27.2.10

Portugal é o país europeu “que mais reduziu a sua taxa de pobreza”

Nuno Perestrelo, in Setúbal na Rede

Portugal é o país da União Europeia que registou “a maior redução” da sua taxa de pobreza desde 1995. Pedro Marques, Secretário de Estado da Segurança Social, presente nas Jornadas Nacionais da Cáritas portuguesa, cuja edição decorreu este ano em Setúbal, reitera ainda que “o que o país fez nos últimos quinze anos foi muito significativo”. Por sua vez, Eugénio Fonseca, presidente da instituição, considera que actualmente se “vive um tempo decisivo para reflectir sobre a erradicação da pobreza, um fenómeno que afecta dois terços da humanidade”.

No evento da Cáritas, cuja edição deste ano coincidiu com o Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social, Maria Cavaco Silva salientou também a “necessidade de abrir o caminho da esperança”. A primeira-dama aponta ainda a “inovação” como “a volta a dar ao problema da pobreza”. “É preciso que a sociedade se junte para poder fazer a diferença”, afirma.

Por sua vez, Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, esclarece que se deve “acabar com a ideia de que o combate à pobreza representa um custo para a sociedade”. No distrito de Setúbal, à semelhança do que se passa com os 78 milhões de europeus que vivem em risco de pobreza, “a situação não é muito diferente”, pelo que “há razões que cheguem para haver preocupação e agir”. A mesma opinião é partilhada pelo governador civil do distrito, Macaísta Malheiros, que considera que “existem razões para crer que a região segue as médias da União Europeia, relativamente aos índices de pobreza”.

Para atenuar o problema, o secretário de Estado garante que o Governo tem a intenção de produzir medidas concretas, “ao longo deste ano”, que visam apoiar pessoas com deficiências e famílias trabalhadoras que tenham filhos, “dois grupos sociais expostos a demasiados riscos de pobreza em Portugal”. “A forma mais sólida de combater a pobreza é através do emprego, da qualificação e da educação”, assevera Edmundo Martinho, presidente do Instituto de Segurança Social (ISS) e coordenador nacional do Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social.

O presidente do ISS considera que a pobreza se “combate com a mobilização de recursos, cabendo ao Estado definir prioridades e fazer opções nas políticas públicas, assumindo as suas responsabilidades”. Edmundo Martinho reitera ainda que a erradicação da pobreza infantil deve ser entendida “como uma prioridade de agora”, dado que “não há nenhuma desculpa para se pôr uma criança em situação de pobreza”. “O país seria mais competitivo se protegesse melhor os seus cidadãos, não pensando no problema apenas segundo a lógica da sustentabilidade financeira”, alerta.