Por Jorge Heitor, in Jornal Público
Angola, os dois Congos e o Afeganistão são alguns dos 22 países que enfrentam grandes dificuldades com as crises alimentares repetidas, disse a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), num relatório conjunto com o Programa Alimentar Mundial (PAM). Relatório que está a ser debatido numa reunião da Comissão de Segurança Alimentar Mundial, há dois dias iniciada em Roma e que termina a 16, Dia Mundial da Alimentação.
A Costa do Marfim e a Etiópia são outros dos países com uma incidência de fome extremamente elevada, devido a uma combinação de calamidades naturais, de conflitos e de debilidade das instituições. A fome crónica e a insegurança alimentar são as características mais comuns de crises prolongadas como as denotadas, de igual modo, na República da Guiné, no Haiti, no Iraque, no Quénia, na Libéria e na Coreia do Norte.
O número global de pessoas que passam fome ultrapassou o ano passado mil milhões de pessoas, mas já desceu este ano para 925 milhões, segundo a FAO. No entanto, de acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa em Política Alimentar, o problema continua a ser "extremamente alarmante" no Burundi, no Chade, na República Democrática do Congo e na Eritreia.
Num segundo patamar, onde a fome continua a ser "alarmante", senão que já de gravidade extrema, situam-se, para além de Angola, a Guiné-Bissau, Moçambique, Timor-Leste, a Índia e o Bangladesh, entre outros. No terceiro patamar, o da fome como problema "grave", estão designadamente a Coreia do Norte, a Mongólia, a Indonésia e o Paquistão.
"As crises alimentares prolongadas representam ameaças contínuas e graves para as vidas e os meios de subsistência", escrevem o director-geral da FAO, Jacques Diouf, e a directora do PAM, Josette Sheeran, no relatório sobre O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo em 2010.22


