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28.3.23

Cabaz de bens essenciais custa 235 euros e há 10 preços que aumentaram na última semana

in Rádio Voz da Planície

O aumento do custo de vida continua em destaque e hoje revelamos que o bacalhau, o café torrado moído e as massas espirais foram os três produtos que lideraram no aumento dos preços na passada semana.

Os dados são da Deco Proteste e revelam que entre os dias 8 e 15 deste mês, os três produtos com maiores aumentos de preço foram o bacalhau (mais 15 por cento), o café torrado moído (mais 14 por cento) e as massas espirais (mais 12 por cento). Desde fevereiro de 2022 que o produto que mais viu o seu preço aumentar foi a couve-coração, que regista uma subida percentual de 123 por cento, assegura a Associação de Defesa do Consumidor.

Na última semana subiram, ainda, entre os 7 e os 10 por cento, também segundo a Deco, o pão de forma, o peru de perna, o óleo alimentar, o azeite, a pescada fresca, a cebola e o fiambre.

A subida dos preços dos alimentos parece não ter fim à vista e na última semana o cabaz de bens alimentares considerados essenciais, monitorizado pela Deco Proteste, voltou a subir para um valor recorde. Custa agora 235 euros.

27.3.23

Portugal: Presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza teme «degradação catastrófica», perante escalada de preços

in Ecclesia

Padre Agostinho Jardim Moreira defende intervenção «estruturada» dos responsáveis políticos, para enfrentar problema

Lisboa, 15 mar 2023 (Ecclesia) – O padre Agostinho Jardim Moreira, presidente de Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN)-Portugal disse que os problemas sociais do país têm “causas estruturais”, lamentando a “falta de coragem política e económica” para alterar a situação.

“A pobreza em Portugal não se resolve com respostas assistencialistas, mas de forma estruturada pelo Governo e pela Assembleia da República”, referiu hoje à Agência ECCLESIA o sacerdote da Diocese do Porto.

Perante o aumento da inflação, o entrevistado admite “o perigo de os portugueses entrarem numa degradação catastrófica” do seu nível de vida.

O responsável da EAPN-Portugal aconselha um “olhar permanente para as pessoas, que merecem toda a atenção e cuidado”, em particular num momento de “instabilidade” socioeconómica.

“Os problemas devem ser resolvidos nas suas causas, mas agora estamos perante uma emergência grave e os responsáveis governamentais devem ter uma atenção redobrada”, precisou.

O padre Jardim Moreira sublinha que o aumento da pobreza “é notório” porque as “pessoas não têm margem para responder às suas dificuldades e necessidades”.

Em relação ao aumento dos preços dos bens essenciais, o sacerdote admite que “há falta de pessoas para trabalhar, especialmente na agricultura, e os custos de produção aumentam”.

“Só com uma intervenção global do país se pode resolver este assunto, não com respostas passageiras”, insiste, adiantando que a EAPN-Portugal vai divulgar uma nota sobre “a questão alimentar”.

A EAPN – European Anti Poverty Network (Rede Europeia Anti-Pobreza) é a maior rede europeia de redes nacionais, regionais e locais de ONG, bem como de Organizações Europeias ativas na luta contra a pobreza.

Fundada em 1990, em Bruxelas, está atualmente representada em 31 países, incluindo Portugal, onde chegou em 1991 e é reconhecida como Associação de Solidariedade Social, de âmbito nacional, obtendo em 1995 o estatuto de Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD).


LFS/OC

17.2.23

Preço de bens alimentares aumentou: peixe e carne estão mais caros face ao ano passado

 in SIC

Os portugueses têm procurado produtos mais baratos. Os comerciantes notam uma quebra no consumo.O peixe e a carne estão entre os produtos que ficaram mais caros e os comerciantes notam já uma quebra no consumo.

De acordo com os dados da DECO, o peixe está entre os bens alimentares que mais encareceram. Está quase 27% mais caro do que há um ano.

O carapau sofreu a maior variação de preço, com o quilo a aumentar 2,40 euros.

No mercado de Matosinhos, nota-se uma mudança no movimento e nas carteiras dos portugueses.

Junto com o peixe, o preço da carne também foi alvo de subidas. As famílias compram menos e procuram o mais barato.

A subida dos custos de produção nota-se em particular na carne de vaca e na carne de porco.

Na categoria carne foram analisados sete produtos e face a fevereiro do ano passado, o aumento foi de quase 23%.

11.7.22

Cabaz de alimentos mais caro

in Rádio Voz da Planície

O iogurte líquido de morango, a maçã "Golden" e a pescada fresca foram os alimentos que registaram "maiores subidas de preço" nos últimos dias.O preço dos bens alimentares continua a subir. Entre 29 de junho e 6 de julho, o preço de um cabaz de bens alimentares considerados essenciais aumentou cerca de três euros, sendo que agora custa mais de 206 euros, de acordo com uma monitorização realizada pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO).

"Os dez produtos com maiores subidas de preço foram o iogurte líquido de morango (mais 10%), a maçã Golden (mais 10%), a pescada fresca (mais 8%), o tomate (mais 8%), o açúcar branco granulado (mais 7%), a perca (mais 7%), o azeite virgem extra (mais 7%), a cebola (mais 7%), o queijo flamengo (mais 6%) e o salmão (mais 6%)", revela a DECO.

Desde 23 de fevereiro deste ano que a DECO tem monitorizado, todas as quartas-feiras, com base nos preços recolhidos no dia anterior, os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

"Esta análise tem revelado aumentos quase todas as semanas, com alguns produtos a registarem subidas de preços de dois dígitos de uma semana para a outra", adianta a associação.

15.6.22

Aumentos levam famílias portuguesas a mudar hábitos de consumo

Alda Martins, in CNN

A rápida subida dos preços e a incerteza financeira que a guerra gerou estão a mudar a forma como as famílias se relacionam com o consumo.

Cortam nos bens não essenciais e mesmo na alimentação as escolhas são mais seletivas. O critério do preço passou a ser o mais importante para a esmagadora maioria dos consumidores.

16.3.22

Famílias mais pobres vão ter apoio para bens essenciais

Maria Caetano, in DN

Linha de crédito para empresas em crise com subida de custos chega aos bancos na quinta-feira. Apoios diretos vão privilegiar indústrias sem contratos de energia de longo prazo.

As famílias com menores rendimentos vão poder receber uma nova prestação social cujo valor deverá variar em função da subida dos preços dos bens essenciais. A medida, em preparação, deverá abranger pelo menos 1,4 milhões de beneficiários atuais da tarifa social de eletricidade.

O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, na apresentação de um novo conjunto de respostas ao choque de preços na energia e outros bens provocado pela invasão russa da Ucrânia. As medidas vão alargar também apoios direcionados aos transportes de mercadorias, setor TVDE, agricultura e indústrias e outras empresas mais penalizadas pelo aumento de custos de produção.

Nos apoios às famílias com menores rendimentos, a resposta passará por uma prestação social de emergência e de valor variável em função das subidas dos preços de bens essenciais, que o governo passará a monitorizar. "O montante exato terá de ser desenhado em função daquilo que a cada momento possa ser o aumento do preço dos bens essenciais", segundo explicou o ministro da Economia.

O apoio, a ser aprovado em Conselho de Ministros brevemente, será detalhado nos próximos dias e pretende abranger, pelo menos, o universo de beneficiários da tarifa social de eletricidade. "Vamos avaliar se deve ser este ou se deve ser mais alargado", indicou Siza Vieira.
Para estas famílias, que gozam da tarifa social por dependerem de prestações sociais destinadas a quem tem rendimentos muito baixos, o governo tinha anunciado também na última semana uma redução de dez euros na aquisição de cada botija de gás.
400 milhões a crédito

Já para as empresas, o ministro da Economia anunciou que na quinta-feira os bancos comerciais poderão passar a conceder crédito com garantias públicas que cobrirão até 70% dos montantes pedidos no âmbito de uma primeira linha de crédito de 400 milhões de euros (outras linhas, a serem operacionalizadas pelo Banco Português de Fomento, estão também em preparação).

Nesta Linha de Apoio à Produção, o financiamento será a oito anos, com 12 meses de carência de capital. Poderão recorrer aos empréstimos as indústrias transformadoras e dos transportes nas quais a energia represente, pelo menos, 20% dos custos de produção, que estejam a sofrer aumentos de preços nas mercadorias consumidas ou vendidas iguais ou superiores a 20% ou que apresentem quebras de faturação operacional mínimas de 15% motivadas pela redução de encomendas ou dificuldades nos fornecimentos. Ficam no entanto isentas destes requisitos as empresas que produzem bens alimentares de primeira necessidade.

OE adianta à agricultura

A agricultura, em particular, tem sido penalizada duplamente pela seca e pela subida de custos em vários fatores (combustíveis, fertilizantes e rações animais), com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, a anunciar ontem que o governo pretende antecipar para abril e maio, com recurso ao Orçamento do Estado (OE), um total de 500 milhões de euros para pagamentos de pedidos únicos de ajudas da Política Agrícola Comum relativos a este ano. Os pagamentos, correspondentes a metade das ajudas a conceder, vão ter por referência os valores pagos em 2021. Em outubro serão feitos os acertos necessários.

Será também criada uma isenção de imposto sobre produtos petrolíferos para o gasóleo consumido no setor agrícola e no das florestas.

Além disso, a ministra indicou que o valor de 20 milhões de euros de crédito avançado aos agricultores na resposta à seca será reforçado em mais 30 milhões. Entretanto, e já ontem, foram publicadas em Diário da República as regras de apoios à eletricidade das explorações agrícolas e pecuária.

"Preferimos dar apoios para que as empresas continuem a laborar", disse Siza Vieira, afastando para já o regresso do lay-off simplificado.

Ministro exclui lay-off simplificado

Noutras indústrias mais dependentes de energia, o governo afasta, para já, recuperar o lay-off simplificado, mesmo perante paragens como as da Siderurgia Nacional e de algumas unidades de cerâmica, e aponta antes para novos apoios à manutenção da produção que poderão, antes do final deste mês, ser autorizados a nível europeu. "Preferimos dar apoios para que as empresas continuem a laborar a dar apoios para que os trabalhadores vão para casa e as empresas deixem de laborar", explicou Siza Vieira. O ministro da Economia defendeu que a prioridade do governo é a de "preservar a capacidade produtiva".

O governo irá desenhar e apresentar estes apoios após o Conselho Europeu de 25 e 26 de março, que servirá para dar aval à flexibilização das regras de ajuda de Estado que vigoram no mercado interno da União Europeia. Mas avança já que a prioridade é socorrer as indústrias que não beneficiam de contratos de energia de longa duração.

Segundo Siza Vieira, "70% das empresas portuguesas que consomem gás natural têm contratos cujo preço está indexado ao preço diário no mercado spot". "Enquanto no setor da eletricidade é normal haver contratos a um ano, a dois anos, a três anos - e até se têm estado a alargar - no setor do gás natural isso é menos frequente. Por isso, estas empresas estão num contexto de grande dificuldade", explicou.

A Comissão Europeia propôs na passada semana voltar a dar margem aos governos dos Estados-membros para que injetem dinheiro em setores sob choque da escalada energética. As medidas de liquidez preveem novas linhas de crédito de garantias públicas - que o governo também está a preparar, além dos 400 milhões de euros já anunciados - e também subsídios.

Em aberto está a possibilidade de os apoios serem destinados às empresas com maior uso de energia ou serem mais transversais, ao mesmo tempo que Bruxelas pede aos Estados-membros mais propostas de soluções para acudir à agricultura.

A flexibilização de ajudas de Estado é uma das decisões europeias aguardadas, a par com a possibilidade de ser autorizada a redução do IVA dos combustíveis, a alteração da regulação dos preços no mercado de energia, a concessão de apoios diretos à agricultura, a compra conjunta de energia e outros bens, e ainda a possibilidade de impor tributação excecional de "lucros inesperados e aleatórios" pelas empresas do setor energético. "Temos de ver em que medida isso será permitido", disse o ministro da Economia.



15.3.22

Aprovisionamento de bens está garantido até junho, assegura ministro da Economia

Carla Tomás, in Público on-line

O Governo diz estar a trabalhar para “assegurar que não faltem alimentos e não falte energia”. Mas o aumento de custos é inevitável: "Vamos pagar mais pelos alimentos” e “teremos de ajudar os mais vulneráveis”, avisa o ministro da Economia

Perante a tripla crise a que assiste o país – covid 19, seca e guerra na Ucrânia – o Governo está a trabalhar para garantir o fornecimento e o aprovisionamento de bens alimentares. “O abastecimento de bens alimentares ao país está assegurado. Estamos a diversificar os fornecedores”, informou o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, em conferência de imprensa, esta segunda-feira.

Segundo Siza Vieira, o Governo tem dialogado com importadores de cereais e industriais de moagem, entre outros, sobre o stock armazenado e a diversificação dos mercados mundiais, de forma a que não faltem alimentos essenciais nem energia. Para já, estão armazenados, em silos e nos portos, cereais para quatro meses (até junho).

Em relação ao milho para rações e ao óleo de girassol, que Portugal importa sobretudo da Ucrânia, as origens estão já a ser outras, como o Brasil e a África do Sul. E ainda esta semana “chegou um barco dos Estados Unidos da América com milho forrageiro”, disse a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes”, na conferência de imprensa.

Já o trigo e cereais para panificação são provenientes sobretudo de França, considerado “um mercado estável e que merece confiança”, assegurou a ministra.

Não antevendo quaisquer problemas de abastecimento "nos próximos tempos", o ministro Siza Vieira reconheceu que não sabe qual vai ser o impacto real no aumento de preços. Contudo, advertiu: "Não vale a pena ir a correr aos supermercados esgotar papel higiénico como se fez no início da pandemia ou, agora, óleo de girassol", já que não se preveem falhas de abastecimento das cadeias de supermercados “nos próximos meses”.

No entanto, admitiu, a subida dos custos de produção vai ter impacto: "Vamos pagar mais pelos bens alimentares” e, como tal, “temos de ajudar os mais vulneráveis”. O Governo ainda está a estudar como vai ajudar a atenuar a subida de bens alimentares junto dos consumidores mais vulneráveis. E frisou que para famílias que gastam mais de metade do orçamento em bens alimentares, “a situação será mais difícil”.

PORTA ABERTA A TRANSGÉNICOS?

No âmbito da Política Agrícola Comum (PAC), Maria do Céu Antunes indicou que Portugal está a negociar em Bruxelas o apoio financeiro, de forma a “ter uma reserva disponível de 500 milhões de euros [dos mil milhões destinados aos agricultores] para fazer face a este impacto” da seca e agora da guerra. E também aguardam por decisões da Comissão Europeia sobre a possibilidade de utilizarem terras em pousio para produção de cereais, proteaginosas (leguminosa como a ervilha, o feijão ou o tremoço) e para pastagens para gado.

A Comissão também está a ser pressionada para retirar barreiras à importação de bens alimentares que não cumprem determinadas regras europeias associadas aos produtos transgénicos ou à utilização de produtos químicos.


    28.12.20

    Pão, rendas ou eletricidade. Os novos preços dos bens e serviços para 2021

    Ana Moura // Lusa, in Zap

    Ano novo, vida nova, ou neste caso, ano novo, preços novos. Todos os anos os portugueses contam com novas atualizações nos preços de bens e serviços que são considerados essenciais. No próximo ano as rendas e as portagens vão manter-se inalteradas, o preço da eletricidade vai descer e do tabaco vai aumentar.

    De acordo com as atualizações dos preços para 2021 já conhecidas, o preço da eletricidade para os consumidores do mercado regulado vai descer 0,6% a partir de 1 de janeiro de 2021, de acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

    Esta descida vai beneficiar os consumidores que ainda permanecem no mercado regulado – menos de um milhão – ou que, estando no mercado livre, tenham optado por tarifa equiparada. Já em 2020, a ERSE tinha decidido uma descida destas tarifas de eletricidade em 0,4%.

    Relativamente às rendas das casas, o coeficiente de atualização para o arrendamento urbano e rural apurado pelo INE para vigorar entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2021 é de 0,9997 o que, na prática, dita uma manutenção dos preços das rendas.

    Este coeficiente de atualização é aplicável às rendas em regime livre, para habitação com renda condicionada e para arrendamento não habitacional, caso as partes, inquilino e senhorio, não tenham acordado condições diferentes.

    O congelamento das rendas em 2021 já era esperado uma vez que a inflação média dos últimos 12 meses, sem habitação, indicador que serve de referência, foi negativo (-0,01%).

    Já o pão, um dos bens alimentares mais consumidos, pode sofrer alterações negativas para a carteira dos portugueses. A subida de 635 para 665 euros do salário mínimo nacional poderá ditar um aumento do preço de venda do pão, segundo perspetiva a indústria de panificação, ressalvando que o peso e o preço deste produto são livres.

    Porém, nem todos os bens e serviços estão suscetíveis a aumentos no próximo ano. Os preços das portagens nas autoestradas deverão voltar a manter-se em 2021, tendo em conta que a taxa de inflação homóloga, sem habitação, em outubro foi negativa (-0,17%).

    A fórmula que estabelece a forma como é calculado o aumento do preço das portagens em cada ano estabelece que a variação a praticar em cada ano tem como referência a taxa de inflação homóloga sem habitação no continente verificada no último mês para o qual haja dados disponíveis antes de 15 de novembro, data limite para os concessionários comunicarem ao Governo as suas propostas de preços para o ano seguinte.

    A estabilização dos preços das portagens em 2020 e 2021 segue-se a quatro anos consecutivos de subidas: em 2019 as portagens nas autoestradas aumentaram 0,98%, depois de aumentos de 1,42% em 2018, de 0,84% em 2017 e de 0,62% em 2016.
    Transportes

    Para quem usa os transportes públicos diariamente também há boas notícias. Os preços dos transportes públicos coletivos de passageiros vão manter-se inalterados em 2021, de acordo com a informação divulgada pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

    Os preços das viagens no Alfa Pendular são uma exceção, aumentando 0,5% a partir de 1 de janeiro. Assim, por exemplo, uma viagem no Alfa Pendular só de ida entre Lisboa e Braga, passará de 48,50 euros (em classe conforto) e 34,20 euros (turística), para 48,80 euros e 34,40 euros, respetivamente.

    No que diz respeito às telecomunicações, a NOS não vai atualizar os preços em 2021, enquanto a Vodafone disse à Lusa que “à semelhança do que aconteceu no ano passado, não estão previstos aumentos generalizados de preços”.

    Já a MEO adianta que irá proceder a uma atualização do preço base de mensalidade em tarifários/pacotes, com efeitos a 1 de janeiro de 2021, de acordo com o previsto contratualmente, sendo que os clientes abrangidos foram devida e atempadamente informados.

    Por fim, o tabaco deverá ser um bem com aumento de preço. O Orçamento do Estado para 2021 altera a fórmula de cálculo do Imposto sobre o Tabaco (IT), medida que, segundo os cálculos da consultora Deloitte, deverá refletir-se num aumento do imposto em cerca de cinco cêntimos por maço de cigarros e que “previsivelmente, corresponderá a um aumento de 10 cêntimos no preço de venda ao público do mesmo maço”.



    5.9.17

    Bens em fim de validade vão ter pontos de venda próprios

    Joana Amorim, in Jornal de Notícias

    Estratégia e Plano de Ação em consulta pública. Vai ser criada plataforma colaborativa com oferta e procura.

    Em Portugal, todos os anos é desperdiçado um milhão de toneladas de alimentos. São 96,8 quilogramas per capita. No mesmo país onde 29% das crianças estão em risco de pobreza. Com atraso, como todos reconhecem, a Estratégia Nacional e Plano de Ação de Combate ao Desperdício Alimentar está já em consulta pública. E foca-se na (in)formação.

    29.12.16

    “A fome em Portugal é invisível, sobretudo no grupo dos idosos”

    Joana Gorjão Henriques, in Jornal Público

    O representante em Lisboa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Francisco Sarmento, defende a criação de um Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional em Portugal. E diz que a alimentação devia ter um papel central nas políticas.

    Diz que é preciso criar uma lei-quadro do direito humano à alimentação adequada. Porque, entre outras coisas, o sistema alimentar não é democrático. Francisco Sarmento, 49 anos, assumiu funções este mês como chefe do escritório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization), em Portugal. Está instalado na sede da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.
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    Licenciado em Gestão e Extensão Agrária, e com pós doutoramento em Governança da Segurança Alimentar e Nutricional, Francisco Sarmento foi coordenador da estratégia de segurança alimentar e nutricional da CPLP. Propõe criar em Portugal um conselho nacional para essa área, órgão que, explica, existe em todos os países da CPLP, à excepção de Portugal e da Guiné Equatorial. A FAO está em Portugal desde 2009.
    “Raízes da pobreza na CPLP estão nas prioridades das elites”
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    Qual é o seu programa?
    Com a CPLP, o programa é trabalhar para consolidar a estratégia e desenvolver a questão da governança do sistema alimentar, para ela ser mais democrática.

    Para acabar com a fome?
    Não só. A fome é um dos sintomas da crise do sistema alimentar. Além da fome há situações como a desnutrição, a obesidade, a hipertensão, determinados tipos de cancro, doenças de declaração não obrigatória que derivam em grande parte do tipo de alimentação da população. Em alguns países isso gasta mais recursos públicos do que a própria subnutrição.

    É curioso que a alimentação é a principal necessidade fundamental humana mas as políticas públicas dão-lhe pouca centralidade.

    Porque defende um Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional em Portugal?
    Há a percepção de que a realidade portuguesa, sendo diferente, não necessita de ter um conselho. O conselho serve para resolver o problema da desnutrição, mas é um órgão regulador para todo o sistema alimentar. Pode ser eficaz a promover a coordenação de políticas em diferentes ministérios cuja acção tem um impacto no sistema alimentar.
    Os caminhos do pão por entre a pobreza
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    Porque é que este conselho ia melhor a nossa vida e a das pessoas em situação mais vulnerável?
    Por exemplo, se as escolas tivessem acesso a alimentos comprados com recursos públicos, produzidos por agricultores locais, seriam mais saudáveis do que aqueles que eventualmente estão a fornecer às crianças neste momento, que são produzidos a dez mil quilómetros de distância. Certamente em relação à saúde teria impacto, e em relação ao orçamento da família também. Para quem produz os alimentos comprados pelas escolas significaria uma melhoria do seu modo de vida e a possibilidade de permanecer no meio rural porque poderia ter rendimentos da actividade agrícola.

    Iria passar-se a gastar menos?
    Não necessariamente, porque um dos graves problemas do sistema alimentar é que enquanto há 50 anos as famílias gastavam 50% do seu orçamento com a alimentação, hoje gastam bem menos. A grande distribuição teve aí um papel: reduziu em muito os custos, mas à custa de alguém.

    Por isso diz que há falta de democracia no sistema alimentar?
    Precisamente. A concentração passou a ser promovida como condição de sobrevivência nas cadeias alimentares para fazer chegar às prateleiras das grandes superfícies alimentos a um preço nunca antes visto.

    Tem exemplos disso?
    Cereais ou tudo o que é à base de cereais, a carne de porco. Há relações entre estas duas cadeias, uma fornece as rações que alimenta outra. Essa redução de preços foi conseguida tendo em conta um processo de concentração galopante: é preciso produzir mais, vender em mais quantidade, para que a margem cada vez menor possa manter o retorno relativamente aos investimentos efectuados. Isto gerou métodos mais intensivos de produção.

    Veja-se o impacto que tem no ambiente e na saúde o uso de antibióticos nas produções animais (a indústria de produção de carne é a que mais consome antibióticos no mundo inteiro); a necessidade de transportar alimentos durante milhares de quilómetros em vez de comprar nos circuitos locais (e que significa a utilização de conservantes, estabilizantes e outros produtos químicos). Hoje, a indústria de aditivos é a que mais factura no conjunto das indústrias alimentares: não é o alimento produzido, mas os condicionantes químicos desse mesmo alimento. Obviamente que isto excluiu os pequenos e médios produtores de muitas cadeias de produção. Se se juntar a enorme degradação ambiental que tem feito...
    “Os países precisam de recuperar a capacidade de se alimentarem”
    “Os países precisam de recuperar a capacidade de se alimentarem”

    Custa mais do que aquilo que se poupa no imediato?
    Há uma série de externalidades ao sistema alimentar que têm um custo efectivo e estão a ser pagas pelos nossos impostos actuais e deixadas às gerações futuras a troco de poder comprar hoje a carne de frango ao preço que temos comprado.

    Como se convence as pessoas a comprar mais caro hoje?
    Não se faz a transição do sistema alimentar sem envolver todos os actores à volta da mesa, daí [a necessidade do] Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

    Como é que isso é compatível com as leis de mercado e os acordos com a União Europeia (UE)?
    Obviamente que terá que ter em conta o que vem da UE. Não podemos fazer tudo, mas não vamos dizer que não podemos fazer nada. Há uma margem de manobra que os estados têm relativamente às directrizes dos blocos em que se inserem. Quanto mais nos aproximamos do poder local, mais essa margem existe.

    Por um lado, o sistema das grandes cadeias colmata algumas falhas, por outro não é democrático: é isso?
    A alimentação barata não significa alimentação saudável. Mas a questão é como é que ofereço alimentação saudável ao maior número possível de cidadãos sem que isso comprometa os direitos de outro conjunto de cidadãos, os excluídos das cadeias produtivas. Tenho a certeza que em determinadas áreas a grande distribuição será a primeira interessada em trabalhar nesse sentido. Isto não é contra a grande distribuição mas é para trabalhar com ela, visando um sistema alimentar como um todo.
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    Não existe uma política pública de alimentação?
    Não existe uma lei-quadro do direito humano à alimentação adequada. Entre outras matérias seria importante ter como princípio orientador o direito humano à alimentação adequada. Nessa perspectiva, as políticas são montadas em funções dos detentores de direitos que são os grupos mais vulneráveis. Isso muda a lógica com que olhamos para o problema. Deixa de ser uma lógica assistencialista. Portugal deveria ter uma integração das suas políticas sociais de tal forma que a alimentação tivesse um papel central. As pessoas têm que ter direito, através do seu trabalho, aos recursos necessários para se alimentarem. Uma política desta natureza não se implementa em dois anos, é um programa de média e longa duração.
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    Cultivar a terra para pertencer à terra
    “Há uma situação de emergência nalguns estratos da população”

    Há fome em Portugal?
    Há, são situações muito contextualizadas. Mas a fome que existe em Portugal é a fome invisível — deficiência de micronutrientes, situação de subnutrição porque não se come aquilo que se devia comer, o que tem a ver com a capacidade de aceder a alimentos. Isso verifica-se sobretudo no grupo dos idosos, e sobretudo no interior. É uma clara violação do direito à alimentação adequada para esse grupo. Nos idosos porque têm menos rendimentos. E porque já não têm energia nem força para, normalmente, produzirem os seus alimentos. É o grupo com menor capacidade de reivindicar a superação dessa situação, porque grande parte já depende da assistência e da própria reforma que considera um favor. É um grupo com menor capacidade de mobilização, de cooperação entre eles próprios, de organização para tentar resolver os problemas.

    É possível acabar com a fome?
    É. A fome é uma questão política, não é porque não se produza o suficiente, não é porque haja calamidades naturais. A fome é uma questão de política pública: se houver vontade de acabar com a fome, acaba-se. Por exemplo, toda a gente via as imagens de famintos na Etiópia. Há seis anos estive na Etiópia e pude ver que as cooperativas de agricultores de etíopes produzem leite e têm fábricas que produzem iogurtes porque nos últimos anos houve uma política clara de fortalecer esses grupos mais vulneráveis. Um iogurte que compro produzido na Etiópia custa menos de um dólar, o importado custa 2 dólares.

    6.11.13

    Presidente da Câmara do Porto critica EDP por ter cortado a luz nos bairros sociais

    Pedro Sales Dias, in Público on-line

    Rui Moreira lamenta ter sido informado pela comunicação social e condena a actuação dos técnicos que se fizeram acompanhar por forte dispositivo policial.

    Rui Moreira disse estranhar a coincidência dos cortes de luz e do fecho da unidade de saúde na freguesia de Campanhã, freguesia que o autarca elegeu como prioridade do mandato, dada a situação de especial fragilidade social que a caracteriza Paulo Pimenta .

    O presidente da Câmara do Porto (CMP), Rui Moreira, criticou este sábado o modo como a EDP procedeu aos cortes de electricidade esta semana a largas dezenas de lares dos bairros sociais da cidade.

    “A nossa preocupação principal é que a CMP não foi informada”, sublinhou o autarca, à margem de uma visita ao Bairro São Vicente de Paulo, na freguesia de Campanhã, que serviu para marcar o arranque das obras de requalificação daquele conjunto habitacional. “A CMP e os seus eleitos devem pelo menos ser informados previamente do que sucede, e nós não fomos informados. Não pode ser. O povo do Porto não pode ser informado através dos fornecedores de serviços daquilo que lhes vai suceder”, acrescentou.

    Ladeado pelo socialista Manuel Pizarro, vereador da Habitação e Acção Social, Rui Moreira lamentou também não ter sido informado do fecho da unidade de saúde familiar do centro de saúde de Azevedo de Campanhã. A Administração Regional de Saúde do Norte anunciou nesta sexta-feira que, a partir de segunda-feira, aquela estrutura fica encerrada, por falta de condições de segurança e salubridade.

    O encerramento foi comunicado um dia depois dos cortes de energia no Bairro do Lagarteiro – cuja população é servida por aquela unidade de saúde – o que indignou a população. Para além do Lagarteiro, a EDP efectuou cortes de energia nos bairros de Contumil e do Cerco do Porto.

    A EDP Distribuição garantiu ao PÚBLICO que os cortes em causa visaram apenas as ligações clandestinas, e não as dívidas. Ontem, contudo, os jornalistas puderam confirmar que quase todas as ligações ilícitas já foram repostas no bairro, por moradores que insistem que as pessoas não pagam porque não podem.

    A unidade de saúde familiar de Azevedo de Campanhã também foi ontem palco de uma manifestação que reuniu cerca de meia centena de pessoas, que admitiam ocupar o equipamento para que este não encerrasse definitivamente na segunda-feira, mas que, às 20h, acabaram por acatar o convite da polícia para abandonarem as instalações da unidade, permitindo que ela fechasse à hora normal.

    “Pessoas que vivem nos bairros não são diferentes de nós”

    A forma de actuação da EDP, cujos técnicos se fizeram acompanhar por mais de 30 agentes da PSP para realizar a acção no Bairro do Lagarteiro, também foi criticada por Rui Moreira. “Acima de tudo, nestas matérias é preciso dividir aquilo que é uma intervenção legítima, quando se impõe, e aquilo que é a sensibilidade social que é preciso ter”, referiu. “As pessoas que vivem nos bairros não são diferentes de todos nós. A CMP tem de ser informada do que se passa. Não pode ser informada através da comunicação social sobre situações desta natureza”, defendeu ainda.

    O autarca sublinhou ainda a coincidência de os cortes de luz e o anúncio do fecho da unidade de saúde terem ocorrido depois de o novo executivo municipal ter assumido que a sua principal “prioridade é esta zona da cidade e esta freguesia”. Rui Moreira disse estranhar que, “subitamente, se abata sobre esta freguesia um conjunto de medidas que objectivamente têm impacto sobre a população”.

    Moreira sublinhou, aliás, que as dívidas e as ligações de energia clandestinas não existem apenas “desde o período eleitoral” mais recente. “Já existiam antes”, vincou, dispensando-se contudo de apontar responsáveis “por essas políticas” que têm “grande impacte sobre a população”.

    18.7.13

    Portugueses cortam cada vez mais nos bens essenciais

    Cristina Lai Men/Público, in TSF

    Um estudo divulgado pelo jornal Público diz que por causa da crise, os portugueses estiveram em modo de sobrevivência nos primeiros seis meses do ano.

    O carrinho de compras está cada vez mais vazio. Cada vez que foram ao supermercado, os portugueses levaram menos azeite, menos farinha, menos pão e frutas.

    O estudo da Kantar Worldpanel, uma empresa de estudos de mercado, mede as alterações de consumo e nota um agravamento dos cortes nos primeiros seis meses do ano.

    O volume de produtos caiu 3,7 por cento, um valor muito próximo do registado no pico da crise na Grécia.

    O estudo mostra que os consumidores não cortaram nas idas ao supermercado, mas compram cada vez menos.

    Além do pão, azeite, farinhas e fruta, levam também menos leite e águas minerais.

    No caso do leite, por exemplo, nota-se outra mudança nos hábitos de consumo: o adiamento da compra. Em média, as familias adiaram a compra do leite por 24 dias. E no caso da água, o adiamento chegou aos 12 dias.

    Compras controladas para um desperdício zero, que leva a empresa de estudos de mercado a dizer que os portugueses passaram o primeiro semestre do ano em modo de sobrevivência.

    16.5.13

    Falta carne e peixe na mesa de mais de 320 mil famílias

    in RR

    "Estamos a falar da sobrevivência das pessoas e do respeito essencial pela sua dignidade", diz o presidente da Cáritas Portuguesa. Nutricionista ouvido pela Renascença deixa algumas recomendações a quem passa dificuldades.

    Os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que mais de 320 mil famílias não têm capacidade para fazer uma refeição de carne e peixe de dois em dois dias. A Cáritas Portuguesa confirma o aumento substancial do número de famílias sem acesso a estas duas fontes de proteína.

    "Preocupa-me muito, porque estamos a falar da sobrevivência das pessoas e do respeito essencial pela sua dignidade, um elemento constitutivo. Sem uma alimentação equilibrada, as pessoas não podem, de forma alguma, ter condições anímicas e que as levem a olhar com esperança para o futuro", refere à Renascença o presidente da Cáritas, Eugénio da Fonseca.

    Idosos e mulheres estão entre os mais atingidos pela situação, tal como as famílias numerosas e, por outro lado, as monoparentais. O presidente da Cáritas foca a preocupação nos mais novos e nos mais velhos, pois nas "crianças pode condicionar o seu desenvolvimento equilibrado e os idosos estão mais expostos a determinado tipo de doenças", como a tuberculose, cuja incidência tem vindo a aumentar.

    A Cáritas tenta minimizar as carências por via da ajuda financeira directa às famílias e do apoio do sector da restauração, através dos "excedentes que resultam do consumo feito em restaurantes e que algumas instituições vão buscar ao fim do dia".

    Para o nutricionista Nuno Borges, da Associação Nacional de Nutricionistas, "não comer carne e peixe é mau, mas não é péssimo". No seu entender, o que mais importa é a "capacidade de fazer as melhores escolhas com muito menos recursos".

    "Não comer carne e peixe é mau, mas não é péssimo. Quais são as alternativas? O leite e seus derivados, os ovos e a conserva clássica, que é muito interessante na relação quantidade proteica/euros", refere Nuno Borges à Renascença.

    5.2.13

    27% dos portugueses sem dinheiro para bens essenciais

    por Ana Marcela, in Dinheiro Vivo

    Cerca de 30% dos portugueses tem dificuldade em gerir o impacto da crise na sua vida e fazer face às despesas.

    A conclusão é do estudo Há luz nesta crise? da empresa de estudos de mercado Kantar Worldpanel, realizado junto de um painel de 4 mil lares no final do ano passado.

    O estudo revela que as dificuldades dos portugueses com a crise tem vindo a aumentar. Junto do segmento que a empresa classifica de impactados - casais, com filhos, entre os 25-49 anos, da classe baixa e média baixa e que já representa, 27% dos portugueses - o valor subiu 5 pontos percentais, em relação aos 22% registados em 2009.

    A crise teve efeitos nos hábitos de consumo das famílias, com os produtos de marca de distribuição, as ofertas e promoções a serem cada vez um maior chamariz para os consumidores.

    O ano passado, de acordo com os dados da Kantar Worldpanel, os frescos (+5,3%), o papel (+2,1%) foram as categorias que viram subir em volume o seu consumo, já as bebidas, por exemplo, caiu 10,6%.

    O que leva os responsáveis da empresa de estudos de mercado a concluir que está a emergir "um novo padrão de consumo, mais contido, refletido", diz Sónia Antunes, diretora da Kantar Wordlpanel.

    "Já em 2012 se detetou sinais desse novo padrão", diz, afirmando que em termos de alimentação "voltamos aos anos 80". "Comida tradicional como o borrego", exemplifica, "produtos estavam muito associados a momentos específicos" estão a regressar ao consumo das famílias.

    À medida que o tempo passa as perspectivas de evolução da economia nos lares também piora. Se em 2009, em média 58,1% dos inquiridos considerava que a crise iria demorar três anos a passar, em 2012 o valor sobe para 76%, com apenas 4,3% a considerar que passado um ano a economia vai dar a volta.

    Talvez por isso, 89% do painel - e não apenas os impactados com a crise - digam que toda a família está envolvida no controlo dos custos (em 2009 o valor era 74%) e 76% admita que compara agora mais os preços do que antes. Em 2009, esse valor era de 69%.

    Já as promoções e descontos 85% dos lares admitem que é um factor a que dão importância. Mas isso já ocorria em 2009. Já nessa época era um elemento valorizado em 83% dos lares.

    18.7.12

    Há famílias a violar contadores para contornar dívidas com a água

    in Jornal de Notícias

    Planos de pagamento faseado, recurso a programas de apoio à aquisição de bens essenciais e, em alguns casos, violações de contadores são, além dos tarifários sociais, formas encontradas por famílias portuguesas em dificuldades para liquidar contas da água.

    Ainda assim, apesar da crise, vários fornecedores municipais contactados pela agência Lusa disseram que o número de cortes do serviço por falta de pagamento não aumentou.

    "O que tem aumentado é o pedido de pagamento das contas em prestações", afirmou o diretor-delegado do Serviço Municipalizado de Água e Saneamento de Viseu, Carlos Tomás, explicando que as pessoas, alegando "uma situação financeira preocupante ou difícil", pedem para fracionar o pagamento, na maior parte dos casos, em três ou quatro meses.

    A Câmara tem um regulamento para ajudar pessoas carenciadas e com dificuldades que abrange também estas contas, mas há "conhecimento de casos de pessoas que deixem de ter água devido a problemas financeiros".

    Em Portalegre, onde há 14 mil clientes, a dívida dos consumidores domésticos aos serviços municipalizados é de 25 mil euros e são efetuados cerca de 140 cortes por mês.

    Contudo, de acordo com a Câmara, também não tem havido um aumento no número de cortes junto dos consumidores domésticos -- quando há dívidas, há vários mecanismos, como o segundo, a prorrogação do prazo ou o plano de pagamento faseado.

    Para empresas, os prazos de pagamentos foram prorrogados em 45 e 60 dias.

    A Águas do Ribatejo, empresa intermunicipal que abrange Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos e Torres Novas, não notou um aumento significativo dos atrasos nos pagamentos e registou, no primeiro semestre deste ano, 10 mil cartas (13% do total de clientes) enviadas por esse motivo, tendo havido na maioria dos casos regularização imediata ou acordo para pagamento em prestações, sem juros de mora.

    "Nos casos sociais graves temos tido a colaboração da Segurança Social, dos técnicos de Ação Social dos municípios e da DECO [Associação de Defesa do Consumidor] para tentar promover acordos que sejam possíveis de cumprir", explicou a empresa, lembrando que com o tarifário social um agregado com rendimentos inferiores a um salário mínimo per capita pode conseguir uma redução até 50%.

    Os cortes, indicou, só acontecem quando esgotadas todas as alternativas e o cliente assume que não vai pagar ou recusa responder às notificações.

    Há ainda um "número significativo de situações irregulares" em que as pessoas "tinham violado os contadores ou mesmo retirado os mesmos e colocado uma ligação direta para não pagar os consumos". Nestas situações, há corte de água e exigência de regularização.

    Na Guarda, os residentes com dificuldade no pagamento de faturas de água e luz ou medicamentos podem recorrer ao Plano de Emergência Social, no valor de 50 mil euros. Porém, segundo a vereadora da Ação Social, Elsa Fernandes, ainda não entrou qualquer pedido relacionado com contas da água.

    Em Viana do Castelo há também negociação antes do corte e, se necessário, a intervenção dos serviços sociais. O município observou nos últimos meses a redução dos consumos e o aumento de 300% de pedidos de adesão à tarifa social.

    Também nos Açores se tem notado uma quebra de consumo nos últimos anos. Em Ponta Delgada, onde os serviços municipalizados também negoceiam o pagamento faseado se necessário, não se notou um aumento substancial de cortes.

    O mesmo acontece em Coimbra, concelho onde, segundo o presidente da empresa municipal Águas de Coimbra, a falha de liquidação dentro dos prazos é de 300 por mês. Marcelo Pereira disse não se prever um plano de apoio específico e sublinhou que, além de existir a taxa social, não houve subida brusca de tarifas.

    17.7.12

    Crise está a deixar milhares de famílias sem água em casa

    João Paulo Costa, in Jornal de Notícias

    Milhares de famílias estão a deixar de ter água canalizada em casa por falta de pagamento. A DECO revela que é cada vez mais contactada para resolver problemas relacionados com o corte do serviço básico.

    Há cada vez mais faturas em atraso que separam as águas. As dificuldades económicas dos portugueses estão a levá-los a prescindir, em muitos casos, de bens essenciais, como a água canalizada. Segundo os dados obtidos pelo "Jornal de Notícias", o fechar das torneiras aumentou, mais ou menos consoante as regiões, por parte dos serviços municipais e das empresas que gerem o sistema. Só em seis cidades, Viana do Castelo (800), Braga (213), Aveiro (200), Lisboa (1027), Coimbra (300) e Olhão (365), há perto de 3000 famílias que todos os meses ficam sem água.