in Diário Digital
O diretor do Observatório de Luta Contra a Pobreza na cidade de Lisboa, Sérgio Aires, diz que não se sabe quantos pobres vivem na capital portuguesa, porque, considera, «nunca houve vontade política» para calcular a pobreza a este nível territorial.
«Não conhecemos a taxa de pobreza nas cidades. Não sabemos quantos pobres há em Lisboa», disse à Lusa Sérgio Aires, defendendo que, «do ponto de vista técnico, era perfeitamente possível chegar a uma solução de cálculo, mas, do ponto de vista político, parece nunca ter havido vontade para fazê-lo, nem ao nível nacional nem europeu».
E mesmo à escala nacional, explicou, os dados sobre a pobreza «devem ser vistos apenas como indicações». Hoje, diz, «vivemos uma situação caricata». Apesar do que revelam sobre a situação social do país os dados do desemprego e os dados do acesso ao subsídio de desemprego -- a taxa é de 17,7% e as prestações de desemprego chegam apenas a 44% dos desempregados -- a taxa de risco de pobreza em Portugal está a diminuir.
Mostrar mensagens com a etiqueta EAPN Portugal - OLCPCL (Sergio Aires 2º trimestre). Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta EAPN Portugal - OLCPCL (Sergio Aires 2º trimestre). Mostrar todas as mensagens
27.5.13
Não se sabe quantos pobres há na capital diz diretor de Observatório da Luta Contra a Pobreza
in RTP
O diretor do Observatório de Luta Contra a Pobreza na cidade de Lisboa, Sérgio Aires, diz que não se sabe quantos pobres vivem na capital portuguesa, porque, considera, "nunca houve vontade política" para calcular a pobreza a este nível territorial.
"Não conhecemos a taxa de pobreza nas cidades. Não sabemos quantos pobres há em Lisboa", disse à Lusa Sérgio Aires, defendendo que, "do ponto de vista técnico, era perfeitamente possível chegar a uma solução de cálculo, mas, do ponto de vista político, parece nunca ter havido vontade para fazê-lo, nem ao nível nacional nem europeu".
E mesmo à escala nacional, explicou, os dados sobre a pobreza "devem ser vistos apenas como indicações". Hoje, diz, "vivemos uma situação caricata". Apesar do que revelam sobre a situação social do país os dados do desemprego e os dados do acesso ao subsídio de desemprego -- a taxa é de 17,7% e as prestações de desemprego chegam apenas a 44% dos desempregados -- a taxa de risco de pobreza em Portugal está a diminuir.
"Isto acontece porque a definição oficial de pobreza mede-se tendo em consideração o rendimento mediano do país. Assim, se o rendimento mediano baixa, como vem a acontecer em Portugal, em consequência da diminuição ou estagnação dos salários, também baixa o limiar de pobreza contido na definição oficial de pobreza", explicou.
Desta forma, acrescentou, "reduz-se o número de pobres em função do empobrecimento geral do país".
De acordo com dados do Instituto da Segurança Social, entre 2006 e 2012, o número de famílias beneficiárias do Rendimento Social de Inserção (RSI) no distrito de Lisboa quase triplicou, passando de 13 mil para 31 mil.
Contudo, entre 2010 e 2012 houve uma quebra no número de famílias beneficiárias desta prestação social: de quase 37 mil em 2010, desce-se para 33 mil em 2011 e para 31 mil em 2012. Esta mudança foi acompanhada da descida do valor médio da prestação por agregado: de 239 euros em 2006, desceu para 215 euros em 2012.
No total, o número de beneficiários do RSI no distrito de Lisboa passou de 35 mil em 2006 para 80 mil em 2012, e também aqui se registou uma redução do número de beneficiários entre 2010 e 2012: de 94 mil beneficiários do RSI em Lisboa em 2010, passou-se para 85 mil em 2011 e para 80 mil em 2012.
Para Sérgio Aires, a evolução geral dos indicadores desta prestação não pode, "necessariamente, nesta conjuntura, significar menos necessidade". O sociólogo considera que esta evolução traduz, essencialmente, as mudanças nas regras de acesso à medida.
No caso das insolvências de empresas -- que também ajudam a ter uma ideia sobre a pobreza na capital -- mais do que duplicaram entre 2009 e abril de 2013, de acordo com dados sistematizados pelo Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa.
Enquanto em 2009 houve 94 empresas no concelho de Lisboa a declararem insolvência, esse número subiu para 165 em 2012 e no final de abril de 2013 era já de 199 empresas.
Também o número de insolvências de pessoas singulares no concelho de Lisboa teve um aumento muito significativo: de 151 indivíduos a declarar insolvência em 2009, o número passou para 1275 em 2011, e foi de 2374 em 2012.
Para o sociólogo, este é um indicador económico "com uma leitura direta" em relação à pobreza: "O nosso tecido empresarial é caracterizado por muitas empresas de pequena dimensão e familiares. É óbvio que estes episódios desencadeiam pobreza", afirmou.
E às vezes, acrescentou, isso nem acontece de forma direta. "Acontece porque os pais socorrem os filhos. Porque esta `geração à rasca` está a ser ajudada pelos pais e pelos avós, que colocam o seu bem-estar em risco para ajudar a família".
O diretor do Observatório de Luta Contra a Pobreza na cidade de Lisboa, Sérgio Aires, diz que não se sabe quantos pobres vivem na capital portuguesa, porque, considera, "nunca houve vontade política" para calcular a pobreza a este nível territorial.
"Não conhecemos a taxa de pobreza nas cidades. Não sabemos quantos pobres há em Lisboa", disse à Lusa Sérgio Aires, defendendo que, "do ponto de vista técnico, era perfeitamente possível chegar a uma solução de cálculo, mas, do ponto de vista político, parece nunca ter havido vontade para fazê-lo, nem ao nível nacional nem europeu".
E mesmo à escala nacional, explicou, os dados sobre a pobreza "devem ser vistos apenas como indicações". Hoje, diz, "vivemos uma situação caricata". Apesar do que revelam sobre a situação social do país os dados do desemprego e os dados do acesso ao subsídio de desemprego -- a taxa é de 17,7% e as prestações de desemprego chegam apenas a 44% dos desempregados -- a taxa de risco de pobreza em Portugal está a diminuir.
"Isto acontece porque a definição oficial de pobreza mede-se tendo em consideração o rendimento mediano do país. Assim, se o rendimento mediano baixa, como vem a acontecer em Portugal, em consequência da diminuição ou estagnação dos salários, também baixa o limiar de pobreza contido na definição oficial de pobreza", explicou.
Desta forma, acrescentou, "reduz-se o número de pobres em função do empobrecimento geral do país".
De acordo com dados do Instituto da Segurança Social, entre 2006 e 2012, o número de famílias beneficiárias do Rendimento Social de Inserção (RSI) no distrito de Lisboa quase triplicou, passando de 13 mil para 31 mil.
Contudo, entre 2010 e 2012 houve uma quebra no número de famílias beneficiárias desta prestação social: de quase 37 mil em 2010, desce-se para 33 mil em 2011 e para 31 mil em 2012. Esta mudança foi acompanhada da descida do valor médio da prestação por agregado: de 239 euros em 2006, desceu para 215 euros em 2012.
No total, o número de beneficiários do RSI no distrito de Lisboa passou de 35 mil em 2006 para 80 mil em 2012, e também aqui se registou uma redução do número de beneficiários entre 2010 e 2012: de 94 mil beneficiários do RSI em Lisboa em 2010, passou-se para 85 mil em 2011 e para 80 mil em 2012.
Para Sérgio Aires, a evolução geral dos indicadores desta prestação não pode, "necessariamente, nesta conjuntura, significar menos necessidade". O sociólogo considera que esta evolução traduz, essencialmente, as mudanças nas regras de acesso à medida.
No caso das insolvências de empresas -- que também ajudam a ter uma ideia sobre a pobreza na capital -- mais do que duplicaram entre 2009 e abril de 2013, de acordo com dados sistematizados pelo Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa.
Enquanto em 2009 houve 94 empresas no concelho de Lisboa a declararem insolvência, esse número subiu para 165 em 2012 e no final de abril de 2013 era já de 199 empresas.
Também o número de insolvências de pessoas singulares no concelho de Lisboa teve um aumento muito significativo: de 151 indivíduos a declarar insolvência em 2009, o número passou para 1275 em 2011, e foi de 2374 em 2012.
Para o sociólogo, este é um indicador económico "com uma leitura direta" em relação à pobreza: "O nosso tecido empresarial é caracterizado por muitas empresas de pequena dimensão e familiares. É óbvio que estes episódios desencadeiam pobreza", afirmou.
E às vezes, acrescentou, isso nem acontece de forma direta. "Acontece porque os pais socorrem os filhos. Porque esta `geração à rasca` está a ser ajudada pelos pais e pelos avós, que colocam o seu bem-estar em risco para ajudar a família".
Observatório de Luta Contra a Pobreza - Número de pobres em Lisboa não está quantificado
in Diário de Notícias
O diretor do Observatório de Luta Contra a Pobreza na cidade de Lisboa, Sérgio Aires, diz que não se sabe quantos pobres vivem na capital portuguesa, porque, considera, "nunca houve vontade política" para calcular a pobreza a este nível territorial.
"Não conhecemos a taxa de pobreza nas cidades. Não sabemos quantos pobres há em Lisboa", disse à Lusa Sérgio Aires, defendendo que, "do ponto de vista técnico, era perfeitamente possível chegar a uma solução de cálculo, mas, do ponto de vista político, parece nunca ter havido vontade para fazê-lo, nem ao nível nacional nem europeu".
E mesmo à escala nacional, explicou, os dados sobre a pobreza "devem ser vistos apenas como indicações". Hoje, diz, "vivemos uma situação caricata". Apesar do que revelam sobre a situação social do país os dados do desemprego e os dados do acesso ao subsídio de desemprego -- a taxa é de 17,7% e as prestações de desemprego chegam apenas a 44% dos desempregados -- a taxa de risco de pobreza em Portugal está a diminuir.
"Isto acontece porque a definição oficial de pobreza mede-se tendo em consideração o rendimento mediano do país. Assim, se o rendimento mediano baixa, como vem a acontecer em Portugal, em consequência da diminuição ou estagnação dos salários, também baixa o limiar de pobreza contido na definição oficial de pobreza", explicou.
Desta forma, acrescentou, "reduz-se o número de pobres em função do empobrecimento geral do país".
De acordo com dados do Instituto da Segurança Social, entre 2006 e 2012, o número de famílias beneficiárias do Rendimento Social de Inserção (RSI) no distrito de Lisboa quase triplicou, passando de 13 mil para 31 mil.
Contudo, entre 2010 e 2012 houve uma quebra no número de famílias beneficiárias desta prestação social: de quase 37 mil em 2010, desce-se para 33 mil em 2011 e para 31 mil em 2012. Esta mudança foi acompanhada da descida do valor médio da prestação por agregado: de 239 euros em 2006, desceu para 215 euros em 2012.
No total, o número de beneficiários do RSI no distrito de Lisboa passou de 35 mil em 2006 para 80 mil em 2012, e também aqui se registou uma redução do número de beneficiários entre 2010 e 2012: de 94 mil beneficiários do RSI em Lisboa em 2010, passou-se para 85 mil em 2011 e para 80 mil em 2012.
Para Sérgio Aires, a evolução geral dos indicadores desta prestação não pode, "necessariamente, nesta conjuntura, significar menos necessidade". O sociólogo considera que esta evolução traduz, essencialmente, as mudanças nas regras de acesso à medida.
No caso das insolvências de empresas -- que também ajudam a ter uma ideia sobre a pobreza na capital -- mais do que duplicaram entre 2009 e abril de 2013, de acordo com dados sistematizados pelo Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa.
Enquanto em 2009 houve 94 empresas no concelho de Lisboa a declararem insolvência, esse número subiu para 165 em 2012 e no final de abril de 2013 era já de 199 empresas.
Também o número de insolvências de pessoas singulares no concelho de Lisboa teve um aumento muito significativo: de 151 indivíduos a declarar insolvência em 2009, o número passou para 1275 em 2011, e foi de 2374 em 2012.
Para o sociólogo, este é um indicador económico "com uma leitura direta" em relação à pobreza: "O nosso tecido empresarial é caracterizado por muitas empresas de pequena dimensão e familiares. É óbvio que estes episódios desencadeiam pobreza", afirmou.
E às vezes, acrescentou, isso nem acontece de forma direta. "Acontece porque os pais socorrem os filhos. Porque esta 'geração à rasca' está a ser ajudada pelos pais e pelos avós, que colocam o seu bem-estar em risco para ajudar a família".
O diretor do Observatório de Luta Contra a Pobreza na cidade de Lisboa, Sérgio Aires, diz que não se sabe quantos pobres vivem na capital portuguesa, porque, considera, "nunca houve vontade política" para calcular a pobreza a este nível territorial.
"Não conhecemos a taxa de pobreza nas cidades. Não sabemos quantos pobres há em Lisboa", disse à Lusa Sérgio Aires, defendendo que, "do ponto de vista técnico, era perfeitamente possível chegar a uma solução de cálculo, mas, do ponto de vista político, parece nunca ter havido vontade para fazê-lo, nem ao nível nacional nem europeu".
E mesmo à escala nacional, explicou, os dados sobre a pobreza "devem ser vistos apenas como indicações". Hoje, diz, "vivemos uma situação caricata". Apesar do que revelam sobre a situação social do país os dados do desemprego e os dados do acesso ao subsídio de desemprego -- a taxa é de 17,7% e as prestações de desemprego chegam apenas a 44% dos desempregados -- a taxa de risco de pobreza em Portugal está a diminuir.
"Isto acontece porque a definição oficial de pobreza mede-se tendo em consideração o rendimento mediano do país. Assim, se o rendimento mediano baixa, como vem a acontecer em Portugal, em consequência da diminuição ou estagnação dos salários, também baixa o limiar de pobreza contido na definição oficial de pobreza", explicou.
Desta forma, acrescentou, "reduz-se o número de pobres em função do empobrecimento geral do país".
De acordo com dados do Instituto da Segurança Social, entre 2006 e 2012, o número de famílias beneficiárias do Rendimento Social de Inserção (RSI) no distrito de Lisboa quase triplicou, passando de 13 mil para 31 mil.
Contudo, entre 2010 e 2012 houve uma quebra no número de famílias beneficiárias desta prestação social: de quase 37 mil em 2010, desce-se para 33 mil em 2011 e para 31 mil em 2012. Esta mudança foi acompanhada da descida do valor médio da prestação por agregado: de 239 euros em 2006, desceu para 215 euros em 2012.
No total, o número de beneficiários do RSI no distrito de Lisboa passou de 35 mil em 2006 para 80 mil em 2012, e também aqui se registou uma redução do número de beneficiários entre 2010 e 2012: de 94 mil beneficiários do RSI em Lisboa em 2010, passou-se para 85 mil em 2011 e para 80 mil em 2012.
Para Sérgio Aires, a evolução geral dos indicadores desta prestação não pode, "necessariamente, nesta conjuntura, significar menos necessidade". O sociólogo considera que esta evolução traduz, essencialmente, as mudanças nas regras de acesso à medida.
No caso das insolvências de empresas -- que também ajudam a ter uma ideia sobre a pobreza na capital -- mais do que duplicaram entre 2009 e abril de 2013, de acordo com dados sistematizados pelo Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa.
Enquanto em 2009 houve 94 empresas no concelho de Lisboa a declararem insolvência, esse número subiu para 165 em 2012 e no final de abril de 2013 era já de 199 empresas.
Também o número de insolvências de pessoas singulares no concelho de Lisboa teve um aumento muito significativo: de 151 indivíduos a declarar insolvência em 2009, o número passou para 1275 em 2011, e foi de 2374 em 2012.
Para o sociólogo, este é um indicador económico "com uma leitura direta" em relação à pobreza: "O nosso tecido empresarial é caracterizado por muitas empresas de pequena dimensão e familiares. É óbvio que estes episódios desencadeiam pobreza", afirmou.
E às vezes, acrescentou, isso nem acontece de forma direta. "Acontece porque os pais socorrem os filhos. Porque esta 'geração à rasca' está a ser ajudada pelos pais e pelos avós, que colocam o seu bem-estar em risco para ajudar a família".
Novos pobres "quase" excluídos de prestações sociais
in Diário de Notícias
O diretor do Observatório de Luta Contra a Pobreza em Lisboa considera que os novos pobres "têm muita dificuldade em aceder" a prestações sociais de combate à pobreza e à exclusão social, como o Rendimento Social de Inserção (RSI).
"Os chamados novos pobres têm muita dificuldade em aceder a este tipo de medidas. Mesmo estando endividados, estando a passar fome, tendo móveis ou imóveis em seu nome, estão quase automaticamente excluídos do acesso a este recurso", disse Sérgio Aires à agência Lusa.
De acordo com dados do Instituto da Segurança Social, entre 2006 e 2012, o número de famílias beneficiárias do RSI no distrito de Lisboa passou de 13 mil para 31 mil.
Contudo, entre 2010 e 2012 houve uma quebra no número de famílias beneficiárias desta prestação social: de quase 37 mil em 2010, desce-se para 33 mil em 2011 e para 31 mil em 2012. Esta evolução foi acompanhada da descida do valor médio da prestação por agregado: de 239 euros em 2006, desceu para 215 euros em 2012.
No total, o número de beneficiários do RSI no distrito de Lisboa passou de 35 mil em 2006 para 80 mil em 2012, e também aqui se registou uma redução do número de beneficiários entre 2010 e 2012: de 94 mil beneficiários do RSI em Lisboa em 2010, passou-se para 85 mil em 2011 e para 80 mil em 2012.
A descida do número de beneficiários em Lisboa foi acompanhada da descida do valor médio da prestação por indivíduo: de 88 euros em 2006 desceu para 86 euros em 2012.
Para o sociólogo, esta evolução pode ser também o resultado de uma maior fiscalização sobre os apoios, "mas, acima de tudo, é o resultado das alterações das regras de acesso". O direito a este recurso, diz, "foi de tal forma dificultado, quer do ponto de vista administrativo, quer pela forma de cálculo da medida, que houve muitas pessoas que, mesmo necessitando desta prestação, acabaram por ser excluídas".
"Estamos a falar de um apoio para pessoas que vivem muito abaixo do limiar da pobreza. Pessoas que, embora tendo um emprego, não ganham o suficiente para estarem acima do limiar que permite serem beneficiárias do RSI, afirmou, lamentando que "alguns decisores políticos, a diferentes níveis, não tenham nunca feito um esforço para dar visibilidade a isto, contribuindo, ao contrário, muitas vezes para alimentar os piores estereótipos sobre os beneficiários".
Sempre houve, e hoje haverá provavelmente ainda mais, diz, muitos trabalhadores pobres a solicitar o RSI. A medida, considera o responsável, "tem muitas virtualidades que não são concretizadas, e outras que têm sido muitas vezes escamoteadas por preconceito ideológico", nomeadamente, exemplificou, o impacto no combate à pobreza infantil e na formação de adultos.
"É bom não esquecer que antes desta crise Portugal já tinha uma taxa de risco de pobreza a rondar os dois milhões de pessoas", concluiu.
O diretor do Observatório de Luta Contra a Pobreza em Lisboa considera que os novos pobres "têm muita dificuldade em aceder" a prestações sociais de combate à pobreza e à exclusão social, como o Rendimento Social de Inserção (RSI).
"Os chamados novos pobres têm muita dificuldade em aceder a este tipo de medidas. Mesmo estando endividados, estando a passar fome, tendo móveis ou imóveis em seu nome, estão quase automaticamente excluídos do acesso a este recurso", disse Sérgio Aires à agência Lusa.
De acordo com dados do Instituto da Segurança Social, entre 2006 e 2012, o número de famílias beneficiárias do RSI no distrito de Lisboa passou de 13 mil para 31 mil.
Contudo, entre 2010 e 2012 houve uma quebra no número de famílias beneficiárias desta prestação social: de quase 37 mil em 2010, desce-se para 33 mil em 2011 e para 31 mil em 2012. Esta evolução foi acompanhada da descida do valor médio da prestação por agregado: de 239 euros em 2006, desceu para 215 euros em 2012.
No total, o número de beneficiários do RSI no distrito de Lisboa passou de 35 mil em 2006 para 80 mil em 2012, e também aqui se registou uma redução do número de beneficiários entre 2010 e 2012: de 94 mil beneficiários do RSI em Lisboa em 2010, passou-se para 85 mil em 2011 e para 80 mil em 2012.
A descida do número de beneficiários em Lisboa foi acompanhada da descida do valor médio da prestação por indivíduo: de 88 euros em 2006 desceu para 86 euros em 2012.
Para o sociólogo, esta evolução pode ser também o resultado de uma maior fiscalização sobre os apoios, "mas, acima de tudo, é o resultado das alterações das regras de acesso". O direito a este recurso, diz, "foi de tal forma dificultado, quer do ponto de vista administrativo, quer pela forma de cálculo da medida, que houve muitas pessoas que, mesmo necessitando desta prestação, acabaram por ser excluídas".
"Estamos a falar de um apoio para pessoas que vivem muito abaixo do limiar da pobreza. Pessoas que, embora tendo um emprego, não ganham o suficiente para estarem acima do limiar que permite serem beneficiárias do RSI, afirmou, lamentando que "alguns decisores políticos, a diferentes níveis, não tenham nunca feito um esforço para dar visibilidade a isto, contribuindo, ao contrário, muitas vezes para alimentar os piores estereótipos sobre os beneficiários".
Sempre houve, e hoje haverá provavelmente ainda mais, diz, muitos trabalhadores pobres a solicitar o RSI. A medida, considera o responsável, "tem muitas virtualidades que não são concretizadas, e outras que têm sido muitas vezes escamoteadas por preconceito ideológico", nomeadamente, exemplificou, o impacto no combate à pobreza infantil e na formação de adultos.
"É bom não esquecer que antes desta crise Portugal já tinha uma taxa de risco de pobreza a rondar os dois milhões de pessoas", concluiu.
Subscrever:
Mensagens (Atom)