por Filipa Ambrósio de Sousa, in Diário de Notícias
Desalojados de Lisboa, Porto e Faro com refeições quentes e cobertores. Segunda-feira a Câmara de Lisboa enviou para o terreno equipas de rua que à segunda-feira não estão activas. Porto desdramatiza situação
Refeições com mais calorias e cobertores foram algumas das medidas urgentes tomadas pelos concelhos de Lisboa, Faro e Porto para a vaga de frio que tem assolado o País nos últimos dias e se prevê que hoje termine.
Apesar de a autarquia da capital não prever "activar já" o plano de contingência para estes desalojados, fonte oficial do gabinete de António Costa confirmou ao DN que desde segunda-feira as equipas de rua estão "a distribuir refeições quentes, com maior nível calórico e cobertores numa acção que é extra-habitual".
No Porto, o vereador Manuel Sampaio Pimentel recusa qualquer plano especial, mas avança que será aberta uma estação de metro para os acolher. "Não quero sequer apelidar estas acções de plano especial mas sim de rotinas que estão prontas para serem activadas", explicou o autarca ao DN. "Já fizemos contactos com a empresa Metro do Porto para disponibilzar uma estação para abrigo, caso se verifique necessário", explicou. "Assim como a distribuição de refeições quentes e também de cobertores."
No ano passado a mesma autarquia chegou a disponibilizar uma habitação com onze camas e refeições quentes. "Mas a verdade é que apenas ficaram preenchidas três vagas porque os sem-abrigo reagem muito a este tipo de ajuda", explica Manuel Sampaio Pimentel.
No âmbito da operação "Abrigo Quente", os sem-abrigo de Faro terão um espaço onde serão servidas refeições quentes e disponibilizadas camas e agasalhos, promovido pela câmara e outras entidades.
A vereadora responsável pela Acção Social, Alexandra Gonçalves, explicou que o espaço, montado no primeiro andar do antigo quartel dos Bombeiros Voluntários, tem capacidade para cerca de trinta pessoas.
Segundo a mesma fonte, os serviços de Acção Social da autarquia têm sinalizados 53 casos de pessoas que não têm abrigo no concelho, embora alguns evitem usufruir de abrigos como este que foi montado na cidade.
Do lado da Direcção-Geral de Saúde, o sub-director José Robalo esclareceu o DN que "não há plano de contingência definido" e que o que está a ser feito é "avisar as autoridades de saúde regionais sobre estas alterações de temperatura", numa actuação "muito próxima da que foi feita durante as ondas de calor", explicou a fonte.
A Protecção Civil aconselhou ontem o uso de várias camadas de roupa, que não devem ser muito justas, a não realização de actividades físicas intensas e contacto imediato com o 112 sempre que surgirem sinais de hipotermia. e chama ainda a atenção para os cuidados a ter com os aquecimentos em casa, para evitar incêndios.