7.4.15

Reabilitação. Jovens estão a voltar ao centro das cidades

Por Solange Sousa Mendes, in iOnline

Solteiros e estudantes de Erasmus estão a dar o principal impulso. Libertação do crédito também ajuda

O impulso dado pela reabilitação aos centros urbanos está a ser cada vez mais aproveitado pelos jovens. Solteiros, recém- -casados ou estudantes (estrangeiros) de Erasmus preferem as zonas centrais das cidades. Cada um com as suas preferências, ajustadas à sua realidade.

No caso dos portugueses, a CEO da Remax, Beatriz Rubio, afirmou ao i que a tendência recai no arrendamento, não só por motivos financeiros, como também por causa da instabilidade profissional que se regista actualmente. Os jovens podem estar a trabalhar um dia num sítio e noutro poderão ter de ir para mais longe. Casados e solteiros, por força das circunstâncias, escolhem tipologias diferentes. "Os dados a que temos acesso apontam para arrendamentos em zonas urbanas de apartamentos T0 e T1. Há, no entanto, a nuance da própria constituição do agregado familiar, uma vez que, nos casais jovens, a preferência são apartamentos T2 em zonas mais periféricas", esclareceu.

O imobiliário regista um "comportamento extraordinário", garantiu Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). A Remax não poderia estar mais de acordo. Apesar de o arrendamento ser mais "seguro", ainda há muitos jovens que preferem comprar casa, e os dados apontam para um crescimento nesse sentido, graças à recuperação do crédito bancário. "Este tipo de empréstimo esteve praticamente congelado em 2012 e 2013, assistindo-se a alguma recuperação em 2014", lembrou a mesma fonte, acrescentando que, "em 2015, são vários os indicadores que apontam para o fim de alguns entraves registados noutros anos, designadamente, a descida generalizada do spread bancário." Beatriz Rubio considera que são claros os sinais de que serão concretizados muitos mais negócios em 2015 envolvendo a população jovem. "Não será de todo surpreendente se registarmos crescimentos de 3 dígitos no número de negócios concretizados com clientes jovens", antevê.

Os estudantes de Erasmus também têm contribuído para o dinamismo do arrendamento nas grandes cidades. Segundo o director de operações da ERA Portugal, Rui Torgal, os T3 são as tipologias mais escolhidas porque podem ser partilhados por vários estudantes. Escolhem as zonas mais próximas dos pólos universitários ou, em alternativa, zonas centrais com acesso fácil à rede de transportes colectivos. As casas mobiladas e equipadas com electrodomésticos também fazem parte das suas preferências, o que, segundo o profissional, tem toda a lógica, já que ficam em Portugal pouco tempo. Os contratos têm, por norma, a duração de um semestre. Em Lisboa, o preço da renda varia entre os 7 e os 10 euros/m2. "Se o imóvel estiver devidamente equipado, mobilado e em bom estado, os 10 euros são um valor justo", afirmou. A Alameda e a Av. de Roma são as eleitas pelos estudantes. Aqui, em média, um T1 pode ficar por 500 a 550 euros e um T3 entre os 700 e os 1000 euros.