29.1.20

Confiança dos trabalhadores portugueses aumenta mas não alcança média europeia

Por Ana Catarina Monteiro, in Hipersuper

A confiança dos trabalhadores portugueses aumentou no último ano. Num levantamento sobre as perceções que os profissionais têm em relação ao mercado de trabalho, a Michael Page dá conta que o índice de confiança passou dos 54%, no último trimestre de 2018, para 57% nos últimos seis meses de 2019.

Ainda assim, o índice de confiança no mercado laboral fixa-se um ponto abaixo da média europeia (de 58%). Neste contexto, a Suécia é o país que está mais satisfeito com o mercado laboral (71%), enquanto a Itália revela o pior desempenho no índice de satisfação (45%).

Em Portugal, 55,3% dos profissionais considera a atual situação do mercado de trabalho em Portugal favorável sendo que 57,6% acredita que poderá mudar de emprego em menos de três meses.
A consultora prevê assim que a criação de emprego siga em alta em 2020, com uma dinâmica esperada sobretudo em setores como “as tecnologias de informação, áreas financeira e jurídica e indústria”, à boleia do crescimento da digitalização.

A análise destaca ainda um maior equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, que é cada vez mais um dos principais desejos dos portugueses, já que no final de 2018 foi manifestado por 44% dos trabalhadores e no final de 2019 aumentou para 92,6%. O que traduz uma subida progressiva, considerando que no final de 2016 a percentagem de trabalhadores com esta ambição estava nos 40%.

Também a flexibilidade, com a possibilidade de trabalhar a partir de casa, em alguns dias por mês, é um dos aspetos referidos por 53% dos profissionais.

Outro número a destacar é o de que 95,5% dos profissionais dá importância a trabalhar numa organização socialmente responsável.

“O estudo comprova que a natureza do emprego está a mudar e que as pessoas exigem um contínuo renovar das suas competências e da sua forma de estar no trabalho. Destaca-se ainda o positivismo dos portugueses e a sua confiança em relação ao mercado laboral e à economia, esperando melhorias nas condições profissionais”, comenta Álvaro Fernández, diretor geral da Michael Page Portugal.

As conclusões foram tiradas com base nas respostas de mais de 789 profissionais em Portugal.