23.2.11

Seminário debate voluntariado no apoio às vitimas de crime

in Diário Digital

O voluntariado é fundamental no trabalho desenvolvido pela APAV, desde os técnicos aos profissionais que apoiam as vítimas de crime. Esta ligação entre voluntários e vítimas sustenta um seminário que decorre hoje em Lisboa.

"O Voluntariado na Sociedade Portuguesa e no Apoio à Vítima" é o tema de um seminário-debate organizado pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) que se insere no Ano Europeu do Voluntariado e no Dia Internacional de Apoio à Vítima, que hoje se assinala.

“A ideia da APAV quando organizou o seminário foi enquadrar a temática da vítima de crime e todo o apoio que ela precisa na temática do Ano Europeu do Voluntariado”, disse à agência Lusa a presidente da APAV.

Para Joana Vidal, esta ideia é ainda “mais importante” por a APAV ser uma organização não governamental constituída em grande parte por voluntários, “onde o voluntariado é uma peça importante na concretização do seu trabalho”.

Segundo a responsável, esta associação tem 327 voluntários de várias idades, em todo o país, 47 por cento dos quais a trabalhar como técnicos de apoio à vítima.

“Fazem o atendimento da vítimas de crime, quando se dirigem aos gabinetes, o registo de todo esse atendimento, para efeitos de estatística, o acompanhamento às instituições. Temos voluntários que dão apoio conforme a sua formação profissional, por exemplo, psicológico ou jurídico”, acrescentou.

Na opinião de Joana Vidal, neste Ano do Voluntariado é “muito importante a consciencialização de que o voluntariado não é um mera ação isolada ou um mero hobby para preencher tempos perdidos, é uma responsabilização cívica e de cidadania, que deve ser encarada como tal”.

Na APAV é assinada uma carta de compromisso entre a própria associação e o voluntário, para que este não tenha a ideia de que é aparecer quando dá jeito ou tem vontade, é um compromisso de doar tempo com regras e cumprimento de horários, explicou.

A violência doméstica é o principal tipo de crime reportado à APAV. Em 2010 aumentou 25 por cento o número de pessoas que pediram apoio, face ao ano anterior.

Do total de pedidos de apoio, 80 por cento partiu de vítimas de violência doméstica, destacou Joana Vidal, salientando, contudo, que no ano anterior este tipo de crime perfez um total de 90 por cento dos pedidos.

Isto significa, segundo a responsável, que está a aumentar outro tipo de criminalidade, destacando-se, segundo os registos da APAV, os crimes contra pessoas - maus tratos e ofensa à integridade física.