Carla Soares, in Jornal de Notícias
Patrícia Pinto, assistente social e mediadora da Epis, explica o seu trabalho no auxílio às famílias com dificuldades para alimentarem as suas crianças
Que trabalho desenvolve juntos dos alunos sinalizados em Paredes?
Trabalho directamente com as famílias e a escola. Tudo numa mecânica de proximidade. Tem de haver muito feed-back, caso contrário o resultado final não é aqueles que esperamos.
O que leva o aluno a ser escolhido?
O inquérito tem que indicar risco, na parte da família, na do aluno, que pode ter um número significativo de negativas, na do território (a localidade onde mora), ou na da escola. O aluno pode não se sentir integrado.
Surgem casos de carência alimentar?
Sim, é um factor de risco na vertente da família. E aparecem situações de famílias que passam pelo desemprego. Tenho agora o caso de um pai que estava a trabalhar em Espanha e está sem emprego. A mãe também não trabalha. E têm prestações para pagar. São alunos em risco de abandono escolar. Vivem isto em casa.
A EPIS atribui dinheiro ou géneros?
Não. Trabalhamos com os recursos das autarquias e da comunidade local para resolver os problemas à família. Muitos são resolvidos pelas escolas. Tivemos um aluno que não tomava o pequeno-almoço e não tinha dinheiro para a senha do almoço. E a escola ajudou.
Há muita pobreza escondida?
Muitas famílias não conseguem elas próprias admitir que precisam de ajuda e pedir essa ajuda. Só com esta relação directa e de acompanhamento do mediador é possível chegar a estas famílias. Por isso, o projecto da EPIS é muito importante.


