Por Mariana Oliveira, in Jornal Público
O presidente da concelhia do Porto do PS visitou ontem o conjunto habitacional da Bouça e ofereceu a ajuda do partido e dos vereadores na reabilitação da cidade
Foi um alerta que soou a crítica. O presidente da concelhia do Porto do PS, Manuel Pizarro, visitou ontem o conjunto habitacional da Bouça, junto à Rua da Boavista, acompanhado pelo primeiro inquilino do local, Fernando Cardoso, responsável do condomínio e membro da cooperativa que esteve na origem do complexo. E, no fim, não se esqueceu da mensagem à Câmara do Porto. "Não desistam da cidade", pediu, lembrando os inúmeros prédios, bairros e casas degradados e em ruínas no município.
Considerando a visita inspiradora, Manuel Pizarro ofereceu a ajuda do PS e dos seus vereadores para a reabilitação do Porto, insistindo que a autarquia, liderada pelo social-democrata Rui Rio, deve aprender a contar com os cidadãos e as instituições da cidade. "Para conseguir promover a recuperação da cidade, a autarquia tem de se associar aos cidadãos, às associações de moradores e às cooperativas de habitação da cidade", afirmou. E logo realçou que o Porto sempre se destacou pela iniciativa dos seus cidadãos, lamentando as várias derrocadas ocorridas nos últimos meses.
A Bouça, um projecto do arquitecto Siza Vieira, que conta actualmente com 128 habitações, 72 das quais construídas entre 2004 e 2006, foi o bom exemplo. É que a decisão de ampliação e recuperação do bairro que começou a ser habitado em 1979 só foi possível devido aos esforços da Associação de Moradores da Bouça e de várias cooperativas habitacionais, com a ajuda dos poderes autárquicos. "É um bairro ecléctico, onde vivem pessoas de várias origens e condições sociais", notou Pizarro. O também secretário de Estado adjunto e da Saúde ouviu Fernando Cardoso explicar que 11 moradores, sem condições para comprar as habitações, se tornaram inquilinos da Cooperativa das Águas Férreas. Na conversa não faltou a referência à Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto (SRU), uma empresa criada em 2004. "A SRU ajuda em alguma recuperação mas o ritmo é muito lento", sublinhou Pizarro.


