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18.7.22

Fenprof diz que declarações do ministro sobre mobilidade por doença desrespeitam docentes

in Expresso

Fenprof acusou o ministro da Educação de fazer declarações “que fez não corresponderem à verdade e constituírem insinuações absolutamente inaceitáveis”

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) considerou hoje que o ministro da Educação desrespeitou os docentes com as declarações feitas na quarta-feira no parlamento sobre o regime de mobilidade por doença, afirmando que João Costa “fugiu à verdade”.

O ministro da Educação foi ouvido em comissão parlamentar, a pedido do PCP, PAN e BE sobre as recentes alterações feitas ao regime de mobilidade por doença, que permite aos docentes pedir para mudar de escola.

Durante a audição, João Costa justificou as novas regras com o aumento significativo do número de professores em mobilidade por doença, que numa década passou de 128 para quase 9.000, e levou a uma desregulação que se refletiu em situações de abusos, por exemplo com casos de docentes que foram para outra escola na mesma rua.

Essa foi precisamente uma das afirmações do responsável que hoje mereceram uma reação negativa por parte da Fenprof, que acusou o ministro de fazer declarações “que fez não corresponderem à verdade e constituírem insinuações absolutamente inaceitáveis”.

A Fenprof contesta os números apresentados pelo ministro, afirmando que em 2012 eram “pelo menos, 1.678 docentes em mobilidade”, e diz que o ministro ignorou que, àquela data, existiam outros mecanismos concursais que permitiam a aproximação dos docentes à área de residência ou de onde recebem acompanhamento médico.

“O galopante envelhecimento dos profissionais ao longo da década (…) potencializa a existência de situações de doença cujo risco, segundo os dados disponíveis, mais do que duplica a partir dos 60 anos”, acrescentam.

Quanto à mudança para escolas próximas de onde já estavam colocados, a estrutura sindical esclarece em comunicado que os docentes com doenças que impedem o exercício de atividade letiva só ficam dispensados das aulas se mudarem de escola, independentemente da distância.

A concentração de mais de 83% dos pedidos no norte do país não constitui, para a Fenprof, um problema, uma vez que “os professores do centro e do sul do país, sendo em número insuficiente para as necessidades destas regiões, já se encontram colocados em escolas próximas das suas áreas de residência ou acompanhamento médico”.

Os representantes dos professores reafirmam ainda que o novo regime é uma opção casuística e faz da mobilidade por doença uma espécie de concurso “com candidatos, com listas ordenadas e com vagas a preencher, distribuídas por grupos de recrutamento”.

Na terça-feira, a Fenprof também estará no parlamento para uma audição em comissão parlamentar sobre o mesmo tema, sendo já conhecida a oposição da estrutura sindical ao novo regime, aprovado no início do mês de julho pelo Conselho de Ministros.

15.6.22

Professores: novo regime de mobilidade por doença “é perverso” diz Fenprof

in Rádio Voz da Planície

O Conselho de Ministros anunciou a aprovação de um decreto-lei que altera o regime que permite aos professores com doenças incapacitantes, ou familiares próximos nessa situação, mudar para uma escola mais próxima. As novas regras são para aplicar no próximo ano letivo, 2022/23.

As novas regras, que entram em vigor já no próximo ano letivo, definem uma área geográfica a partir da qual os docentes podem pedir a mudança de escola e fazem depender a sua colocação da capacidade de acolhimento dos estabelecimentos de ensino.

Em reação à aprovação do diploma, a Fenprof considerou que as alterações ao regime são perversas, argumentando que os critérios introduzidos vão acabar por “penalizar muitos dos professores que, por razões de doença, mais necessitavam de ser deslocados”.

“Para a Fenprof, de imediato, o mais importante seria criar meios de fiscalização/comprovação das situações existentes e aprovar mecanismos que, efetivamente, garantissem a mobilidade de todos os que necessitassem”, escrevem em comunicado.

A federação sindical já se tinha manifestado contra a intenção do Governo, tendo rejeitado todas as alterações apresentadas pela tutela ao longo das três reuniões negociais, na última das quais entregou ao Ministério da Educação um conjunto de propostas alternativas.

Com a medida agora oficialmente aprovada pelo Conselho de Ministros, a Fenprof assegura que irá apoiar os professores com doenças incapacitantes, promovendo iniciativas junto das delegações regionais da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares onde haja professores que não conseguiram colocação numa escola próxima de casa ou de onde recebem tratamento e acompanhamento médico.

Referem também que já contactaram a Presidência da República e os grupos parlamentares, para alertar “para os aspetos perversos deste novo regime e solicitando a sua eventual alteração”.

Além da Fenprof, também a Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL) já se manifestou contra a aprovação do novo regime que classificou como “uma corrida de obstáculos” para os professores com doenças incapacitantes.

“A ASPL lamenta a aprovação em Conselho de Ministros de legislação que não só é desadequada para cumprir os objetivos que o governo se propõe (…) como será altamente injusta”, escreve a associação, que considera ainda que a medida será também “altamente lesiva para o sistema público, pois empurra para baixas médicas muitos professores que farão falta no próximo ano letivo”.

Durante a apresentação do diploma, em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, o ministro da Educação justificou as alterações, explicando que o objetivo era o equilíbrio entre a proteção dos docentes e “uma distribuição mais eficaz e racional dos recursos humanos”.

20.4.22

Professores entregam esta terça-feira petição pelo fim da precariedade