Habitação social: um pedido novo por dia

Carina Fonseca, in Jornal de Notícias

Há um novo pedido de habitação, por motivos de despejo, em média, a entrar, todos os dias, na Câmara de Coimbra. O alerta foi dado pelo vereador da Habitação, Francisco Queirós, ontem, na reunião do Executivo. É mais uma face da "nova pobreza", observou.

São "pessoas de classe média que deixaram de conseguir pagar as rendas", aquelas que, diariamente, têm procurado auxílio junto do Departamento de Habitação da Autarquia, revelou o vereador da CDU. E nem sempre de classe média baixa, clarificou, em declarações ao JN, já à margem da sessão. Os divórcios estão na origem de muitas destas "situações dramáticas", no dizer do autarca.

Esta realidade tem vindo a intensificar-se ao longo dos últimos três meses, explicou Francisco Queirós, sublinhando que "A Câmara está a acompanhar todos os casos, mas, se isto continuar assim, não há possibilidade de dar resposta". Para o vereador comunista - que já estabeleceu contactos com a Segurança Social, a dar conta deste "problema que cresce a cada semana que passa" -, o Governo tem a obrigação de intervir. Até porque, a seu ver, a situação, noutros pontos do país, deve ser idêntica.

A estes pedidos juntam-se os "normais", diz Francisco Queirós, lembrando que existem cerca de mil habitações municipais. Destas, quase 800 são propriedade da Câmara. As restantes estão subarrendadas a munícipes.

Na mesma sessão, a Câmara aprovou, por unanimidade, um projecto de sinalização direccional pedonal que contempla as duas margens do Parque Verde do Mondego, bem como a zona monumental de Santa Clara.

O objectivo é disponibilizar aos utilizadores informações sobre os pólos de atracção de cada zona, desta feita, em Português e em Inglês, em nome de "uma cidade que se quer cada vez mais internacionalizada", como frisou o vice-presidente da Autarquia, João Barbosa de Melo, em conversa com os jornalistas.

O projecto, que deverá ser colocado em concurso público num curto prazo, exige um investimento acima de 30 mil euros, segundo o director do Departamento de Planeamento, António Vilela.