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20.2.23

Europa atinge segundo maior pico de excesso de mortalidade desde o início da pandemia

Alexandra Campos, in Público online

Portugal registou 1099 mortes acima do esperado entre 28 de Novembro e 18 de Dezembro. No início deste ano, o Instituto Ricardo Jorge identificou já mais 483 óbitos em excesso.

2022 voltou a ser um ano com um elevado excesso de mortalidade por todas as causas na maior parte dos países europeus. Numa altura em que o peso directo da covid-19 diminuiu substancialmente, nas últimas semanas de 2022, nos 28 países e regiões que reportam dados ao projecto de monitorização da mortalidade em excesso EuroMomo, atingiu-se mesmo o segundo maior pico de óbitos acima do esperado desde o início da pandemia, suplantado apenas pelo extraordinário cume observado logo na Primavera de 2020.

Para este pico, observável no site do EuroMomo (European Monitoring of Excessive Mortality), contribuíram essencialmente países como a Alemanha e o Reino Unido, e, ainda que em menor escala, França, Países Baixos, além da Áustria, Dinamarca e Bélgica, entre outros, onde o frio e a epidemia de gripe sazonal e de outros vírus respiratórios terão tido um maior impacto na mortalidade.

Portugal também viu a curva das mortes acima do esperado subir um pouco no final de 2022. Ao longo do ano passado, Portugal surge nos gráficos do EuroMomo com dois picos destacados de excesso de mortalidade na sequência das duas ondas de calor, em Junho e Julho, e, de novo, observa-se um pequeno cume no fim de 2022, mas o excesso de mortalidade que aí sobressai até é inferior ao verificado em Invernos de anos anteriores à pandemia, como em 2018 e 2019.

Neste inverno, o Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) identificou já um período de excesso de mortalidade em três semanas do final de 2022 - 1099 óbitos acima do esperado, entre 28 de Novembro e 18 de Dezembro. Um aumento de mortalidade que, enfatiza, “correspondeu ao pico de actividade gripal em Portugal”. Foi na região Norte que teve maior duração (quatro semanas) e impacto (584 óbitos) e, por faixas etárias, a população com mais de 85 destaca-se claramente como a principal atingida, com "1033 óbitos" em excesso.
 



Já no início deste ano, o Insa identificou um novo período de excesso de mortalidade, que começou em 30 de Janeiro e “ainda está a decorrer”, atingindo agora exclusivamente a população com mais de 75 anos. Em duas semanas (30 de Janeiro a 12 de Fevereiro), estima que tenham ocorrido 483 mortes acima do esperado, excesso que “deverá estar relacionado com o período de frio extremo que ocorreu no início do ano”.

Relativamente ao excesso de mortalidade observado no final de 2022 em vários países europeus, este estará “provavelmente associado à epidemia de gripe, que esta época ocorreu mais precocemente em toda a Europa”, justifica, por escrito, Ana Paula Rodrigues, do Departamento de Epidemiologia do Insa, que pede cautela na análise dos dados do EuroMomo. Porquê? Porque é difícil estabelecer comparações com períodos de excesso de mortalidade anteriores, uma vez que “as linhas de base (mortalidade esperada) não têm em conta a mortalidade observada desde 2020, por causa das importantes variações da mortalidade observadas com a pandemia”.
Em 2022 houve menos 313 óbitos do que no ano anterior

Seja como for, os números actualizados no final da semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que acabámos 2022 com um total de 124.872 óbitos, menos 313 do que em 2021, o ano em que tivemos um pico extraordinário de mortalidade em Janeiro e Fevereiro por causa da pior onda de covid-19. Mas, se a comparação for feita com 2019, a diferença é substancial – foram mais 12.529 óbitos.

O INE destaca o indicador do excesso de mortalidade calculado pelo Eurostat, que compara o número de óbitos registados em cada mês nos países da União Europeia e na Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, com o número médio de mortes no período 2016-2019. Segundo o Eurostat, Portugal registou em 2022 excesso de mortalidade em todos os meses, menos em Janeiro. Exceptuando a Bulgária e a Roménia, no ano passado todos os os países da União Europeia apresentaram excesso de mortalidade, assinala o instituto.

O que parece claro é que na maior parte dos países não se regressou ao padrão de mortalidade anterior à pandemia, como era esperado. O fenómeno do elevado excesso de mortalidade por todas as causa está a intrigar os especialistas, que colocam em uníssono a questão: por que é que continuam a morrer tantas pessoas? A resposta não é simples.

“Normalmente nas situações de excesso de mortalidade não há um único factor”, enfatiza Joan Carles March, professor da Escuela Andaluza de Salud Pública ao jornal El Mundo. “Creio que os três eixos em que assenta o excesso de mortalidade são a covid, as temperaturas e os problemas da assistência sanitária”, especula.

Temos que olhar com cuidado para os gráficos do EuroMomo, começa por advertir também o especialista em bioestatística Paulo Jorge Nogueira, que estuda há décadas o fenómeno da mortalidade. Antes da pandemia de covid-19, em anos de epidemia de gripe e períodos de frio mais intensos, havia sempre picos de excesso de mortalidade, lembra.

Relativamente ao elevado número de mortes por todas as causas registado em 2022, o professor na Escola Nacional de Saúde Pública acredita que se fica a dever em parte ao envelhecimento da população – que estava a aumentar "consecutivamente" há vários anos, ainda que com oscilações anuais. “Mas o envelhecimento da população não explica tudo”, assume.

“Toda a gente achava que íamos voltar ao antigamente, mas este padrão de mortalidade veio para ficar e não é de esperar que as coisas mudem muito”, reflecte.“Há factores sociais e económicos, há toda uma panóplia de motivos, e há pequenos sinais que indicam que pode estar a ocorrer uma degradação, um retrocesso, mas agora é preciso estudar, olhar para as causas de morte, não apenas para o excesso”, recomenda.

“O habitual era os elevados excessos de mortalidade estarem associados a fenómenos agudos, como a gripe ou o calor. Termos a mortalidade persistentemente acima de linha de base é uma mudança de padrão e um alerta”, sustenta Vasco Ricoca Peixoto, investigador da Escola Nacional de Saúde Pública, que sugere igualmente "um conjunto grande de hipóteses" para explicar a continuidade deste fenómeno.

“Sabemos que a infecção [por SARS-CoV-2] aumenta o risco de descompensação de várias doenças, por um lado”, e, por outro, é preciso também levar em conta “o impacto social da pandemia nas populações já vulneráveis em termos sócio-económicos e de isolamento”. A somar a tudo isto, “houve muito menos consultas, cirurgias, rastreios” no primeiro ano da pandemia “e algumas coisas nunca se recuperam”, observa. "Os serviços de saúde também se ressentiram, alguns perderam profissionais", acrescenta, defendendo igualmente que agora é preciso esmiuçar e olhar para as causas de morte.

18.2.22

Nascimentos caem 6% em 2021. Quase 10% das mortes foram com covid

in Público on-line

Portugal voltou a registar saldo natural negativo, mostram dados do INE.

O número de mortes em 2021 aumentou 1,2% face ao ano anterior e o número de nascimentos baixou 5,9%, agravando o saldo natural negativo em Portugal, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta sexta-feira.

“Em 2021, registaram-se 125.147 óbitos em Portugal, mais 1.468 (1,2%) do que em 2020 e mais 12.856 (11,4%) do que em 2019”, segundo as “Estatísticas Vitais - Dados mensais” do INE. Desde 2009 que o número de óbitos registados no país é superior ao número de nascimentos.

Relativamente ao número de mortos por covid-19, os dados indicam que foram registados, no ano passado, 12.004 (6.972 em 2020), correspondendo a 9,6% do total de óbitos.

No mês de Janeiro de 2022, o número de óbitos foi 11.690, valor superior ao registado no mês de Dezembro de 2021 (mais 245 óbitos) e inferior ao observado no mês de Janeiro de 2021 (menos 7.981 - 40,6%).

O número de mortos por covid-19 ascendeu a 972 em Janeiro, representando 8,3% do total de óbitos, mais 454 face a Dezembro de 2021 e menos 4.183 relativamente ao mês de Janeiro do mesmo ano, revelam os dados.

Em Dezembro de 2021 registaram-se 6.875 nados-vivos, correspondendo a um aumento de 9,4% relativamente ao mesmo mês de 2020.

“O número total de nados-vivos registados em 2021 foi 79.692, valor inferior ao verificado em 2019 e 2020, respectivamente, menos 7.334 e menos 4.999 nados-vivos”, salienta o INE.

Em Dezembro de 2021, o saldo natural foi de menos 4.542, desagravando-se relativamente ao do mês homólogo de 2020, quando registou o valor de menos 6.703.

“O saldo natural de 2021 foi -45.289, agravado relativamente ao observado em 2019 (-25.214) e 2020 (-38.932)”, referem os dados do INE.

14.1.21

Em 2020, morreram mais pessoas do que era esperado em Portugal. Como, onde e porquê?

in Expresso

O ano que agora acabou foi desastroso para a saúde, com uma pandemia que, direta ou indiretamente, fez disparar o número de óbitos em Portugal. Qual a dimensão do excesso de mortalidade? Em que idades ele se deu? E em que regiões? Jornalismo de dados em 2 minutos e 59 segundos

Segundo a metodologia do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, as linhas de base são calculadas de forma independente para cada estrato etário. Por isso, o excesso de mortalidade em cada faixa etária apresentado no episódio é superior ao total nacional.

Ao Expresso, Ana Paula Rodrigues, médica de Saúde Pública do Departamento de Epidemiologia do INSA, explica que a análise detalhada às causas de morte que está a ser feita pela DGS só será conhecida mais para a frente em 2021. Pode ler mais detalhadamente sobre isto aqui.

9.11.15

Taxa de natalidade aumentou em 2014, mas nasceram menos 420 bebés

Alexandra Campos, in Público on-line

Taxa de mortalidade infantil voltou a descer ligeiramente no ano passado

A taxa de natalidade aumentou ligeiramente no ano passado, mas mesmo assim nasceram menos 420 bebés do que no ano anterior. A explicação para esta aparente contradição reside no facto de a população residente em Portugal ter continuado a diminuir em 2014, como já tinha acontecido nos quatro anos anteriores, O acréscimo da taxa de natalidade resultou, assim, da "diminuição da população residente em 56.233 habitantes", lê-se nas estatísticas sobre “Natalidade, mortalidade infantil, fetal e perinatal – 2010/2014” divulgadas esta segunda-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Como a taxa de natalidade resulta da proporção de nados-vivos por cem mil habitantes, esta passou de 7,91 para 7,94, nos dois últimos anos. Curiosamente, mesmo as portuguesas residentes no estrangeiro que notificaram o nascimento de bebés à DGS foram menos do que em 2013 – 246 contra 334. No total, considerando o período analisado, em apenas cinco anos nasceram menos 18.894 bebés em Portugal.

No ano passado, só as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e o Alentejo contrariaram a tendência continuada para esta diminuição. Na primeira região, nasceram mais 634 bebés e, na segunda, mais 32. Com tendência inversa, no Norte, Centro e Algarve foram registados menos nados-vivos em 2014 e a região Centro e a Madeira foram aquelas em que a taxa de natalidade atingiu valores mais baixos.

Já a taxa de mortalidade infantil diminuiu, também ligeiramente, passando de 2,95 por mil nados-vivos em 2013 para 2,80, no ano passado, porque se verificaram menos 12 mortes em bebés até um ano de idade. Mas aumentou a taxa de mortalidade fetal (fetos mortos in utero às 28 semanas de gestação ou mais) e a mortalidade perinatal (óbitos fetais in utero de 28 semanas ou mais e óbitos de nados-vivos com menos de sete dias de idade) , com mais 26 mortes.

Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) recentemente divulgados já apontavam no sentido do ligeiro aumento da taxa de natalidade e da diminuição do número de residentes em Portugal, apesar de não serem totalmente coincidentes. As estatísticas demográficas do INE indicavam que o país tinha em 2014 menos 52.479 residentes do que em 2013, com uma população total estimada de 10.374.822.

Entre 2009 e 2014, a tendência observada foi a de saída de mais pessoas para residir no estrangeiro e da entrada de menos imigrantes. Como resultado deste fenómeno, no ano passado havia menos 245.676 pessoas entre os 15 e os 64 anos a viver em Portugal do que em 2009.

Apesar desta tendência, o INE destacava pela positiva o facto de a descida no número de nascimentos entre 2013 e 2014 ter sido menos acentuada do que a verificada em anos anteriores. Dados já divulgados sobre os nascimentos nos primeiros seis meses deste ano indicam também que este ano a tendência deverá ser a inversa, uma vez que tinham sido registados mais cerca de 1500 bebés do que no mesmo período de 2014.

29.10.15

Quase 40% dos suicídios são cometidos por idosos

Romana Borja-Santos, in Público on-line

Instituto Nacional de Medicina Legal analisou autópsias de 2013 e 2014. Nesses dois anos foram registados 767 suicídios de idosos.
Há várias diferenças entre as mortes em meios urbanos e em meios rurais Pedro Cunha

Nos últimos dois anos, das 2067 autópsias a casos de suicídio que o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) conduziu, quase 40% disseram respeito a mortes de idosos, que representaram 767 óbitos. A esmagadora maioria dos suicídios ainda acontece em homens, com quase 600 suicídios, e há também diferenças entre as várias zonas do país e os métodos utilizados, explica ao PÚBLICO o vice-presidente do INLMCF e autor do trabalho, João Pinheiro. O especialista considera que estes dados merecem uma reflexão, no sentido de elaborar melhores estratégias de prevenção desta realidade junto das populações mais vulneráveis.

O trabalho O Suicídio de Idosos em Portugal: Estudo de 2 Anos de Autópsias, antecipado ao PÚBLICO e feito em parceria com José Vieira de Sousa, Maria Cristina de Mendonça, António Padilha e Jorge Rosmaninho, será apresentado na conferência anual do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), que começa nesta quinta-feira, em Coimbra, e que até sexta-feira acolhe mais de 400 especialistas. O encontro, que se realiza pela segunda vez, pretende impor-se como “grande evento científico da medicina legal e das ciências forenses em Portugal”.

“A missão do instituto nestes e noutros trabalhos é pôr os mortos ao serviço dos vivos. Todas as nossas autópsias têm um objectivo imediato de um caso concreto, como encontrar o culpado de um homicídio. Mas temos imensos dados que estão fechados e a nossa conferência serve para promover que estes resultados – que resolvem problemas concretos – sirvam depois para a comunidade científica, para investigar e prevenir situações como o suicídio de idosos”, frisa João Pinheiro. Sobre os suicídios em geral, o médico forense adianta que os dados do INMLCF indicam que os números não aumentaram com a crise e que se mantiveram estáveis na última década.

Mas o responsável sublinha o “grande peso” que os idosos têm, representando 37% do total de suicídios nos anos em análise, numa altura em que a população mais velha ocupa uma fatia cada vez maior e em que o Eurostat, Serviço de Estatística da União Europeia, estima que em Portugal a percentagem de pessoas com idade igual ou superior a 80 anos tenha um peso de 5,5% e que este valor ultrapasse os 15% em 2080. O vice-presidente do instituto alerta, também, que os dados dos óbitos pecam por defeito, uma vez que existem casos em que os procuradores dispensam a realização de autópsia.

Distritos com mais casos
Concretamente sobre os idosos, João Pinheiro destaca que “Lisboa, Porto, Faro, Setúbal e Santarém” são os cinco distritos com mais casos de suicídios acima dos 65 anos. Contudo, ressalva que é preciso cruzar estes dados com o peso da população dessas mesmas zonas. Mais importante, defende o médico, é a importância que os antecedentes psiquiátricos parecem ter neste desfecho. Menos expressivos mas também presentes estão os casos de pessoas com cancro ou com as chamadas comorbilidades, isto é, que acumulam várias doenças, como hipertensão, diabetes e outras patologias próprias da idade.

“Os antecedentes psiquiátricos, nos casos em que foi possível apurar, revelaram-se estatisticamente significativos como factor de risco para o suicídio precoce. As pessoas que tinham estes factores de risco suicidaram-se mais cedo do que as outras dentro do grupo dos idosos, com uma média de 74 anos. É uma associação forte e em termos de estratégia de prevenção este é um factor importante. O acompanhamento psiquiátrico destas pessoas pode ajudar a prevenir o suicídio”, insiste João Pinheiro, que apela a um debate alargado sobre estas temáticas.

O dirigente do INMLCF reitera que é importante que a sociedade encontre mais respostas para o “isolamento, doenças, falta de apoio familiar, perda de autonomia e algumas dificuldades financeiras” que levam os idosos a caminhar para esta solução extrema. Na amostra total das 767 autópsias de idosos a idade média ultrapassou os 76 anos. O tema do isolamento foi destacado recentemente pela GNR, aquando da divulgação, em Maio, da Operação Censos Sénior 2015, em que esta força de segurança identificou mais de 5200 idosos a viverem sozinhos, isolados ou com limitações físicas e psicológicas. Os militares da GNR sinalizaram 39.216 pessoas com mais de 65 anos em situação precária, quando em 2011 eram 15.596 idosos nessas condições.

Quanto à localização das mortes, o trabalho agora dado a conhecer pelo INMLCF permitiu também apurar que, em 2013 e 2014, dos mais de 700 suicídios houve quase 600 localizados no litoral, 160 no interior e 12 nas ilhas. Quanto a uma divisão entre sul, centro e norte, foram registadas 400 autópsias, 175 e 180, respectivamente. No entanto, João Pinheiro alerta, mais uma vez, que falta aprofundar estas tendências cruzando estes dados com o total de população de cada uma das áreas.

Apesar disso, o médico legista diz que é possível identificar algumas diferenças, sobretudo entre as zonas rurais e as zonas urbanas e entre sexos. “Os homens preferem os métodos mais violentos, como consta da literatura e os nossos dados replicam. Preferem em geral os enforcamentos e as armas de fogo, enquanto as mulheres preferem os chamados métodos mais soft. Só uma mulher recorreu a arma de fogo nestes 700 casos. Predominam os afogamentos, que na nossa população é tipicamente em poços e em zonas rurais e as intoxicações com pesticidas”, adianta.

João Pinheiro refere que, ao contrário do que se possa pensar, os medicamentos não são um método usual. Só foram registados nove casos, contra 60 de pesticidas. Destaca também o “número impressionante” de enforcamentos, que ultrapassa os 400, e que predominam nos meios rurais, com as chamadas lesões traumáticas, como as quedas de zonas altas, a serem mais frequentes em meios urbanos. Depois dos enforcamentos, as armas de fogo foram o método mais utilizado, seguidas pelo afogamento, pesticidas e precipitação (quedas).