in Jornal de Notícias
Presidente da República considerou hoje, sexta-feira, que a actual crise provocará "inevitavelmente" um novo "ímpeto reformista na Europa".
"Esta crise provocará, inevitavelmente, um novo ímpeto reformista na Europa, destinado a estimular a produtividade, a inovação e a competitividade", afirmou Cavaco Silva, numa intervenção na sessão de abertura do Fórum Cotec para a Globalização, que decorre no Estoril.
Defendendo a participação de Portugal neste movimento, o chefe de Estado notou que a importância do país fazer uma utilização eficiente dos recursos, "em particular do factor trabalho".
Cavaco Silva avançou ainda com a ideia que os "limites de intervenção da política orçamental obrigam à adopção de uma nova geração de políticas públicas, menos centradas na despesa pública e mais viradas para a promoção da produtividade e da competitividade externa".
"Neste contexto, julgo que é especialmente importante perceber que não compensa, nem sequer numa perspectiva de curto prazo, continuar a procurar no Estado a segurança que as empresas porventura não encontram nos seus mercados", frisou.
O Presidente da República fez ainda referência à situação na União Europeia, defendendo uma maior coordenação das políticas económicas a nível europeu, mas ao mesmo tempo, alertando para a necessidade de se evitar "interferências directas" no desenho especifico das políticas orçamentais de cada país.
"O equilíbrio que importa alcançar passa por uma maior e mais eficiente coordenação das políticas económicas a nível europeu", afirmou o chefe de Estado.
"A actual crise demonstra a importância da credibilidade. Um atributo que demora anos a estabelecer, mas que basta uma rápida sucessão de erros para ser posta em causa", notou, considerando que é neste contexto que deve ser interpretada a necessidade de políticas de estabilização financeira, que não esgotam, contudo, o papel da política económica.
"As políticas de médio prazo, viradas para a competitividade e para o potencial de crescimento económico, devem ocupar um espaço central nas preocupações da Europa", acrescentou.