in Jornal de Notícias
Nuno Crato defendeu a opção pelo Ensino Particular como forma de poupar dinheiro
O ministro da Educação, Nuno Crato, indicou esta terça-feira o valor máximo de 85 mil euros por turma a pagar aos estabelecimentos de Ensino Particular que recebem alunos do sistema público.
Numa audição na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, o ministro afirmou estar ainda a negociar com as escolas particulares, mas que o Governo aponta para um valor "entre os 80 mil e os 85 mil euros" por turma.
Nuno Crato defendeu a opção pelo Ensino Particular em contrato de associação com o Estado como forma de poupar dinheiro.
"Não queremos acabar nem fechar escolas públicas para abrir privadas. Mas num local onde há privados em regime de contrato de associação a funcionar bem não é preciso o Estado investir para construir novas escolas, mas sim garantir que todos os jovens têm acesso a uma boa educação", argumentou.
Respondendo a uma questão do deputado Michael Seufert, do CDS-PP, sobre o valor que custa ao Estado cada aluno no Ensino Público, Nuno Crato admitiu que não se conhece esse valor.
"Gostávamos de saber e gostávamos que custasse menos", afirmou o ministro.
Quanto ao encerramento de escolas, o ministro apontou o número de 300 no próximo ano lectivo, com aquelas com menos de 21 alunos a merecerem "atenção redobrada".
Cada caso será analisado individualmente, disse, garantindo que as escolas serão fechadas sempre que não haja "obstáculos significativos" levantados por autarquias, pais ou professores.
Em relação ao pagamento de bolsas no ensino superior, Nuno Crato referiu que a sua equipa encontrou "uma situação difícil" e que teve de fazer "um esforço de reformulação de verbas estruturais" destinadas ao seu pagamento.
O governante manifestou o seu compromisso na luta "contra a tradição de atrasos" no pagamento das bolsas, o que implica "ginástica financeira".
"Não podemos por prazos [no pagamento], isso depende do desbloqueamento de verbas", afirmou.


