Hoje é dia de integração social na Casa da Música

Por Tiago Carvalho, in Jornal Público

A iniciativa é do serviço educativo da Casa da Música, no Porto, e proporciona uma experiência única a pessoas com problemas de instabilidade emocional, pobreza, exclusão social ou dependência, de todas as idades. Hoje, pelas 17h30, os músicos serão eles: os Som da Rua, o Coro Infantil do Bairro de S. Tomé e os ReTimbrar, juntamente com os alunos do curso de formação de Animadores Musicais da Casa da Música, deixam por um dia a rua ou o bairro e vão querer encher a praça do edifício de Koolhas.

É dia de Sonópolis, na sua terceira edição, uma reunião em palco de comunidades e grupos artísticos, profissionais ou amadores. Carlos Malta, o maestro, acredita que a vida das pessoas que participam neste espectáculo pode mudar, ao afirmar que para elas "há um antes Sonópolis e um pós-Sonópolis" e classifica-as de "grandes" porque, apesar de todos os problemas que enfrentam, têm "força" para fazer parte desta iniciativa.

Mas, para os participantes, este projecto não é um sacrifício. Descobriram a música como prazer e nunca se tinham imaginado num palco como este. Para Armindo Silva, membro dos Som da Rua, se o grupo acabasse, ficaria "muito triste" e elogia o trabalho dos promotores, considerando-os verdadeiros "anjos-da-guarda" que chegam a ser "mais família do que a própria família". Deve ser por isso que Jorge Prendas, um dos coordenadores, diz que o projecto é "uma enorme responsabilidade", pois "as pessoas colocam a vida" nas suas mãos.

O Sonópolis, que já trabalhou com reclusos do estabelecimento prisional de Custóias, vai, desta vez, fundir ritmos de Portugal e sonoridades do Brasil. O objectivo é dar às pessoas mais carenciadas a oportunidade de, por um dia, se sentirem integrados na sociedade. E a música é um bom pretexto para isso, defende a Casa da Música. A entrada é gratuita.