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23.6.23

Consumo de tabaco continua a aumentar entre os portugueses. Uso de sedativos desce

Natália Faria, in Público

Inquérito aos hábitos de consumo revela que a prevalência do consumo de tabaco aumentou de 48,8% para 51%, entre 2017 e 2022. Tabaco aquecido e cigarros electrónicos ajudam a explicar aumento.

Apesar de todas as restrições impostas nos últimos anos, o consumo de tabaco tem vindo a aumentar entre os portugueses, segundo o Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Activas na População Geral (INPG), que é divulgado esta sexta-feira. Entre 2017 e 2022, a prevalência do consumo de tabaco aumentou de 48,8% para 51%, segundo o estudo que envolveu uma amostra de 12 mil pessoas, representativa da população.

“Mesmo com as alterações legislativas que se têm verificado nos últimos anos, a prevalência do consumo de tabaco tem vindo a aumentar paulatinamente”, começa por constatar Casimiro Balsa, coordenador do inquérito feito por uma equipa de investigação do CICS.Nova – Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa, por iniciativa do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

[Artigo exclusivo para assinantes]

11.7.22

Mais de 70% dos emigrantes querem regressar a Portugal

in DN

Os baixos salários em Portugal são a principal razão de os residentes no estrangeiro ainda não terem voltado, de acordo com um inquérito da Sedes.Mais de 70% dos portugueses residentes no estrangeiro querem regressar a Portugal, a médio ou longo prazo, e 73% já investiram ou consideram como provável investir no seu país, segundo um inquérito da Sedes divulgado esta terça-feira.

Dos 300 emigrantes e lusodescendentes abrangidos pelo inquérito, apenas 18% disse não pretender voltar a viver no seu país de origem, enquanto 11,6% afirmaram querem regressar a curto prazo e 71% responderam que querem voltar a viver em Portugal a médio ou longo prazo ou apenas após a reforma (43% e 28%, respetivamente).

Os baixos salários portugueses são para 62% dos inquiridos a razão de ainda não terem voltado para o seu país.

Por seu lado, 19% dizem ser por falta de reconhecimento social das suas competências e funções, quando comparado com o que lhe é dado no país de acolhimento e 30% indica como razão para ainda não ter regressado os níveis de compadrio e corrupção em Portugal.

Já para 27% dos inquiridos a falta de oportunidade profissional é o obstáculo ao regresso, enquanto para 22% é o mau sistema de saúde.

Os serviços administrativos em Portugal também são apontados como um obstáculo por 16% dos inquiridos e o sistema político em Portugal por 11%, assim como o sistema jurídico português, que é referido por outros 11%.

Apenas 6% refere as faltas de apoio ao regresso como um obstáculo e outros 6% diz que não podem vir ainda para Portugal para não interromperem o percurso escolar dos filhos.

Mais e melhor comunicação e informação, maior proximidade, melhores serviços consulares e uma ligação mais forte e formal com as comunidades portuguesas são alguns dos aspetos que os emigrantes inquiridos consideraram como essenciais para se reforçar a sua ligação a Portugal.

Mas também referem como outros aspetos importantes a existência de políticas de promoção de ensino da língua e história portuguesas, de melhores meios de comunicação social dedicados às comunidades, o reforço dos laços com os lusodescendentes e que se considerem os portugueses em mobilidade ou residentes no estrangeiro com o mesmo valor e respeito que os que vivem no país, referindo muitas vezes o atendimento consular desrespeitoso, como exemplo contrário a isso.


Além disto, consideram que Portugal deve "facilitar o exercício de voto", ter "maior eficácia nos postos consulares" e "maior presença e proximidade consular".


Os emigrantes abrangidos pelo inquérito apontam ainda a necessidade de se criar "um provedor do emigrante" e que haja "menos burocracia e lentidão administrativa". Mas também defendem que se dê a conhecer as realidades das comunidades portuguesas e que se reforcem as sinergias entre estas e o país, através de um maior diálogo e cooperação.

Porém, do universo de 300 inquiridos neste inquérito da Sedes - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, "73% já investiu ou avalia como provável vir a investir em Portugal" numa casa, num negócio ou noutra coisa.

Segundo o mesmo estudo, 32% já o fizeram, e refere-se o facto de uma emigração mais antiga ter por tradição investir numa residência secundária, ou mesmo de enviar muitas remessas para Portugal (poupanças), projetando um regresso a curto ou médio prazo como objetivo.

No inquérito refere, contudo, que a maioria dos inquiridos são oriundos da nova vaga de emigração, logo os 32% que dizem já ter investido podem representar um interesse menos evidente, apesar de no universo total dos inquiridos apenas 14% ter afirmado ser improvável investir no país e 13% terem considerado pouco provável realizar investimento em Portugal.

Já à pergunta sobre qual a probabilidade de promoverem os produtos portugueses junto das suas redes de contactos, 65% responderam já o terem feito e um total de 31% afirmou ser "provável" ou "muito provável" poder fazê-lo.

Este inquérito, que se insere no âmbito das atividades desenvolvidas pelo Observatório das Comunidades Portuguesas, abrangeu 300 portugueses residentes no estrangeiro, 60% dos quais com idades compreendidas entre os 40 e 65 anos e 26% entre os 26 e os 40 anos.

Quanto ao período de emigração dos inquiridos, 40,5% são oriundos da nova vaga de emigração e 18% emigraram nos anos 1960/1970. Já 11,3% dos inquiridos são lusodescendentes.

A coordenadora do inquérito, Christine de Oliveira, disse, em maio, à agência Lusa que este iria permitir "trazer um saber mais científico e menos empírico a questões que se colocam há vários anos".

O inquérito assume uma relevância maior após o anterior ato eleitoral, as legislativas de 30 de janeiro, que foram repetidas no círculo da Europa, após irregularidades com os boletins de voto da emigração.

O objetivo do estudo, afirmou na altura Christine Oliveira, foi "trazer uma base científica o mais abrangente possível, de preferência com respostas válidas de todos os continentes".

Segundo o relatório do Observatório da Emigração, apresentado em 2021, e de acordo com estatísticas das Nações Unidas, em 2019 existiam cerca de 2,6 milhões de portugueses emigrados.
Maioria dos emigrantes favorável ao voto eletrónico

Ainda segundo este inquérito da Sedes, a maior parte dos portugueses residentes no estrangeiro confia no processo eleitoral, apesar da polémica nas últimas eleições no círculo da Europa, e 90,4% é favorável ao voto eletrónico.

Dos 300 emigrantes e lusodescendentes abrangidos por este inquérito, 61% disse confiar no processo eleitoral, tal como é organizado hoje, "nos termos da lei, para os portugueses residentes no estrangeiro", contra 40% que responderam que não confiavam no mesmo.

Além disso, "90,4% dos inquiridos é favorável ao voto eletrónico", por causa da dificuldade de votação nas Comunidades Portuguesas, distância das mesas de voto, boletins de voto postais que não chegam, ou chegam fora de prazo, ou ainda que não vão com aviso de receção, refere-se no relatório do inquérito, promovido pela Sedes - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, inserido no âmbito das atividades desenvolvidas pelo Observatório das Comunidades Portuguesas da organização.

Os restantes inquiridos afirmaram ter dúvidas sobre o voto eletrónico, por questões de segurança, receios de fraude e de ser dificilmente auditável.

Outro dado relevante do resultado do inquérito é o facto de 76% dos inquiridos ter manifestado a vontade de poder votar para a sua autarquia de origem, onde têm residência secundária ou alguma atividade comercial.

No que respeita ao atendimento e apoio dos consulados portugueses na área onde residem, 73% dos inquiridos queixou-se da falta de celeridade das redes consulares e 56% considera que a rede consular não é eficaz.

Dos resultados do inquérito ressalta ainda que 75% dos emigrantes ou lusodescendentes inquiridos vota nas eleições presidenciais, 76% vota nas legislativas e 62% nas europeias.

Mas, só 25% vota nas eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas e metade (50%) até desconhece que este é o órgão representativo dos interesses dos portugueses residentes no estrangeiro e consultivo do Governo português.


Emigrantes querem mais deputados do círculo da emigração e votar em referendos

Os portugueses residentes no estrangeiro querem mais deputados eleitos pelo círculo da emigração, e oriundos deste espaço, no parlamento português e ter o direito de votar em referendos no país.

De acordo com o relatório deste inquérito, 60% dos inquiridos considera que deveria haver um aumento do número de deputados do círculo da emigração no parlamento português, contra 6% que não manifesta interesse numa maior representação das Comunidades Portuguesas na Assembleia da República e 30% que vê essa possibilidade com um interesse moderado.

Segundo a mesma fonte, 90% dos 300 emigrantes ou filhos de emigrantes inquiridos, é a favor da diáspora portuguesa poder votar nos referendos.

O Inquérito mostra ainda que 85% entende que os parlamentares eleitos pelo círculo da emigração deveriam ser oriundos do próprio círculo eleitoral, por terem um melhor conhecimento "daquele espaço político, das comunidades, das suas dinâmicas e necessidades", bem como para "sentirem na pele" o que é necessário melhorar na legislação, adianta-se no relatório do inquérito.

Alguns mencionaram até a necessidade de abrir essa possibilidade a candidatos independentes e da sociedade civil, e não exclusivamente aos partidos.

Este inquérito, que se insere no âmbito das atividades desenvolvidas pelo Observatório das Comunidades Portuguesas, abrangeu 300 portugueses residentes no estrangeiro, 60% dos quais com idades compreendidas entre os 40 e 65 anos e 26% entre os 26 e os 40 anos.

Quanto ao período de emigração dos inquiridos, 40,5% são oriundos da nova vaga de emigração e 18% emigraram nos anos 1960/1970. Já 11,3% dos inquiridos são lusodescendentes.

Dos resultados do inquérito ressalta ainda que 75% dos emigrantes ou lusodescendentes inquiridos vota nas eleições presidenciais, 76% vota nas legislativas e 62% nas europeias.

Mas só 25% vota nas eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas e metade (50%) até desconhece a missão daquele órgão representativo dos interesses dos portugueses residentes no estrangeiro junto do Governo português.






3.5.22

MP abre inquérito após denúncia de imigrantes escravizados em Serpa

in DN

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito após ter recebido um auto de ocorrência da GNR relativo a uma publicação numa rede social que denunciou a alegada existência de 200 imigrantes moldavos escravizados em Serpa.
Fonte da Procuradoria-Geral da República disse à agência Lusa que o MP recebeu um auto de ocorrência da GNR relativo a uma publicação numa rede social, "o qual deu origem a um inquérito", que está em fase de investigação.

Já a GNR informou que "não tem registo de denúncias ou de ocorrências" na zona de Serpa, no distrito de Beja, "relacionadas com o descrito" na publicação na rede social Twitter.

No entanto, a GNR "teve conhecimento" da publicação, a qual enviou para o MP, por "descrever factos que poderão configurar a prática de crimes".

Os jornais Sol e inevitável noticiaram que "cerca de duas centenas de migrantes moldavos estarão a ser escravizados em Serpa", segundo uma denúncia feita no Twitter por um jovem universitário moldavo, Catalin Schitco.

No texto publicado no domingo, Catalin Schitco escreveu: "Recebi uma denúncia, de fonte fidedigna, que em Serpa, Beja, 200 moldavos estão neste momento a ser escravizados. O salário é enviado para o patrão no estrangeiro que não lhes paga. E isto não é o mais chocante".

Acrescentando depois, numa resposta à publicação, que "a mesma fonte acrescenta que [a] GNR sabe do sucedido e tem acordos com os patrões criminosos".

Em declarações ao Inevitável, o estudante alegou que foi "abordado por uma moradora de uma aldeia em Serpa, avó de uma amiga próxima", que lhe terá contado "a história".

Segundo Catalin Schitco, a mulher terá conseguido "comunicar com um imigrante", que lhe terá contado que "os trabalhadores não recebem salários fixos" e "o dinheiro é enviado de forma centralizada para uma pessoa no estrangeiro que depois o redistribui, sem qualquer tipo de periodicidade fixa ou garantida".

Em resposta à Lusa, a GNR referiu ainda que "tem estado particularmente atenta" à situação dos imigrantes e "tem realizado ações de policiamento e de fiscalização, intensificadas desde janeiro", no distrito de Beja.

As ações de policiamento e de fiscalização visam, segundo a GNR, "detetar possíveis situações de exploração de trabalhadores" e de "outros fenómenos associados" e "garantir a maior proteção possível" aos imigrantes que estão a residir ou a trabalhar naquele distrito.

18.11.21

Associação lança inquérito sobre violência através de imagens

Sofia Cristino, in JN

A Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens (REDE) disponibilizou esta quarta-feira um inquérito online para obter dados sobre violência sexual baseada em imagens, o primeiro deste género dirigido apenas a mulheres entre os 18 e os 25 anos. A ideia é sensibilizar a comunidade e decisores políticos para esta forma de violência ainda "não reconhecida" como tal.

A REDE disponibilizou um inquérito online dirigido a todas as mulheres entre os 18 e os 25 anos com o objetivo de mapear as suas experiências e perceções sobre a violência sexual baseada em imagens. Entre estas formas de violência incluem-se a captação não consentida de fotografias ou vídeos na rua, em contextos íntimos ou de índole sexual, entre outras.

"Mulheres que estavam a tomar banho ou a ter relações sexuais e estavam a ser filmadas com câmara oculta, ou que foram vítimas de ameaça de partilha dessas imagens, por exemplo. Não é preciso concretizar nenhuma forma de divulgação para que a pessoa seja profundamente violentada, basta saber que existem vídeos que a qualquer momento podem ser partilhados", exemplifica Maria João Faustino, gestora do projeto Faz Delete: diagnosticar, sensibilizar e prevenir a violência sexual com base em imagens contra jovens mulheres.

O questionário, o primeiro deste género sobre mulheres nesta faixa etária em Portugal, estará disponível online até ao final de dezembro e os resultados deverão ser conhecidos em março do próximo ano. É apenas uma parte do estudo "Faz Delete: Experiências e perceções de jovens mulheres sobre a violência sexual baseada em imagens", que se insere num projeto financiado pelo Programa Cidadãos Ativos, um fundo constituído por recursos públicos da Islândia, Liechtenstein e Noruega e gerido em Portugal pela Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Bissaya Barreto. Haverá ainda entrevistas, presenciais ou online, para analisar com mais profundidade estas experiências e os seus impactos.

Após a recolha e tratamento de dados a ideia é sensibilizar a comunidade, "fazendo campanhas dirigidas a jovens" e "entregar a decisores políticos um documento com recomendações para agirem sobre este problema, com o intuito de alterações legislativas".

Em Portugal, os dados sobre a violência sexual baseada em imagens, assim como o esforço preventivo e os mecanismos de intervenção, são ainda incipientes, lê-se no resumo do projeto. O tema tem ganho maior espaço na agenda pública nos últimos anos. Este ano, por exemplo, foi levada uma petição à Assembleia da República para tornar a partilha não consentida de imagens íntimas crime público. Um dos principais objetivos deste estudo é "conseguir reunir mais dados para dar mais visibilidade a esta questão".

"Pretendemos reconhecer o problema. O reconhecimento político, social e jurídico legal que damos a este tipo de violência, que nem reconhecemos como violência muitas vezes, está mesmo no início. Ainda é tratado nos media de uma forma que secundariza o problema, como pornografia de vingança, e trata-se de uma forma de violência. Há todo um caminho para fazer em termos de investigação e agenda política", alerta Maria João Faustino.

O projeto tem ainda a parceria da Associação de Mulheres Contra a Violência e da Associação Mulheres sem Fronteiras. A associação REDE, criada em 2000, uma das 29 associações que integra a Plataforma Portuguesa dos Direitos das Mulheres (PPDM), é uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo a promoção da igualdade de género na juventude.

22.4.21

Inquérito do Portal da Construção Sustentável: 88% dos participantes considera a sua casa desconfortável termicamente

Por GreenSavers

O Portal da Construção Sustentável (PCS) revela os resultados de um inquérito à população portuguesa, residente em Portugal Continental, sobre o conforto térmico de suas casas. Na mesma altura em que o Governo avança com uma estratégia nacional para combater a pobreza energética, que entrou em consulta pública e prevê metas de redução gradual desta problemática até 2050.

Segundo os resultados deste inquérito, a maioria dos participantes (88%) considera a sua casa desconfortável termicamente e apenas 12% diz habitar uma casa confortável, sendo que para isso, necessita gastar energia em climatização, pois, dos inquiridos, são 94% os que dizem ter um aumento significativo do consumo de energia para climatizar a casa e, em todas as províncias do País, o desconforto térmico é geral.

De acordo com as medidas agora apresentadas, o Governo quer combater a pobreza energética através de vales do Estado atribuídos às famílias mais carenciadas, que serão aplicados diretamente na compra de fogões, aquecedores, equipamentos para arrefecer a casa ou na instalação de painéis solares fotovoltaicos para autoconsumo. E também poderão ser usados em obras de melhoria de eficiência energética em casa.


Contudo, mais de metade dos inquiridos (55%) neste estudo, não recorre apenas a equipamentos, mas também a mais roupa, e explicam porquê, para pouparem dinheiro em aquecimento (74%).

Para Aline Guerreiro, CEO do PCS, a questão é «como quer o governo combater a pobreza energética com mais equipamentos que consomem energia, como sendo os aquecedores e os equipamentos para arrefecimento, quando as famílias portuguesas não conseguem pagar os gastos consumidos e tem que recorrer a outros métodos como sejam o uso de várias camadas de roupa?»

É preciso não esquecer que cerca de 1,2 milhões de famílias gastam mais de 10% do seu rendimento mensal com a fatura energética e, ainda assim, não conseguem climatizar as suas casas. Outra das questões

reveladas pelo inquérito, é a de que há um desconhecimento geral dos inquiridos pela relação entre construção/materiais, com o conforto térmico.

De recordar que, no último trimestre de 2020, foram abertas candidaturas pelo Governo, através do Fundo Ambiental, para atribuição de financiamento para que os portugueses tornassem as suas casas mais sustentáveis, a vários níveis. Em quatro meses foram dispensados 4,5 milhões de euros para as candidaturas aprovadas. No entanto, o inquérito hoje divulgado revela que 42% dos inquiridos não teve conhecimento desta possibilidade. E aqueles que obtiveram financiamento, que foram apenas 1% dos inquiridos, este foi maioritariamente atribuído à colocação de painéis fotovoltaicos, o que vai conduzir à redução da fatura de eletricidade é certo. Mas pouco ou nada significativos, foram os investimentos realizados em melhorias na construção, que, essas sim, são soluções definitivas, como sendo a substituição de caixilhos e de vidro (janelas) e colocação de isolamento, medidas que melhoram a eficiência energética sem recurso a mais equipamentos.

«A energia mais barata é a energia que não necessitamos de gastar. Por isso, é pertinente pensar no combate à pobreza energética através da reabilitação sustentável dos edifícios, de forma a isolá-los convenientemente», considera Aline Guerreiro. São 44%, os inquiridos, que dizem viver numa casa sem qualquer tipo de isolamento e 28% não sabe. O isolamento térmico insuficiente nos elementos opacos da envolvente pode representar entre 30% a 60% das perdas térmicas. O baixo desempenho de vãos envidraçados e portas, com caixilharias desadequadas, representam entre 25% a 30% dessas mesmas perdas.

Tendo em conta que cerca de 40% do consumo total de energia na União Europeia corresponde aos edifícios, o aumento da eficiência energética destes constitui uma das medidas necessárias para reduzir a dependência energética e também diminuir as emissões de gases com efeito de estufa. «Todos os edifícios deveriam ser desenhados, construídos e reabilitados, de forma a pouparem energia, reduzindo as emissões de CO 2 associadas. É urgente a consciência ambiental. Temos de parar de poluir. Seja pela má utilização de recursos, seja pelas emissões poluentes que todos poderíamos evitar», concluiu Aline Guerreiro

Dados do Inquérito:

O questionário foi respondido exclusivamente via web, com recurso à plataforma GoogleForms, entre os dias 02 de Fevereiro e 12 de março de 2021, tendo sido recolhidas 1433 respostas completas. A análise das respostas foi realizada pelo Portal da Construção Sustentável.

A caracterização dos participantes do estudo revelou que quase metade das respostas, foram de pessoas residentes na Estremadura (35%), seguindo-se o Douro Litoral (15%), a Beira Litoral (14%) e o Minho (9%), sendo que as restantes correspondem a zonas variadas do País.

Mais de metade dos inquiridos vive em meio urbano (77,6%), em casa própria (78,4%), em edifícios multifamiliares (57%) e em casas construídas entre 1980 e 2000, e são nestas últimas, onde se regista o maior número de participantes que regista ter casas frias no inverno e quentes no verão (20%).

6.9.19

Avança inquérito inédito para identificar lacunas nos cuidados a doentes de cancro hereditário

Cristina Martins, in Expresso

Até novembro será possível ter uma ideia mais próxima dos principais obstáculos encontrados pelos doentes com cancro hereditário e pelos familiares de quem já passou pela dura experiência de descobrir que carrega nos genes a possibilidade de desenvolver uma doença oncológica

Um inquérito disponível para todas as pessoas que já tiveram contacto com a realidade do cancro hereditário, sejam doentes ou familiares já foi lançado. A associação Evita - Cancro Hereditário, em colaboração coma consultora IQVIA, está a desenvolver um inquérito inédito em Portugal dirigido a doentes oncológicos e a portadores da mutação, mesmo que saudáveis, com o objetivo de apurar quais as principais dificuldades sentidas antes e mesmo após a realização do teste genético ou mesmo do diagnóstico.

"Não sabemos nada sobre a realidade do cancro hereditário em Portugal e atualmente o teste para verificar se uma pessoa é portadora da mutação genética que predispõe ao desenvolvimento do cancro pode ser feito de variadíssimas formas, inclusive comprando o teste pela internet, com os resultados a serem lidos sem qualquer acompanhamento especializado, o que é altamente desaconselhável", explica Tamara Hussong Milagre, presidente da associação Evita. Ela própria portadora de uma mutação, diz que é grande a falta de preparação, "com pessoas que chegam a interpretar o resultado 'positivo' como algo favorável".

Para aumentar o conhecimento da situação e ter acesso às dificuldades sentidas por quem já se confrontou com o problema do cancro hereditário, o inquérito visa combater a desinformação. Os resultados serão apresentados no fim de novembro, durante o 16º Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Oncologia. "Queremos atingir uma elevada participação, pois é fundamental ter um número representativo de respostas para garantir consequências em prol do portador", afirma a presidente da Evita.
A falta de dados é assim um dos principais problemas para combater em Portugal a única forma de cancro que pode ser evitada preventivamente e que afeta entre 5 a 10% do total de doentes oncológicos. "Não temos informação nacional sobre o cancro hereditário em Portugal, não temos linhas orientadoras e desta forma não podemos elaborar uma estratégia para todo o país", alerta Tamara Hussong Milagre.

No desenvolvimento do inquérito estão envolvidos profissionais de Lisboa, Porto, Coimbra e Évora, além da consultora, que trabalha em regime de voluntariado, e a associação Evita. "Todos os dias recebemos contatos de pessoas preocupadas com o risco de desenvolver cancro devido à hereditariedade e é importante aumentar o nível de conhecimento", conclui a responsável.


19.11.13

Inquérito da Igreja sobre a família está disponível "online"

in Jornal de Notícias

O inquérito da Igreja Católica, destinado a conhecer a realidade familiar na atualidade, pode ser respondido "online", em Portugal, até 8 de dezembro, através da página na Internet do Patriarcado de Lisboa, foi anunciado esta segunda-feira.

O Vaticano enviou às conferências episcopais de todo o mundo uma consulta mundial sobre as novas realidades da vida familiar, abordando questões como o divórcio ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Os resultados do inquérito servirão de base à preparação da assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos, que vai decorrer em Roma, de 5 a 19 de outubro de 2014, sob o tema "Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização".

Dando seguimento a esta consulta, a Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa disponibilizou online um questionário com 58 perguntas, que pode ser respondido até 8 de dezembro.

A ideia é, segundo o texto que antecede o questionário, facilitar "o contributo de cada fiel católico" para aquela que é considerada "uma consulta histórica".

Também esta segunda-feira foi enviada uma carta às paróquias da diocese de Lisboa a solicitar a divulgação do questionário, informou o Patriarcado em comunicado.

Na carta é pedido às paróquias que distribuam o questionário em papel a quem não tiver acesso a um computador e que, posteriormente, façam a transcrição para o inquérito "online".

O inquérito do Vaticano, constituído por 39 perguntas que servem de orientação às consultas das conferências episcopais nacionais, aborda temas como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a proibição do uso de contraceção artificial, a possibilidade de um católico divorciado voltar a casar-se ou receber a comunhão e o número de jovens que optam por viver juntos antes de se casarem.

Sobre estes temas, o questionário português quer saber, por exemplo, se a coabitação antes do casamento e os casais separados e divorciados, casados novamente, são realidades relevantes nas paróquias, se fazem pedidos de sacramentos à Igreja e se a simplificação dos processos de declaração de nulidade dos casamentos seria positiva.

No capitulo das uniões entre pessoas do mesmo sexo, o inquérito quer avaliar a atitude das igrejas locais face ao estado civil e as pessoas envolvidas nestas uniões.

Pergunta ainda sobre qual a "atenção pastoral" possível para estas pessoas e como agir para transmitir a fé às crianças a cargo destes casais.

O questionário também pretende saber o que querem da Igreja, para si e para os seus filhos, estes casais e se o acompanhamento dado pelas paróquias às crianças difere conforme a situação matrimonial dos pais.

O inquérito aborda ainda a natalidade e a contraceção, questionado sobre quais os métodos naturais promovidos para a regulação da fertilidade e se recurso pelos fiéis aos métodos contracetivos e abortivos "é refletido no [seu] sacramento da penitência".

Pergunta ainda, de que forma pode a Igreja promover uma mentalidade mais aberta à natalidade.

A Pastoral Familiar elaborou igualmente uma série de cartazes para divulgar o inquérito nas paróquias e comunidades católicas.