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19.1.15

Salários caíram 22% no Estado e 11,6% no privado desde 2011

Virgína Alves, in Jornal de Notícias

O poder de compra dos portugueses tem vindo a descer desde 2011, pelo aumento dos preços, os cortes nas remunerações e o aumento de impostos. A troika tem defendido uma baixa ainda mais acentuada.

As contas parecem simples: entre 2011 e 2014, o ganho líquido médio nominal dos trabalhadores do setor privado diminuiu em 5,7%, mas se considerarmos o efeito do aumento de preços, o ganho médio real de 2014 - o poder de compra - é inferior ao de 2011 em 11,6%.

Para os trabalhadores da Função Pública, a redução foi maior, revela o economista Eugénio Rosa. A perda de poder de compra sofrida por estes trabalhadores foi o dobro da verificada no setor privado. "Entre 2010 e 2014, como consequência do efeito conjugado do corte das remunerações nominais, do aumento enorme de impostos e dos descontos para a ADSE, o poder de compra reduziu-se em 22,1%". E, acrescenta, este ano "o poder de compra destes trabalhadores continuará inferior ao que tinham em 2010 em 21,4%".

25.7.14

Cortes nos salários aplicados em setembro

Lucília Tiago, in Jornal de Notícias

O diploma que retoma os cortes salariais na Função Pública para quem ganha mais de 1500 euros por mês é hoje votado no Parlamento e deverá ser submetido à fiscalização prévia do Tribunal Constitucional.

Do lado do Governo, a expectativa é que a redução comece a ser aplicada já nos salários de setembro. Ontem, o primeiro-ministro acentuou que as metas do défice para este ano podem estar em causa se esta e outras medidas não entrarem "oportunamente em vigor".

Numa primeira reação aos dados da execução orçamental, Pedro Passos Coelho referiu que estes não são uma surpresa, tendo em conta algumas pressões da despesa do lado da saúde e o efeito de decisões do Tribunal Constitucional. Na linha da frente desta afirmação está o chumbo dos cortes salariais impostos no início deste ano a todos os funcionários públicos acima dos 675 euros.

12.5.14

Desapareceu um quarto dos salários acima de 1800 euros

por Lucília Tiago, in Dinheiro Vivo

O número de trabalhadores por conta de outrem que ganha menos de 310 euros por mês é hoje maior do que antes de Portugal entrar no programa de assistência financeira, em 2011.

Entre os que têm salários mais elevados registou-se o movimento contrário: nestes três anos desapareceu mais de um quarto dos trabalhadores que estão no patamar dos 1800 euros em diante. São menos 46 700.

Entre o primeiro trimestre de 2011 e o mesmo período deste ano, o universo de trabalhadores por conta de outrem perdeu cerca de 300 mil pessoas, mas há mais trabalhadores (cerca de 4100) a declarar um salário mensal inferior a 310 euros, de acordo com os mais recentes dados do INE. A subida, refere o economista João Duque, pode estar associada ao facto de os que ficaram sem trabalho no início da crise estarem agora a chegar ao fim do subsídio de desemprego e a aceitar trabalhos em part-time. São, ainda assim, menos do que os 160,8 mil contabilizados no início de 2013, ano em que o desemprego disparou.

O Norte é a região onde se encontra o grupo mais numeroso de pessoas que ganham menos de 310 euros por mês, seguindo-se Lisboa e o Centro. Os dados mostram também que os serviços são o sector onde há mais pessoas abaixo daquele valor.

Entre os que ganham mais de 1800 euros por mês a tendência foi sempre de descida, independentemente de a comparação ter por referência o primeiro trimestre de 2011 ou 2013. Antes da chegada da troika representavam 4,7% do total dos trabalhadores por conta de outrem, mas no início deste ano já só eram 3,8% do total. Ao todo, há agora menos 46 700 pessoas com salários acima dos 1800 euros. Ao longo de todo este período, os dados indicam que somente o grupo de trabalhadores com salários entre os 900 e os 1800 euros registou uma ligeira subida.

Em termos de salário médio mensal líquido (descontando impostos e contribuições), regista-se uma redução sete euros (de 809 em 2011 para 802 em 2014), ainda que a variação por regiões mostre comportamentos diferenciados. E esta descida também não foi acompanhada por todos os sectores de atividade. Na agricultura e nos serviços houve descidas no salário líquido e a indústria teve ligeira subida para 746 euros, mais 7 euros.

26.2.14

Ministro garante que salários não descem mais

in RR

Pedro Mota Soares revela ainda que existem 11 mil pensionistas com pensões acima dos 2.000 euros, que vão ser abrangidos pelos cortes, aplicados no segundo semestre.

O Governo garante que não há mais redução de salários. No dia em que a “troika” reúne com os deputados, o ministro da Solidariedade, Pedro Morta Soares, assegurou não estar disponível para mais cortes nos vencimentos.

“O Governo entende que o ajustamento salarial em Portugal já aconteceu e não queremos uma diminuição maior dos salários em Portugal”, explicou a Comissão da Segurança Social e Trabalho, no Parlamento, onde está a ser ouvido a pedido do PCP.

“Não acreditamos num modelo de desenvolvimento assente em baixos salários e, por isso não estamos disponíveis para medidas que acentuem uma diminuição dos salários em Portugal.”

Na mesma comissão, o ministro avançou que há 11.000 pensionistas com pensões de sobrevivência acima dos 2.000 euros que vão ser abrangidos pelos cortes, que serão aplicados no segundo semestre. "A Segurança Social tem cerca de 2,5 milhões de pensionistas e os pensionistas com pensões de sobrevivência acima dos 2.000 euros são cerca de 11 mil", disse.

A questão da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) foi levantada na comissão pelo deputado socialista Nuno Sá, que questionou o ministro sobre o que está acontecer com a aplicação desta medida.

"O que é que se passa com a Contribuição Extraordinária de Solidariedade", começou por questionar o deputado Nuno Sá, afirmando que "houve uma avaria, um lapso, um apagão informático e os computadores só se vão reiniciar" em Maio, "ou seja depois das eleições".

Mota Soares anunciou ainda o alargamento do prazo para os trabalhadores independentes poderem regularizar as suas dívidas através de planos de prestações para 150 meses. O objectivo é dar assim um novo fôlego a estes contribuintes para regularizarem as dívidas á segurança social, que se traduz em mais de 12 anos.

9.10.13

Emprego. Já foram cortados dois milhões de salários desde 2011

in iOnline

Seis em cada 10 desempregados já não têm direito a qualquer apoio do Estado e dificilmente voltarão ao activo

São vários os traumas associados ao desemprego de longa duração (mais de 12 meses), uns mais imediatos que outros. É o próprio Banco de Portugal (BdP) que salienta alguns, referindo desde logo "o estigma social associado a longos períodos de desemprego". A este junta-se o facto da protecção social do Estado abandonar estas pessoas à sua sorte - dos 886 mil desempregados registados no final do segundo trimestre, apenas 388 mil (43,9%) tinham direito a um apoio. Para completar o cocktail do desespero, e voltando ao Banco de Portugal, o regulador avançou ontem que quem está no desemprego há mais de 12 meses vê as probabilidade de regressar ao activo caírem a cada dia que passa: "Um aumento acentuado da duração do desemprego resulta em dificuldades acrescidas de empregabilidade" de todas as pessoas que caem nesta situação, lê-se no Boletim Económico - Outono 2013 (ver ao lado).

Do total de desempregados registados pelo INE em Junho, 62% estão nessa situação há mais de 12 meses, ou seja 550 mil homens e mulheres, um universo de profissionais que dificilmente regressará ao mercado de trabalho e onde os poucos que o conseguirem terão "uma maior penalização salarial" face ao que já está a ocorrer em Portugal. "Não só devido à depreciação das competências profissionais (...) mas também porque os próprios salários de reserva tendem a diminuir com a duração do desemprego", refere o BdP. "Esta depreciação do capital humano é especialmente relevante numa população com baixo nível médio de escolaridade e no contexto de reestruturação em curso na economia portuguesa", atira ainda o supervisor financeiro, realçando que "o desemprego de longa duração continuou a crescer" no primeiro semestre do ano, situação especialmente grave nos casos do desemprego de muito longa duração (mais de 25 meses), que "continuou a crescer a taxas elevadas". Neste último caso encontravam-se 310 mil profissionais no final de Junho.

Salários a pique Já ao nível dos residentes em Portugal com emprego, o cenário é também de deterioração. Segundo o BdP, "no período mais recente, em 2011 e 2012, observou-se um aumento da fracção de trabalhadores com reduções de remuneração, que ascendeu a 22,2% e 23%, respectivamente". Um aumento "significativo na medida em que se reconhece que as reduções nominais da remuneração podem ter um impacto negativo na produtividade", alerta. Considerando o total de trabalhadores com direito a salário registados no país, falamos de cerca de 1,1 milhões de empregados que viram os salários cortados em 2012 - a estes devem juntar-se o enorme rol de empregados pagos pelo mínimo legal que, por mais que as empresas queiram, não podem receber menos. Segundo os últimos dados, são mais de 600 mil os trabalhadores em Portugal a receber o salário mínimo (13% do total).

Ainda em relação às variações negativas dos salários note-se que segundo os valores avançados pelo Banco de Portugal, "em 2011 e 2012, 15,4% dos trabalhadores tiveram variações nulas nos dois anos e 39,4% teve pelo menos uma variação negativa". Ou seja, mais de 1,8 milhões de trabalhadores viram os salários cair desde 2011. A "rotação de trabalhadores" - ou seja a troca avulso de empregados por outros mais baratos -, é uma das formas preferidas das empresas para forçar a baixa salarial, tendo usado um total de 776 mil trabalhadores neste esquema: "A remuneração média dos que entraram em 2012 foi mais baixa, em cerca de 110 euros, ou 11%, do que a remuneração média dos trabalhadores que cessaram contrato em 2011", atira o BdP.

O esmagamento salarial que está a ocorrer neste momento em Portugal surge apesar do país já ser dos que salários mais baixos pratica em toda a UE: o salário médio em Portugal vale 55% do salário médio da UE27, ou seja, os 1078 euros brutos de média portuguesa são 1936 euros brutos na UE27.

5.9.13

Salários em Portugal baixam pelo segundo ano consecutivo

por Lusa, texto publicado por Paula Mourato, in Diário de Notícias

Os salários em Portugal baixaram em 2013, pelo segundo ano consecutivo, segundo um estudo da consultora Mercer divulgado hoje, de acordo com o qual cerca de 31% das empresas congelaram os ordenados.

"Devido ao efeito de substituição de colaboradores contratados com níveis salariais mais baixos para as mesmas funções, verifica-se, pelo segundo ano consecutivo, uma redução real dos salários em todos os grupos funcionais", segundo o estudo Total Compensation Portugal 2013.

A maior descida salarial foi verificada nas funções de direção geral/administração e comerciais/vendas, com quebras de 4,94% e 1,48%, respetivamente.

Segundo o documento, cerca de 31% das 300 empresas que participaram no estudo "congelaram os salários para toda a sua estrutura".

No que respeita ao número de trabalhadores, a maioria das empresas (65%) pretende manter o número de colaboradores este ano, mas 18% manifestaram intenção de reduzir o seu quadro de pessoal.

Para 2014, as estimativas da Mercer apontam para que o número de empresas que pretendem reduzir o seu quadro de pessoal baixe, passando dos 18% para cerca de 13%.

O estudo da consultora tem por base a análise de 114.526 postos de trabalho em 300 empresas presentes no mercado português, 56% das quais multinacionais, 43% empresas privadas e 1% públicas.

Os setores de atividade mais representativos são: serviços gerais (27%), bens de consumo (16%), grande distribuição (13%), serviços financeiros (9%), alta tecnologia/telecomunicações (13%) e indústrias diversificadas (5%).

7.3.13

"Ninguém quer um país pobre", mas "o ideal era que os salários descessem"

in RR

António Borges, que é consultor do Governo, sustenta que o valor actual do salário mínimo (485 euros) deve ser mantido como está, mas refere que o combate ao desemprego podia ser mais eficaz se os vencimentos fossem reduzidos.

O consultor do Governo para as privatizações considera que "a primeira prioridade", tendo em conta "as dificuldades com que as pessoas se defrontam hoje em dia, é voltar a pô-las a trabalhar, é encontrar postos de trabalho". António Borges defende é que "isso não se faz tornando o posto de trabalho mais caro" e diz que "o ideal era que os salários descessem".

"Ninguém quer um país de gente pobre, toda a gente quer um país próspero. Mas, antes disso, temos uma emergência nas mãos e a emergência é uma taxa de desemprego acima dos 17%", argumenta António Borges em entrevista à Renascença. O consultor de Passos Coelho refere que "o ideal era que os salários descessem como aconteceu noutros países como solução imediata para resolver o problema do desemprego".

O consultor do Governo diz ainda que não há informações de que a eventual redução do salário mínimo esteja a ser negociada entre o Governo e a "troika". A este propósito, o ex-responsável do Fundo Monetário Internacional para a Europa afirma que "a única medida que se podia tomar nesta altura é manter o salário mínimo como está e o primeiro-ministro tem toda a razão em dizer que não temos outra opção".

O tema do aumento ou redução do salário mínimo nacional, actualmente nos 485 euros, tem marcado o debate recente entre o Governo e o maior partido da oposição. Esta quarta-feira, no Parlamento, António José Seguro insistiu que patrões e sindicatos estão disponíveis para discutir o aumento do ordenado mínimo.

Por sua vez, Pedro Passos Coelho rejeita debater o aumento do salário mínimo na actual fase da economia portuguesa. Usando o exemplo da Irlanda, onde o salário mínimo é actualmente de 1.462 euros, Passos Coelho defende que quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego, "a medida mais sensata que se pode tomar é exactamente a oposta".

17.1.13

Austeridade tira um salário a portugueses que levam 1.046€ para casa

in RR

Há ainda casos em que ganhar mais nem sempre tem vantagens: um salário bruto de 810 euros pode resultar num valor líquido inferior a quem aufere 800 brutos. Por outro lado, há situações em que ter mais filhos não é beneficiado pelo Estado.

Um português solteiro que trabalhe no sector privado, que não tenha filhos e que tenha um salário bruto de 1.545 euros, o que resulta num vencimento líquido de 1.045,71 euros depois de feitos os devidos descontos, vai perder mais de um salário líquido em 2013. Este é um dos casos mais penalizados pelas novas tabelas de retenção na fonte que foram divulgadas pelo Governo.

Em 2012, o mesmo solteiro levou para casa 1.121,05 euros. Ou seja, e devido ao "enorme aumento de impostos", vai perder 75,34 euros por mês. Não há qualquer diferença ao nível dos descontos para a segurança social, mas a retenção de IRS sobe de 254 para 309 euros. Por outro lado, tem ainda de pagar uma sobretaxa mensal de IRS de 20,34 euros. No final do ano, e em vez de descontar os 5.935,30 euros de 2012, vai deixar ao Estado 6.990,01 euros - mais 1.054,71 euros, valor superior ao salário líquido que vai auferir em 2013.

Se este solteiro aceitar diluir metade do subsídio de férias e de Natal ao longo do ano - os chamados "duodécimos" -, vai receber mensalmente 1.132,86 euros. Mas trata-se de um falso aumento salarial, porque em Junho e em Dezembro recebe apenas metade dos subsídios. No fim do ano, perde mesmo os 1.054,71 euros.

As tabelas de retenção na fonte têm ainda outras nuances. Quando se trata de um casado do sector privado, dois titulares e com um vencimento bruto de 1.550 euros, (1.049,04 depois dos descontos), não ter filhos ou ter um filho é igual aos olhos do Estado. Aqui, as perdas com o aumento de impostos são igualmente superiores a um salário líquido - 1.056,41 euros no final de 2013, tanto para o casado sem filhos como para o casado com um.

Outro caso: um contribuinte casado do sector privado, 2 titulares, com dois filhos e um vencimento bruto de 1.579 euros vai levar para casa este ano o mesmo que um solteiro do privado, com um filho e com o mesmo vencimento bruto. Ambos perdem também mais de um salário líquido.

Os 1.579 euros brutos passam a 1.083,60 euros reais em 2013, depois de feitos os descontos, no caso do casado com dois filhos e do solteiro com um. Em 2012, ambos levaram para casa 1.161,31 euros todos os meses, mais 77,71 do que este ano. No final do ano, perdem 1.087,95 euros, mais que um vencimento líquido. Se quiserem receber os duodécimos, o vencimento mensal passa a ser de 1.173,90 euros, mas a perda no final do ano não muda.

Outra nuance: um casado do privado, dois titulares, com dois filhos e um vencimento bruto de 810 euros leva menos para casa que um contribuinte na mesma situação, mas com um salário bruto de 800 euros. O casado com 810 euros vai passar a ter um salário líquido de 634,48 euros em 2013, menos 34,42 euros mensais que em 2012. O casado com 800 brutos fica a ganhar mais: 653,88 euros, menos 22,13 euros que em 2012.

Se quiser fazer as suas contas, pode saber mais AQUI.

27.11.12

Diluição de subsídio permite ganho médio mensal de 57€ em salários abaixo de 2000€

por Mara Dionísio, in RR

Governo e parceiros sociais estão a discutir a medida. A Renascença apresenta-lhe simulações para solteiros e casados e para diversos níveis de rendimento.

A medida ainda não está fechada, mas é quase certo que pelo menos um dos subsídios (férias ou Natal) do sector privado vai ser diluído pelos 12 meses do ano. Em oito casos analisados pela Renascença, que incluem salários entre 600 e 2.000 euros brutos, a medida representa um ganho médio mensal de 57 euros quando se compara o vencimento líquido com ou sem diluição (pode consultar as tabelas no fim do texto).

As simulações, elaboradas para a Renascença pelo fiscalista Samuel Fernandes de Almeida (Miranda Correia Amendoeira & Associados), utilizam as taxas de retenção mensal em vigor para o ano de 2012 (as de 2013 ainda não são conhecidas). O cálculo inclui igualmente a sobretaxa extraordinária de 3,5%.

No caso de um solteiro, sem filhos e com um salário bruto de 800 euros, o rendimento mensal líquido actual é de 660 euros. Para o ano, e devido à sobretaxa, o valor cai para 653,87 líquidos. Se um dos subsídios for diluído, passa a auferir 694,55 euros líquidos, o que representa um ganho mensal de 40,68 euros face ao montante sem diluição.

No caso de um casado, dois titulares, com dois filhos e um salário bruto de 600 euros, o rendimento mensal actual é de 534 euros. Para o ano, cai para 532,28 euros com a sobretaxa, mas sobe para 559,45 euros com a diluição de um dos subsídios. Ou seja, a diluição permite um ganho de 27,17 euros.

No caso de um contribuinte casado, dois titulares, dois filhos e com um salário bruto de 1.200 euros, o vencimento líquido actual é de 990 euros. Com a sobretaxa, o valor cai para 972,32 euros. Se houver diluição, o salário líquido passa a ser de 1.033,35 euros, que dá mais mais 61,03 que o montante sem diluição.

Como as taxas de retenção na fonte vão sofrer alterações, devido às mudanças no escalões de IRS, os valores apresentados nestas simulações vão ter nuances diferentes (a mudança nos escalões penaliza ainda mais os contribuintes). O modelo para a diluição do subsídio também ainda está em discussão: não se sabe se vai ser uma medida obrigatória ou não - mas deve sê-lo - e também não se sabe se a diluição é para um ou para dois subsídios. Certo é que o rendimento mensal será menos penalizado, mas também deixa de haver pelo menos um mês em que o salário dobra.

Até que haja certezas, pode consultar em baixo oito simulações que analisam o impacto da diluição de um dos subsídios. O método adoptado nos cálculos consiste em tributar o subsídio diluído no salário por via da retenção na fonte mensal, uma vez que a sua tributação em separado (como sucede actualmente com o pagamento dos subsídios de férias e de Natal) pode mostrar-se de difícil implementação prática.

13.9.12

Cada funcionário público "vai perder em média 52,5 euros" por mês

in RR

"É uma falácia a forma como o Governo está a anunciar que os trabalhadores só perdem um subsídio", acusa a Frente Comum.

Trabalhadores do privado perdem mais de um salário líquido. Faça as suas contas
Com os cortes para o próximo ano, os funcionários públicos podem perder até três salários, ou seja, uma média de 52,5 euros mensais além dos cortes salariais que já sofreram em 2011 e 2012. As contas são da Frente Comum.

"É uma falácia a forma como o Governo está a anunciar que os trabalhadores só perdem um subsídio", acusa Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum.

Numa conferência de imprensa onde foi feita uma análise ao impacto das mais recentes medidas de austeridade, Ana Avoila disse ser "mau demais" o que está a acontecer aos trabalhadores.

"Este Governo está a servir-se dos trabalhadores da administração pública , usando-os como 'carne para canhão'. É um Governo incompetente ao nível da administração pública. Não percebe bem o que está a fazer."

Sobre a possível de saída de 85 mil trabalhadores da função pública no próximo ano, entre os que têm recibos verdes e os que vão para a reforma, Ana Avoila não tem dúvidas em afirmar que alguns serviços vão parar.

A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública escusou-se a avançar para um cenário de greve geral, apelando aos trabalhadores para que estejam unidos nos locais de trabalho.

A sindicalista lembrou a propósito a "grande jornada de luta nacional" já marcada para 29 de Setembro, em Lisboa, fixando como objectivo encher o Terreiro do Paço "como nunca aconteceu".

No sector privado, e tal como a Renascença avançou na sexta-feira, as perdas por trabalhador são superiores a um ordenado líquido. Nos salários mais elevados, o corte pode ser ascender a dois salários líquidos. Se trabalhar no sector privado, pode usar a calculadora da Renascença, que pode consultar AQUI