Céu Neves, in Diário de Notícias
O ministro da Administração Interna (MAI) português discutiu ontem com o homólogo espanhol a forma de combater o tráfico de pessoas, nomeadamente para a exploração laboral. Falaram sobretudo dos imigrantes ilegais de países terceiros à UE.
Rui Pereira remeteu para a investigação da PJ as explicações sobre o tráfico de portugueses para Espanha e a contratação fraudulenta de emigrantes para a Holanda, cujas conclusões o DN ontem avançou. O ministro foi questionado sobre a questão ontem durante uma conferência de imprensa e depois de uma reunião com o homólogo espanhol, Pérez Rubulcaba.
"No âmbito da reunião entre o ministro da Administração Interna português e o ministro do Interior espanhol foi manifestado o empenho de ambos os Estados prevenirem e combaterem, em estreita cooperação, o tráfico de pessoas, incluindo o tráfico para exploração do trabalho, praticado no âmbito da UE", esclareceu o gabinete de imprensa do MAI.
Uma "declaração conjunta", distribuída no final do encontro, sublinha que foi avaliada a cooperação bilateral entre Portugal e Espanha, tendo-se "concluído que se situa num patamar elevado em todos os domínios, desde o controlo de fronteiras até à troca de informações pertinentes à prevenção da criminalidade transnacional e ao terrorismo, incluindo a protecção civil".
Andorra
Também o primeiro ministro de Andorra, Albert Pintat, esteve ontem em Portugal, tendo assinado com José Sócrates um acordo de livre circulação entre os dois países e que facilita o acesso à função pública e à actividade empresarial.
O acordo de livre circulação permite a entrada, circulação, estada e estabelecimento dos nacionais dos dois países , uma reivindicação antiga dos 13 mil portugueses residentes em Andorra. Tinham de esperar 20 anos para abrir uma empresa em Andorra, enquanto os espanhóis e os franceses só precisavam de dez anos para se estabelecerem em Portugal.|