Redes do Tejo apostam na sensibilização

Alexandra Serôdio, in Jornal de Notícias

A pobreza não é um problema que só atinge os outros, e numa altura de crise económica, todos podem ser afectados. A ideia serve de base aos vários projectos de sensibilização que estão em curso nos nove municípios que aderiram ao projecto "Redes do Tejo".

"A aumentar a sensibilização do público para a realidade de quem vive em situação de pobreza, em particular grupos de pessoas que se encontram em situações mais vulneráveis", é um dos grandes objectivos deste projecto - liderado pela Câmara de Abrantes -, que foi alvo de uma candidatura conjunta ao Programa Nacional do Ano Europeu de Combate à Exclusão Social, e que tem vindo a merecer elogios.

"Porque a pobreza é uma realidade também presente nas nossas comunidades", os municípios do médio Tejo "não ficaram indiferentes e propuseram-se a desenvolver um projecto no âmbito das redes sociais, impulsionando e sensibilizando os parceiros para uma atitude mais participativa e mais solidária".

Celeste Simão, vereadora na Câmara de Abrantes e coordenadora das "Redes do Tejo", explica que as acções desenvolvidas no âmbito do projecto "já começaram a dar frutos". "Esta troca de ideias e de experiências ajuda à toma de iniciativas e a alertar as comunidades para este problema, que muitas vezes surge de forma envergonhada", explica, enaltecendo as parcerias que fazem deste projecto uma realidade.

Celeste Simão defende "uma mudança de atitude das pessoas" que poderá ser possível com as "Redes do Tejo". Daí a aposta "na sensibilização e formação" das redes sociais concelhias.

O projecto, que tem mais de 11.800 euros para gastar, "torna-se assim numa inédita referência nacional pela atitude pró-activa de mudança, materializada na união das entidades envolvidas, rentabilização de esforços, inovação social e, fundamentalmente, de trabalho em parceria e em rede".

De acordo com os objectivos, os parceiros comprometem-se a trabalhar numa perspectiva de conjugação de esforços e recursos, com vista a "colmatar as dificuldades com que inúmeras pessoas e instituições se deparam, de modo a minimizar e combater eficazmente a pobreza e a exclusão social e sensibilizar todos os agentes do território em causa".