Aníbal Rodrigues, in Jornal Público
Rui Rio duvida de que entidades privadas estejam dispostas a apoiar financeiramente tratamentos tão prolongados
O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, admite sondar privados para que estes apoiem financeiramente o programa autárquico de combate à toxicodependência Porto Feliz. Um programa cujo final foi anunciado há uma semana pelo próprio edil, depois de a Câmara do Porto e o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) não terem conseguido chegar a acordo para a continuidade do apoio por parte deste último organismo. O IDT alega que o Porto Feliz não se adequa às prioridades defendidas no Plano Nacional de Combate à Droga e à Toxicodependência.
"Eu posso chegar aos privados e perguntar", admitiu Rui Rio, anteontem à noite, na Assembleia Municipal do Porto, quando respondia a uma pergunta da deputada do PS Teresa Andresen, que quis saber se o autarca ponderava a hipótese de recorrer a apoios privados. Porém, o edil duvida da eficácia desta diligência. "Acho que isso não tem pés para andar, principalmente quando uma pessoa destas não demora seis meses a recuperar, mas sim dois ou três anos."
O presidente da Câmara do Porto aproveitou para esclarecer alguns passos deste processo, como aquilo que está em causa - diferentes concepções de tratamento e não uma simples recusa do IDT em continuar a apoiar o Porto Feliz. "Se é para se fazer o que compete ao Governo, então que o faça o Governo, não precisa da câmara para nada", comentou. O autarca explicou que, depois de o IDT ter denunciado o protocolo, em Julho de 2006, o programa já tinha terminado, de facto, em Novembro último e que o anúncio feito há uma semana foi um acto administrativo.
Ainda segundo Rio, desde Julho que a autarquia tentou chegar a um acordo para a renovação do protocolo com o IDT, sem que o assunto tivesse sido tornado público.