas, o trabalho desenvolvido no combate ao abandono escolar e a criação do Banco de Voluntariado, «instrumento para a integração e prevenção da exclusão social», e do Gabinete de Apoio ao Empreendedor, no fomento de projectos de apoio à criação do próprio emprego.
Ao nível da escolaridade, «atacamos o problema do abandono escolar, com medidas de integração e orientação académica profissional, envolvendo milhares de crianças e jovens»; já na promoção do emprego, o edil sublinha o trabalho da rede local de educação e formação, que contribuiu para direccionar a oferta educativa de acordo com as necessidades do mercado laboral.
Apesar do sucesso deste programa, Armindo Costa reconheceu que há ainda muito a fazer nesta área. «Estamos perante um trabalho inacabado e há ainda muito a fazer, em função da grave crise que nos afecta», lembrou.
O PROFIT foi um «projecto transversal às inquietações do tempo presente», exclamou o padre Mário Martins, presidente do Centro Social da Paróquia de Esmeriz, entidade executora. O sacerdote vincou que o combate ao insucesso e ao abandono escolar, as baixas qualificações profissionais e o desemprego das populações em situação de pobreza e exclusão social foi um dos principais objectivos desta acção. «As linhas importantes deste projecto apontavam claramente para uma população de risco e com necessidade de resolução dos seus problemas sociais e o Centro Social de Esmeriz, sendo uma instituição da igreja, de cariz social, desde logo sentiu o apelo de actuar nestas áreas», disse Mário Martins, encarando o convite para participar neste projecto como um «desafio irrecusável» e ao mesmo um «motivo de orgulho».
Segundo o sacerdote, a experiência vivida ao longo destes anos permitiu à instituição que dirige assumir um papel mais interventivo ao nível concelhio, «uma vez que o trabalho envolveu várias instituições de solidariedade social» e agradeceu o convite formulado de colaboração para um próximo projecto, numa nova parceria com a Câmara Municipal de Famalicão.
O presidente do Instituto da Segurança Social, Edmundo Martinho, afirmou que o PROFIT teve um impacto positivo e um «retorno valioso» na vida das famílias e das pessoas que beneficiaram dele. «Tendo em conta o conjunto de iniciativas é mais um motivo de orgulho olhar para os resultados conseguidos», afirmou o responsável enaltecendo o trabalhos dos técnicos e das instituições. «Estamos numa terra que tem sabido dar exemplos vários no domínio daquilo que são as práticas sociais», afirmou Edmundo Martinho, elogiando o conjunto de instituições que no concelho leva por diante um «trabalho excepcional e que é seguramente um exemplo em termos nacionais».
Encerrado o PROFIT, Edmundo Martinho afirmou que está à porta um novo programa, embora com objectivos diferentes. «É um novo desafio, de continuidade, mas com um formato e objectivos diferentes, embora com o mesmo desígnio, que é contribuir para o desenvolvimento das comunidades e das pessoas dessas mesmas comunidades», notou, salientando a forte mobilização de recursos e esforços, em 2010, que tem permitido minimizar uma parte significativa do impacto da crise na vida das famílias.


