30.10.10

25 mil desempregados em Braga têm menos de 35 anos

Pedro Vila-Chã, in Jornal de Notícias

A União de Sindicatos de Braga está preocupada com o crescimento galopante do desemprego no distrito de Braga. São 66647, segundo o Instituto de Emprego e Formação Profissional e 62 mil, segundo o gabinete de estatísticas da União Europeia, Eurostat.

"Arrepiante é verificar que 25 mil desempregados têm menos de 35 anos; 26 mil têm o 1º ciclo de escolaridade ou menos e destes cerca de 15 mil têm menos de 50 anos de idade; 5300 tem formação superior e 8100 têm o 12.º ano." Esta é a primeira constatação.

Em plenário distrital, os sindicalistas aprovaram, por unanimidade, a resolução que defende que apenas com a luta e a solidariedade activa de todos serão derrotadas as injustiças, obrigando a mudar as políticas com mais emprego, mais salários e mais protecção social. Na base da decisão está "o encerramento e insolvências de empresas que arrasta centenas de trabalhadores para reformas antecipadas miseráveis". Como consequência, cresce o número de reformados e baixar o valor médio das pensões no distrito que hoje é de 299,16 euros para as mulheres e 432,71 euros para os homens (média de 365,93 euros) quando a média nacional é de 397,17 euros.

Segundo os dados revelados ontem pela USB, "o número de novos pobres cresceu 20%, atingindo agora mais de 24 mil pessoas, para além dos diversos apoios sociais e alimentos que as instituições dão a centenas de pessoas e famílias".

Por isso, os sindicalistas entendem que "as políticas desumanas e as alterações aos cálculos, no Ano Europeu de Combate à Pobreza, levaram a que dezenas de famílias ficassem sem o subsídio social de desemprego, abono de família e outras prestações sociais". Acrescentam "o roubo dos salários aos trabalhadores da Administração Pública, o corte de direitos no acesso à Saúde e aos medicamentos, ao ensino e à habitação, o aumento do IVA, dos impostos e dos bens essenciais de consumo".

Em suma, estes são alguns dos principais indicadores que deixam antever, na opinião dos dirigentes da USB, "um futuro gravíssimo para os cidadãos e para o desenvolvimento do distrito".