in Jornal Público
O Governo está a cobrar desde o Verão mais IRS do que o necessário para os contribuintes satisfazerem as suas responsabilidades face a este imposto, tendo então havido um agravamento das tabelas de retenção na fonte superior ao que seria necessário em função do aumento deste imposto então decidido no PEC II.
O resultado desta medida das Finanças será que os reembolsos a efectuar em 2011, para acertar o IRS deste ano, deverão ser maiores para compensar este esforço dos trabalhadores e pensionistas, segundo revela um estudo da Pricewaterhouse Coopers (PWC) cujos resultados são divulgados na edição de hoje do Jornal de Negócios.
O que os trabalhadores deveriam descontar mensalmente seria um valor que permitira obter no final do ano um valor muito aproximado face ao total a pagar, e por isso a lei manda que se leve em conta não só as taxas de IRS em cada escalão, mas também as deduções específicas e familiares e as deduções à colecta (com saúde e crédito à habitação, por exemplo).
No entanto, normalmente já há um desvio de 20 por cento cobrado a mais pelo fisco, segundo um estudo publicado também pelo Negócios, e é por isso que há reembolsos.
Contudo, explica a PWC, agora há um desvio adicional, pois as novas taxas de retenção aplicadas desde o Verão fixaram descontos mensais como se não houvesse deduções à colecta. Isto é, as deduções estão a ser feitas ainda mais acima do necessário do que é costume.


