27.2.10

Com os excluídos não importa jogar, mas intervir

Luís Filipe Santos, in Agência Ecclesia

Alerta D. Carlos Azevedo na Nota Pastoral para a Semana Cáritas


Na Nota Pastoral para a Semana Caritas (1 a 7 de Março), o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo sublinha que a complexidade dos problemas, dada a sua articulação económica, política, cultural e socio-pedagógica, “torna a exclusão um monstro, que alguns pensariam descartável”. Ou seja: “a dificuldade em enfrentar e curar o mal pode excluir a questão para os discursos da retórica, a que o ano europeu obriga”. “Com os excluídos não importa jogar, mas intervir”.

A existência de excluídos “denuncia as feridas do corpo social a que pertencemos. Nós estamos doentes com eles e necessitamos de uma operação. E a intervenção é prolongada” – lê-se na Nota Pastoral para a Semana Cáritas. E acrescenta: “seria desperdício escandaloso gastar vida e recursos em tarefas superficiais e secundárias, quando há ocasião oportuna para acção urgente e eficaz”.

O grande exercício de transformação das situações, “através da promoção de valores e de atitudes, do desenvolvimento do sentido crítico, da participação activa, é próprio de quem acredita no futuro” – realça o documento do presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.

Depois de pedir: “Temos de chegar ao que a Caritas Europa chamou Pobreza zero”, D. Carlos Azevedo aconselha a “um conhecimento crítico e transparente da realidade, muito ocultada por mecanismos de interesses cruzados”, visto que “ir às raízes das injustiças e destruir-lhes a fatalidade é trabalho de caridade e dever de cada ser humano diante de si próprio”. E conclui: “Há soluções para a pecaminosidade que a situação evidencia”.