Lucília Tiago, in Jornal de Notícias
Os representantes do Conselho Económico e Social acreditam que o aumento do horário de trabalho e mais meia hora diária pode levar a um aumento do desemprego.
Aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças, o presidente do CES, Silva Peneda, referiu que o aumento da meia diária, além de não ter grande impacto ao nível do aumento da produtividade, "terá outros efeitos como o aumento do desemprego. É este o nosso entendimento".
Esta declaração de Silva Peneda surgiu na sequência de uma questão colocada pelo deputado do PS, Pedro Silva Pereira. Também o sceretário-geral da UGT fez questão de precisar que uma das consequências da meia hora diária extra no horário do trabalho será a subida do desemprego. João Proença criticou ainda as políticas que promovem a redução do rendimento alertando para os efeitos nefastos que terão ao nível do incumprimento bancário das famílias.
Já o presidente da CIP referiu que para as empresas, depois de4 gorada a descida da Taxa Social Única, mantém-se o problema da redução dos custos unitários do trabalho, o que apenas se consegue através da redução de salários ou da subida do horário de trabalho.
Relativamente à necessidade de conciliar o equilíbrio das contas públicas com políticas que promovam o crescimento da economia, Silva Peneda disse acreditar que um dos primeiros passos que pode ser dado para dinamizar a economia "seria conseguir um acordo na concertação social".
"Uma das preocupações do CES é conciliar a necessidade de consolidação com a criação de condições para que o crescimento económico pssa ser uma realidade tão depressa quanto possível", disse o presidente do CES acentuando que nenhum agente político tem condições para resolver sozinho os problemas do país, o que dá especial relevo ao acordo entre os parceiros sociais.
Um dos primeiros passos para compatibilizar medidas de consolidação com necessidade de crescimento é chegar a acordo na Concertação Social


