19.2.11

Câmaras municipais descobriram apoio à distância. E estão convencidas

in Jornal Público

Silves

Há uns anos a Câmara de Silves foi contactada por uma empresa que tinha um novo serviço para oferecer. "Era a empresa que manifestava maior know-how, informação que foi recolhida e cruzada junto de alguns municípios que tinham o serviço já instalado", conta a presidente da câmara, Isabel Soares. Fez-se a experiência em 2008. "E o feedback dos utentes não poderia ser melhor: sentiam-se mais seguros, consideravam o serviço bastante útil." Hoje, há 20 idosos com teleassistência. O montante gasto mensalmente pela autarquia nos 20 aparelhos é de 330 euros (3960 euros por ano). Aos utilizadores cabe pagar o valor de uma chamada local, quando accionam o alarme.

"A solidão muitas vezes é o maior problema deste público, pretendem ficar nos seus lares, mas o problema da noite, que levanta vários medos ("E se me acontecer qualquer coisa e eu estiver sozinho?"), é bastante constrangedor", diz a autarca, por email. E explica ainda que, periodicamente, os utilizadores são contactados, para que haja uma avaliação do serviço.

Vila Real

O município tinha um programa chamado "Câmara Amiga", que integra desde um banco de voluntariado a uma unidade móvel de saúde - que percorre as freguesias do concelho e permite que quem tem menos mobilidade tenha acesso a uma série de serviços de saúde, como o telecardiograma (é feito na hora e, em caso de necessidade, comunicado ao centro saúde de forma a poder ser analisado por um médico). O passo seguinte foi, naturalmente, contratar os serviços de uma empresa de teleassistência, conta a vereadora Maria Dolores Monteiro. Em 2008 o Presidente da República, Cavaco Silva, foi a Vila Real entregar os primeiros dez aparelhos. Hoje, há 40 distribuídos. "E ainda no outro dia houve uma senhora que contactou os operadores 16 vezes, num só dia." Razão: sentia-se só. Mensalmente a câmara gasta entre 600 e 800 euros. "Os idosos não pagam nada."

Braga

O Governo Civil de Braga já ofereceu oito mil telemóveis a pessoas que recebem o complemento solidário para idosos, ao abrigo do Programa Iniciativa de Segurança Idade Maior, de combate ao isolamento. Mas quer chegar aos dez mil. O telemóvel oferecido permite "ligar e falar livremente até ao limite de mil minutos mensais com um familiar ou vizinho escolhido pelo idoso, com o posto da PSP ou GNR, com um centro de saúde ou com a instituição de solidariedade que gere o centro de dia da localidade", disse à Lusa o chefe de gabinete do governador civil de Braga, José Lopes. Para "facilitar" este contacto, a cada uma das entidades referidas é atribuído um número. "Basta que o idoso carregue nesse número e a chamada é automática." O utilizador pode ainda falar "sem qualquer custo" com qualquer outro beneficiário do programa.

Pombal

Arrancou em definitivo em Janeiro e abrange para já 15 pessoas que vivem com a reforma mínima. A Câmara Municipal de Pombal planeia gastar, por ano, 3500 euros em teleassistência, contando já com a possibilidade de o serviço crescer e chegar a 21 pessoas. Todas são acompanhadas pelas instituições de solidariedade da sua área de residência, no âmbito do serviço de apoio domiciliário, e têm autonomia reduzida. "A empresa que fornece o serviço instala as unidades base, que se encontram ligadas a uma central e que é gerida pela própria empresa, e que mensalmente dá conta à autarquia das ocorrências verificadas", diz o vereador do pelouro de Acção Social, Fernando Parreira.