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28.12.20

Pão, rendas ou eletricidade. Os novos preços dos bens e serviços para 2021

Ana Moura // Lusa, in Zap

Ano novo, vida nova, ou neste caso, ano novo, preços novos. Todos os anos os portugueses contam com novas atualizações nos preços de bens e serviços que são considerados essenciais. No próximo ano as rendas e as portagens vão manter-se inalteradas, o preço da eletricidade vai descer e do tabaco vai aumentar.

De acordo com as atualizações dos preços para 2021 já conhecidas, o preço da eletricidade para os consumidores do mercado regulado vai descer 0,6% a partir de 1 de janeiro de 2021, de acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

Esta descida vai beneficiar os consumidores que ainda permanecem no mercado regulado – menos de um milhão – ou que, estando no mercado livre, tenham optado por tarifa equiparada. Já em 2020, a ERSE tinha decidido uma descida destas tarifas de eletricidade em 0,4%.

Relativamente às rendas das casas, o coeficiente de atualização para o arrendamento urbano e rural apurado pelo INE para vigorar entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2021 é de 0,9997 o que, na prática, dita uma manutenção dos preços das rendas.

Este coeficiente de atualização é aplicável às rendas em regime livre, para habitação com renda condicionada e para arrendamento não habitacional, caso as partes, inquilino e senhorio, não tenham acordado condições diferentes.

O congelamento das rendas em 2021 já era esperado uma vez que a inflação média dos últimos 12 meses, sem habitação, indicador que serve de referência, foi negativo (-0,01%).

Já o pão, um dos bens alimentares mais consumidos, pode sofrer alterações negativas para a carteira dos portugueses. A subida de 635 para 665 euros do salário mínimo nacional poderá ditar um aumento do preço de venda do pão, segundo perspetiva a indústria de panificação, ressalvando que o peso e o preço deste produto são livres.

Porém, nem todos os bens e serviços estão suscetíveis a aumentos no próximo ano. Os preços das portagens nas autoestradas deverão voltar a manter-se em 2021, tendo em conta que a taxa de inflação homóloga, sem habitação, em outubro foi negativa (-0,17%).

A fórmula que estabelece a forma como é calculado o aumento do preço das portagens em cada ano estabelece que a variação a praticar em cada ano tem como referência a taxa de inflação homóloga sem habitação no continente verificada no último mês para o qual haja dados disponíveis antes de 15 de novembro, data limite para os concessionários comunicarem ao Governo as suas propostas de preços para o ano seguinte.

A estabilização dos preços das portagens em 2020 e 2021 segue-se a quatro anos consecutivos de subidas: em 2019 as portagens nas autoestradas aumentaram 0,98%, depois de aumentos de 1,42% em 2018, de 0,84% em 2017 e de 0,62% em 2016.
Transportes

Para quem usa os transportes públicos diariamente também há boas notícias. Os preços dos transportes públicos coletivos de passageiros vão manter-se inalterados em 2021, de acordo com a informação divulgada pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

Os preços das viagens no Alfa Pendular são uma exceção, aumentando 0,5% a partir de 1 de janeiro. Assim, por exemplo, uma viagem no Alfa Pendular só de ida entre Lisboa e Braga, passará de 48,50 euros (em classe conforto) e 34,20 euros (turística), para 48,80 euros e 34,40 euros, respetivamente.

No que diz respeito às telecomunicações, a NOS não vai atualizar os preços em 2021, enquanto a Vodafone disse à Lusa que “à semelhança do que aconteceu no ano passado, não estão previstos aumentos generalizados de preços”.

Já a MEO adianta que irá proceder a uma atualização do preço base de mensalidade em tarifários/pacotes, com efeitos a 1 de janeiro de 2021, de acordo com o previsto contratualmente, sendo que os clientes abrangidos foram devida e atempadamente informados.

Por fim, o tabaco deverá ser um bem com aumento de preço. O Orçamento do Estado para 2021 altera a fórmula de cálculo do Imposto sobre o Tabaco (IT), medida que, segundo os cálculos da consultora Deloitte, deverá refletir-se num aumento do imposto em cerca de cinco cêntimos por maço de cigarros e que “previsivelmente, corresponderá a um aumento de 10 cêntimos no preço de venda ao público do mesmo maço”.



16.11.20

Esta padaria comunitária tenta combater o desemprego num bairro lisboeta

 in Público on-line

Com apenas seis pessoas envolvidas, o projecto visa o fornecimento de pão às escolas em que os refeitórios são geridos pela Junta de Freguesia de Benfica e à população do Bairro da Boavista, mas, no futuro, vai permitir formar padeiros para criar emprego.

Um cheiro a pão flutua na Associação de Moradores do Bairro da Boavista, na freguesia de Benfica (Lisboa), e activa o paladar. Uma padaria comunitária surge neste lugar como uma luz no meio da pandemia para combater o desemprego. É numa das salas da associação que o forno está ligado e o pão coze à espera de ficar crocante e ser distribuído pelas escolas e pelos fregueses.

A responsável pelo pelouro dos Direitos Sociais da Junta de Freguesia de Benfica conta que o projecto comunitário nasceu em Outubro com o objectivo de fornecer pão e pizas num bairro “bastante segregado” da cidade. “Surgiu para dar resposta àquilo que eram as necessidades diárias de uma comunidade que está muito isolada por questões de fronteiras e de ruas, cujo acesso quer de pizarias, quer de padarias ao bairro é dificultado”, realça Carla Rothes (PS).

De acordo com a dirigente, a iniciativa, avaliada em 50 mil euros, acontece também através do programa BIP/ZIP da Câmara Municipal de Lisboa, que dinamiza e apoia projectos locais que contribuem para o reforço da coesão sócio-territorial no município.

“O fim desta padaria não é propriamente o negócio, mas é o poder prestar um serviço à comunidade e também conseguir recolher dinheiro para investir nas necessidades que o bairro tem em termos sociais e até em equipamentos de saúde”, observa. O espaço envolve o trabalho de um grupo de voluntários, tendo também sido contratados uma padeira e um ajudante de padaria.

Com apenas seis pessoas envolvidas, o projecto visa o fornecimento de pão às escolas em que os refeitórios são geridos pela Junta de Freguesia de Benfica e à população do Bairro da Boavista, mas, no futuro, vai permitir formar padeiros para criar emprego.

“Terá uma segunda componente muito importante que é o capacitar jovens em termos de qualificação, ou seja, vai ser e está a ser articulado com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Vão ser dinamizadas acções de formação de padeiros para podermos aumentar aqui o potencial de empregabilidade de muitos jovens”, diz Carla Rothes.
Pão para cinco mil pessoa a baixo custo

O projecto é recente, mas ideia já tem quatro anos. Vem na sequência de uma cozinha comunitária que distribui refeições quentes na zona. A padaria, segundo Carla Rothes, consegue fornecer pão a baixo custo aos cerca de cinco mil habitantes do bairro.

“O impacto é muito grande neste contexto de pandemia, precisamente porque as pessoas estão a passar por sérias dificuldades. É um bairro que tem uma taxa de desemprego muito grande, fruto de uma economia informal muito persistente no bairro. Face ao contexto de pandemia as pessoas efectivamente ficaram sem os seus empregos habituais”, explica.

Carla Rothes recorda ainda que a taxa de desemprego no Bairro da Boavista rondava os 15% até Março, mas agora, face à crise da covid-19, atinge os 35%.

As fornadas vão saindo. Os pães saltam de tabuleiro em tabuleiro para serem colocados à venda. Os sentidos são despertados pelo aroma, enquanto a padeira Andrea Alves amassa a próxima fornada.

Andrea Aves não fala, diz que não se sente à vontade, e passa a “massa” para a presidente da Associação de Moradores do Bairro da Boavista, que refere que são distribuídos cerca de 900 pães pelas escolas e que o projecto vem “numa boa e numa má fase”. “Nesta altura da pandemia, foi uma coisa muito boa. É uma obra que estamos a conseguir fazer. Estamos a escoar o medo da pandemia, estamos a dar algo, um conforto”, suspira Anabela Rebelo.

Para a responsável, a padaria comunitária é também uma forma de ajudar as pessoas que não podem sair de casa. “Vai ser entregue ao domicílio, as pessoas podem encomendar e a gente pode levar até à porta [...], e há pessoas que vêm à associação comprar o pão”, revela Anabela Rebelo, adiantando que se tenta vender o pão mais barato do que o mercado normal.

Apontando a uma grande variedade de pão, a presidente da associação estima que o projecto continue para além dos três meses de experimentação, uma vez que há postos de trabalho que devem ser mantidos.

“Além dos três meses que temos da candidatura, temos de o proteger, porque demos emprego a três pessoas [na padaria e na cozinha comunitária] e queremos garanti-lo. Temos de arranjar meios para que possamos remunerar essas pessoas, fazer o ordenado”, recorda.


22.5.13

Há menos pão sobre a mesa e mais padarias a fechar

por Teresa Almeida, in RR

“Reduzem ordenados, o consumidor não tem dinheiro” para comprar pão, diz responsável do sector. “A crise assim o obriga. Compramos menos, porque também está caro”, admite um consumidor.

Está a diminuir o consumo de pão. Em apenas dois anos, fecharam 1500 padarias no país, refere à Renascença o empresário Carlos Santos, antigo dirigente da Associação do Comércio e Indústria da Panificação (ACIP).

“Consomem muito menos pão. Por exemplo, uma família que comprava 10 pães por dia, agora compra cinco, seis”, indica.

É um dos efeitos da crise e aumentar o preço do pão não pode ser visto como recurso. Só o consumo pode salvar o sector.

“É sempre o consumidor que compra ao industrial. Reduzem ordenados, o consumidor não tem dinheiro”, sustenta a directora-geral da ACIP, Graça Calisto.

Baixar os impostos também não é solução: “Vão reduzir o IRC, o IVA, etc, alivia sim senhora, mas tenho imenso produto na vitrine. Quem é que mo compra?”, questiona.

Nenhum dos responsáveis contactados pela Renascença acredita que o preço do pão venha sofrer alterações.

“É mais provável que as unidades encerrem por outros motivos do que por aumento de pão”, afirma Graça Calisto.