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29.8.23

Desemprego no Japão sobe para 2,7% em julho

Por Lusa, in Expresso

A taxa de desemprego japonesa foi de 2,7% em julho, subindo face aos 2,5% do mês anterior

A taxa de desemprego do Japão fixou-se em 2,7%, em julho, com o número de desempregados a aumentar 4% em relação ao ano anterior, informou esta terça-feira, 29 de agosto, o Governo japonês.

O número de desempregados no mês passado foi de 1,8 milhões, o que representa mais 70 mil pessoas, ou um aumento de 4%, em termos homólogos, indicam dados do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações japonês.

No mesmo mês, o número de pessoas a trabalhar no arquipélago situou-se em 67,7 milhões, mais 170 mil, ou 0,3% do que em 2022.

O número de postos de trabalho disponíveis por cada 100 pessoas que procuram emprego no Japão foi de 129 no sétimo mês deste ano, menos um do que em junho.

5.11.19

Microsoft testa semana de quatro dias de trabalho no Japão: produtividade sobe 40%

Claudia Carvalho Silva, in Público on-line

Durante o mês de Agosto, nenhum dos 2300 trabalhadores da Microsoft Japão trabalhou às sextas-feiras. Como resultado, disseram estar mais felizes (e a produtividade também melhorou).

Quatro dias de trabalho, três dias de folga: foi este o modelo que a norte-americana Microsoft decidiu testar nos seus escritórios do Japão, num total de 2300 trabalhadores. Os resultados, divulgados na semana passada, foram positivos: houve um aumento de 39,9% nos níveis de produtividade (o resultado da divisão do número de vendas pelo número de funcionários, comparando-se com os valores homólogos de 2018) e conseguiram ainda fazer subir a taxa de cumprimento (mais 46%) do objectivo de fazer reuniões com a duração máxima de 30 minutos.

Mascarados contra o estigma, os engraxadores bolivianos impõem respeito
“Trabalhar pouco tempo, descansar bem e aprender muito”, resumiu o presidente e CEO da Microsoft Japão, Takuya Hirano. “Quero que os trabalhadores pensem nisto e percebam que conseguem alcançar os mesmos resultados com menos 20% de tempo de trabalho.” Nas conclusões da experiência, os funcionários disseram estar satisfeitos com as medidas de Verão, com 92% dos trabalhadores a afirmarem ter gostado da semana reduzida.

O objectivo é dar mais flexibilidade aos trabalhadores, conciliando-se mais facilmente a vida laboral com a vida pessoal. Assim, os trabalhadores da sucursal japonesa tiveram todas as sextas-feiras de Agosto livres e os escritórios foram fechados nesses dias. O salário era o mesmo, apesar de trabalharem menos dias.

Esta experiência tem como nome “Work Life Choice Challenge 2019 Summer” e através dela registou-se também uma redução de 59% do número de páginas impressas em Agosto (comparando com os dados homólogos de 2018) e do consumo de electricidade (menos 23%).
O teste feito durante o mês de Agosto não passa, para já, de uma experiência-piloto – e não se sabe se será ou não aplicada definitivamente na empresa. Durante o Inverno deverá ser testado um modelo similar, avança o jornal britânico The Guardian. “Estamos sempre à procura de novas formas de inovar e alavancar a nossa própria tecnologia para melhorar a vivência dos nossos trabalhadores por todo o globo”, explicou um representante da empresa.

Esta não foi a primeira empresa a testar este modelo: em 2018, a empresa neozelandesa Perpetual Guardian aplicou o modelo de quatro dias de trabalho durante dois meses, com os seus 240 trabalhadores. Os trabalhadores disseram sentir-se melhor, argumentando que se conseguiam concentrar mais facilmente no trabalho; os níveis de stress desceram 7%.

Em Julho, o PS anunciou que queria retomar a sua proposta do direito a desligar do trabalho nesta legislatura, depois de ter sido chumbada anteriormente. Os socialistas comprometem-se a regular “de forma equilibrada o direito ao desligamento, como factor de separação entre tempo de trabalho e tempo de não trabalho”.

9.11.18

Japão, 30 mil suicídios por ano: riqueza, tecnologia, mas… vazio na alma?

By AG MM, in Paporetlive

Bispo do país atribui as causas à falta de sentido existencial, conectada à profunda carência de espiritualidade e religiosidade.

Uma análise do período compreendido entre 1998 e 2010 apontou que mais de 30 mil pessoas se suicidaram no Japão em cada ano desse intervalo, taxa que, aproximadamente, continua se aplicando até o presente. Cerca de 20% dos suicídios se devem a motivos econômicos e 60% a motivos relacionados com a saúde física e a depressão, conforme recente pesquisa do governo.

O assunto é abordado pelo bispo japonês dom Isao Kikuchi em artigo divulgado pela agência AsiaNews. Ele observa que o drama se tornou mais visível a partir de 1998, “quando diversos bancos japoneses se declararam falidos, a economia do país entrou em recessão e o tradicional ‘sistema de emprego definitivo’ começou a colapsar”.

Durante os 12 anos seguintes, uma média superior a 30 mil pessoas por ano tirou a própria vida num país rico e avançado. O número, alarmante, é cinco vezes maior que o de mortes provocadas anualmente por acidentes nas rodovias.

Riqueza, tecnologia e… vazio na alma

Rodeados por riquezas materiais de todo tipo, os japoneses têm tido graves dificuldades em encontrar esperança no próprio futuro: perderam esperança para continuar vivendo, avalia o bispo.

Paradoxo: após histórica tragédia nacional, suicídios diminuíram

Um sinal de mudança, embora pequeno, foi registrado por ocasião do trágico terremoto seguido de tsunami que causou enorme destruição em áreas do Japão no mês de março de 2011: a partir daquele desastre, que despertou grande solidariedade e união no país, o número de suicídios, de modo aparentemente paradoxal, começou a diminuir. Em 2010 tinham sido 31.690. Em 2011, foram 30.651. Em 2012, 27.858. Em 2013, 27.283. A razão da diminuição não é clara, mas estima-se que uma das causas esteja ligada à reflexão sobre o sentido da vida que se percebeu entre os japoneses depois daquela colossal calamidade.

Motivos para o suicídio

Dom Isao recorda a recente pesquisa do governo que atrela 20% dos suicídios a motivos econômicos, enquanto atribui 60% a fatores de saúde física e depressão. Para o bispo, os estopins do suicídio são complexos demais para se apontar uma causa geral. No entanto, ele considera razoável e verificável afirmar que uma das razões do fenômeno é a falta de sentido espiritual na vida cotidiana dos japoneses.

O prelado observa que a abundância de riquezas materiais e o acesso aos frutos de um desenvolvimento tecnológico extraordinário são insuficientes para levar ao enriquecimento da alma. A sociedade japonesa focou no desenvolvimento material e relegou a espiritualidade e a religiosidade a um plano periférico da vida cotidiana, levando as pessoas a se isolarem e se sentirem vazias, sem significado existencial. E é sabido que o isolamento e o vazio de alma estão entre as principais causas do desespero que, no extremo, leva a dar fim à própria vida.