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21.1.21

Câmara do Porto tem 800 mil euros para apoiar associações em 2021

Maria Monteiro, in Público on-line

O executivo vai votar, em reunião camarária na segunda-feira, a abertura de novas candidaturas ao Fundo Municipal de Apoio ao Associativismo Portuense. A terceira edição da iniciativa tem 800 mil euros para atribuir a 28 associações, colectividades e clubes.

A abertura de novas candidaturas ao Fundo Municipal de Apoio ao Associativismo Portuense vai ser votada em reunião do executivo, na próxima segunda-feira, e reflecte a necessidade de reconhecer e impulsionar o “importante trabalho comunitário [desenvolvido] junto das populações em todas as freguesias da cidade” pelas associações, colectividades e clubes da cidade, como descreve a proposta assinada pelo independente Rui Moreira.

A terceira edição da iniciativa pretende apoiar estas instituições “no desenvolvimento de novas actividades e iniciativas” e “na melhoria das instalações”. Com uma dotação orçamental de 800 mil euros, este fundo municipal prevê apoiar 28 candidaturas inseridas em quatro eixos de intervenção – Coesão Social, Cultura e Animação, Desporto e Juventude, e Ambiente –, sendo que 12 correspondem a intervenções em infra-estruturas e os restantes 16 a projectos diversos.

Na segunda modalidade enquadram-se a “aquisição de equipamentos diversos”, “aquisição de meios de transporte específicos para apoio da actividade desenvolvida”, “implementação de projectos ou programas culturais, lúdicos, recreativos, desportivos, entre outros, especificamente que contribuam para a coesão social, privilegiando-se os que são especialmente dirigidos a crianças, jovens e à população sénior” e “realização de eventos pontuais de relevante dimensão e interesse sociocultural ou socio-desportivo desde que inseridos na actividade principal desenvolvida pela entidade proponente”.

De acordo com o documento a que o PÚBLICO teve acesso, serão privilegiadas as candidaturas “que desenvolvem projectos, acções ou respostas de carácter permanente e continuado na comunidade onde estão inseridas, fomentando a complementaridade e não sobreposição das respostas existentes e asseguradas pelo Município”. As propostas serão avaliadas por um júri composto por um elemento indicado pela vereadora com os pelouros da juventude e desporto, Catarina Araújo, por um elemento indicado pelo vereador com os pelouros da habitação e coesão social, Fernando Paulo, e pelo historiador Hélder Pacheco, que também preside.

O Fundo Municipal de Apoio ao Associativismo foi criado em 2019 para “aprofundar modelos de apoio ao associativismo da cidade do Porto e contribuir para apoiar a sua actividade e renovação”. Na primeira edição, o município alocou uma verba de 400 mil euros ao programa, que foi depois considerada insuficiente para apoiar todas as candidaturas classificadas como meritórias pelo júri. Em 2020, o montante disponibilizado duplicou, mas ainda assim ficou aquém na capacidade de resposta a todos os pedidos efectuados, dificuldade agravada pela pandemia. Até ao momento, a iniciativa já apoiou 121 associações portuenses.

3.8.20

De dirigente associativo a empreendedor(a): uma oportunidade desaproveitada

Inês Alexandre, in Público on-line

O associativismo deve e pode ser uma escola de competências sociais, dentro ou fora dos contextos escolares. O desafio passa por garantir que falamos a uma só voz e que existe uma aposta neste sentido.

Na União Europeia, apenas 17% dos jovens, entre os 15 e os 35 anos, ponderam tornar-se empreendedores. Esta é uma das conclusões do relatório de 2013 Generation Entrepreneur? O Estado do Empreendedorismo Global da Juventude, que revela também que, na África Subsariana, o valor sobe para uns incríveis 60%. Mas a que se deve essa disparidade?

Um factor importante é o nível de pobreza. Nas regiões mais pobres, há muito empreendedorismo por necessidade. É onde os jovens procuram e constroem activamente essa oportunidade, porque muitas vezes constitui a melhor maneira de gerar rendimentos. Por sua vez, nos países mais ricos, a probabilidade dos jovens se envolverem em actividades empreendedoras depende, em grande parte, de existirem ou não essas oportunidades criadas e, muitas vezes, o medo do fracasso pesa mais durante a decisão.

Em Portugal, há um potencial enorme no associativismo estudantil e juvenil, na medida em que este pode ser uma rampa de lançamento para o empreendedorismo. Quando falamos em associativismo estudantil, focamo-nos muitas vezes nas associações de estudantes do ensino básico, secundário e universitário, limitando-as, quase sempre, a três tipos de eventos: a semana das campanhas eleitorais, as festas e as viagens de finalistas. Claro que existem excepções, mas este é um panorama generalizado e assumido por todos nós, das direcções das escolas aos alunos. E é esta visão que tem de mudar.

O associativismo deve e pode ser uma escola de competências sociais, dentro ou fora dos contextos escolares. O desafio passa por garantir que falamos a uma só voz e que existe uma aposta neste sentido. Podemos e devemos fazer crescer projectos que envolvam os jovens e activá-los para um processo de co-responsabilização do impacto das suas acções. Mas como é que fazemos isto?

O primeiro passo é levantarmo-nos do sofá, sairmos da zona de conforto e estarmos disponíveis para coisas novas. A etapa seguinte passa pela avaliação e monitorização, garantindo que a co-responsabilidade faz parte do nosso sistema de ensino e de um trabalho direccionado para a aquisição de competências que deixam os jovens decidir, aprender, falhar e voltar a tentar.

Fala-se pouco de falhas, mas são as falhas as maiores aliadas do processo de educação. São elas que nos vão dizer o que não fazer e de que valores não estamos dispostos a abdicar.


Depois, é necessário estruturar. Diria que estruturar e guiar são os secrets sauces desta missão. A missão de aumentarmos os projectos com e para os jovens, liderados por jovens. Quando guiamos alguém, estamos a ensinar essa pessoa para que mais tarde seja ela a ensinar a pessoa seguinte. Não existindo uma “receita milagrosa” para este processo, diria que o importante é:
Ensinar a questionar — a perguntar porquê;
Ensinar a ser crítico(a) — a ter informação necessária para dar a opinião e mostrar a sua visão;
Ensinar a estruturar, a planear — a explorar que ferramentas usar e qual o processo mais adequado;
Ensinar a trabalhar em equipa — a liderar, a perceber qual o nosso papel;
Ensinar que são as pessoas a parte mais importante de tudo — são elas que nos vão fazer pontes, são elas que vão ou não gostar de nós e recomendar-nos, são elas que vão ou não confiar e acreditar em nós;
Ensinar que todos temos de ganhar, que todos contam e que ninguém pode ficar para trás;
Ensinar que falhar é a melhor coisa que nos pode acontecer, para aprendermos.


Foi nestes sete tópicos que se focou o AEleva-te — um programa-piloto de capacitação dirigido a dirigentes associativos estudantis do ensino secundário, em Cascais —, de forma a garantir que estes aprendiam e integravam no seu dia-a-dia estes ensinamentos e que nunca se esquecessem que ninguém pode ficar para trás. Falhar faz parte do processo; o importante é o que fazemos com isso.

Estes dirigentes do associativismo são futuros empreendedores. São os nossos futuros líderes e quem vai gerar oportunidades de co-construção e de co-responsabilização, tal como nós — Transformers — e o município de Cascais fizemos com eles.

4.5.20

Apoio Maior, a acção de jovens de todo o país para ajudar em tempo de covid-19

Gonçalo Ramos e Mariana Durães, in Público on-line

O IPDJ lançou uma acção de voluntariado que reúne cerca de 150 jovens de diversas regiões do país. A ideia é prestar apoio à comunidade, através da realização de diversas tarefas, como a entrega de alimentos e medicamentos ou a divulgação de informações.

Em tempos de pandemia, vimos nascer uma onda de solidariedade, alicerçada em grupos de voluntários que usaram o tempo livre para ajudar os mais vulneráveis. Desde jovens que entregam compras porta a porta, municípios que criam bolsas de voluntariado para apoiar a comunidade a plataformas que reúnem aqueles que estão disponíveis a ajudar.

Agora, no Dia do Associativismo Jovem, que se celebra esta quinta-feira, 30 de Abril, também o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), em parceria com a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) promove um novo programa de voluntariado. Chama-se Apoio Maior e está inserido na campanha #SerJovemEmCasa, cuja ideia consiste numa série de acções de formação, debates de ideias e partilhas de informação.

A acção foi divulgada esta quarta-feira, 29 de Abril, no site oficial do Governo, e envolve cerca de 150 jovens entre os 18 e os 30 anos, distribuídos entre as regiões do Alentejo, Algarve, Lisboa e Vale do Tejo e Norte. Os voluntários levam a cabo tarefas como o apoio à distribuição de alimentos e medicamentos, aconselhamento de serviços públicos de apoio, esclarecimento de dúvidas à comunidade, divulgação telefónica e digital dos programas de apoio à saúde, entre outras de apoio logístico às juntas de freguesia.

E ainda a propósito do Dia do Associativismo Jovem, e para o celebrar, o IPDJ realiza esta quinta-feira, 30 de Abril, às 18h30, a conferência online Dia do Associativismo Jovem: Participação Juvenil em tempos de Covid. A conferência, que poderá ser acompanhada no site oficial do Governo, visa partilhar “boas práticas” e, para isso, convida “entidades que dinamizam respostas inovadoras aos desafios colocados pela pandemia”, lê-se no mesmo site.

A conferência deverá contar ainda com a presença do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, os presidentes do Conselho Nacional da Juventude e da Federação Nacional das Associações Juvenis.

Depois, e até domingo, 3 de Maio, o IPDJ vai partilhar vídeos enviados por associações juvenis, que irão falar sobre como as associações se estão a adaptar ao novo contexto e como os jovens estão a responder, ao mesmo tempo que tentarão prever o que irá mudar na vida dos jovens no pós-pandemia.

Liga-te, a plataforma que liga o voluntariado
Mas há mais a acontecer nesta Primavera de covid-19. São já mais de 70 organismos por todo o país os que adaptaram as suas actividades para fazer a diferença nas suas comunidades, e estão elencados pela plataforma Liga-te da Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ).

“De um dia para o outro, criaram-se novos desafios para as associações juvenis”, constata Tiago Manuel Rego, presidente da FNAJ, ao P3. “Muitas tiveram de se reinventar — ou, pelo menos, adaptar as actividades e aquilo a que davam resposta.” Foi nesse âmbito que se procurou criar a plataforma Liga-te, “para mapear essas associações e pôr em evidência o que estão a fazer, desafiar outros jovens nas mesmas comunidades e que gostariam de fazer voluntariado”.

Das cerca de 1200 associações em Portugal, “mais de 70 estão no terreno a dar resposta”, contabiliza o presidente. Um momento de crise pandémica que “envolve mais de 680 jovens em todo o país, em todos os distritos”.

Os jovens das associações estão a contribuir das mais variadas formas, conta Tiago, desde a angariação de fundos para equipamentos de saúde e bens essenciais, passando pela cedência de espaços para profissionais de saúde, até à assistência, transporte e contacto à distância, em prol das populações mais vulneráveis. Registam-se, também, campanhas locais de combate ao isolamento dos idosos e de apoio aos sem-abrigo, entre outras. “Procura-se criar mecanismos de ajuda para combater problemas causados pela covid-19”, explica Tiago. “Estes jovens não são profissionais de saúde, nem bombeiros ou polícias, só procuram intervir no sector do apoio social, integrando a resposta com as autoridades locais.”

Necessidades no sector da educação também têm vindo a ser colmatadas pelos organismos em actividade, como o fornecimento de cópias em papel de exercícios escolares, a cedência de material tecnológico em excesso nas sedes e explicações por videochamada. “Tudo para que os jovens mais carenciados tenham também aqui alguma igualdade de acesso ao ensino à distância”, sublinha Tiago Manuel Rego.

“Tudo para manter os jovens o mais activos possível”
O apoio prestado pela plataforma Liga-te foca-se também “na saúde mental de quem está em casa há bastante tempo, nomeadamente os jovens” que foram dispensados das escolas. “Há associações a dar aulas de exercício físico, mas também cognitivo, tudo para manter os jovens o mais activos possível.” Entre formações e workshops online, tudo vale para “esbater a solidão” daqueles que estejam a viver “momentos de dificuldade maior”.

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A FNAJ não é alheia à luta que as associações travam nestes tempos de afastamento social e, em parceria com a Ordem dos Psicólogos, desenvolveu, para a plataforma Liga-te, “recomendações para os jovens que estão em casa”. As preocupações são muitas, entre as quais “situações de imprevisibilidade sobre quando voltarem a estudar e a perda de empregos”. O “material de motivação”, diz Tiago, visa mostrar “como dar a volta por cima”.


Ainda com a Ordem dos Psicólogos, cuja “autoridade na área da saúde mental” o presidente da FNAJ frisa, foram desenvolvidas mais indicações para que as próprias associações juvenis possam concluir como “estimular as suas equipas de voluntários e directivas, para continuar as acções no terreno, que vão ao encontro das necessidades, objectivos e motivações dos jovens”.

1.2.17

Têm mais de 55 anos e criaram a associação para Ser (uma) mais valia

in Notícias ao Minuto

Um grupo de voluntários com mais de 55 anos, de áreas como a saúde e a educação, decidiram criar uma associação à qual chamaram 'Ser Mais

Em declarações à agência Lusa, a presidente da associação, que fez três missões no âmbito do projeto da Gulbenkian, explicou que o objetivo é dar continuidade, criando uma bolsa de voluntários mais alargada para o desenvolvimento de iniciativas, não só nos países de língua oficial portuguesa, mas também em Portugal.

Os membros da bolsa nem sempre têm capacidades físicas para ir para África, sendo por isso importante poderem desenvolver as suas competências em Portugal ou noutros países da Europa.

Na verdade, adiantou Maria França, a população com mais de 55 anos é cada vez mais jovem e não quer deixar de estar ligada à sua profissão, sentindo-se capaz de usar essas competências e pô-las ao serviço dos outros.
Mafalda França foi educadora de infância na Misericórdia de Lisboa e deu formação nesta área. Enquanto voluntária no âmbito do projeto "Mais Valia", uma das vezes em Moçambique, teve como missão o reforço das capacitações técnicas das pessoas que trabalham com crianças.
O objetivo destes voluntários, frisou, nunca foi substituir as pessoas locais, mas sim reforçar as competências dos que trabalham nas organizações. Não ocupar postos de trabalho, mas ser um reforço para o desenvolvimento dos projetos locais.

Há três áreas nas quais a associação espera vir a trabalhar: educação, saúde e direitos sociais, procurando agora parceiros. As organizações não-governamentais de desenvolvimento e as instituições estatais ou privadas podem agora contar com esta bolsa de voluntários como uma mais-valia e um reforço dos projetos e nunca como substitutos.

Com o fim do projeto desenvolvido pela Gulbenkian, os voluntários sentiram necessidade de dar continuidade a uma iniciativa que era já "uma mais-valia" e em coordenação com a fundação, que apoia agora o nascimento desta associação, cerca de 40 voluntários deram corpo a um desejo.

Maria Hermínia Cabral, diretora do Programa Gulbenkian Parcerias para o Desenvolvimento e responsável pelo Projeto Mais-Valia (2012-2016), disse em declarações à Lusa que é gratificante para todos quando um projeto pontual se autonomiza desta forma.
O projeto que coordenou, explicou, foi uma ideia que veio colmatar uma necessidade efetiva e que agora é posta em prática de uma forma institucionalizada, ajudando na construção de soluções da comunidade, quer em Portugal quer noutros países, em áreas como a saúde, educação ou gestão.

O protocolo de colaboração entre a fundação Calouste Gulbenkian e a recém-criada Associação Ser Mais Valia será assinado na segunda-feira durante uma conferência intitulada "O que fazemos com o tempo? Trabalho, voluntariado e envelhecimento ativo", na qual participará Helena André (Organização Internacional do Trabalho) e Susana Réfega (Fundação Fé e Cooperação).

29.9.14

Mediadores ciganos criam nova associação em Beja

in Correio Alentejo

Mediadores ciganos de Portugal criaram na cidade de Beja uma nova associação nacional para os representar e promover a mediação em diversas áreas como a educação ou saúde.

Num comunicado enviado à Agência Lusa, a Associação dos Mediadores Ciganos de Portugal (AMEC), com sede na loja 14 do Mercado Municipal de Beja, explica que nasceu das "preocupações e necessidades sentidas pelos mediadores ciganos” do país.

A AMEC refere que pretende também fazer parcerias com organizações nas suas áreas de actuação, a nível local, nacional e internacional, promover a formação de novos e actuais mediadores, a cultura cigana e eventos na área da mediação, criar uma bolsa de mediadores e facultar apoio jurídico.

Como “ponto de partida” da sua actividade, a AMEC refere que se prontifica para “ajudar a resolver” a situação das comunidades ciganas de Vidigueira, nomeadamente das duas famílias que ficaram desalojadas após a autarquia ter demolido o parque de estágio onde viviam na vila.