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28.3.23

Cabaz de bens essenciais custa 235 euros e há 10 preços que aumentaram na última semana

in Rádio Voz da Planície

O aumento do custo de vida continua em destaque e hoje revelamos que o bacalhau, o café torrado moído e as massas espirais foram os três produtos que lideraram no aumento dos preços na passada semana.

Os dados são da Deco Proteste e revelam que entre os dias 8 e 15 deste mês, os três produtos com maiores aumentos de preço foram o bacalhau (mais 15 por cento), o café torrado moído (mais 14 por cento) e as massas espirais (mais 12 por cento). Desde fevereiro de 2022 que o produto que mais viu o seu preço aumentar foi a couve-coração, que regista uma subida percentual de 123 por cento, assegura a Associação de Defesa do Consumidor.

Na última semana subiram, ainda, entre os 7 e os 10 por cento, também segundo a Deco, o pão de forma, o peru de perna, o óleo alimentar, o azeite, a pescada fresca, a cebola e o fiambre.

A subida dos preços dos alimentos parece não ter fim à vista e na última semana o cabaz de bens alimentares considerados essenciais, monitorizado pela Deco Proteste, voltou a subir para um valor recorde. Custa agora 235 euros.

27.3.23

Portugal: Presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza teme «degradação catastrófica», perante escalada de preços

in Ecclesia

Padre Agostinho Jardim Moreira defende intervenção «estruturada» dos responsáveis políticos, para enfrentar problema

Lisboa, 15 mar 2023 (Ecclesia) – O padre Agostinho Jardim Moreira, presidente de Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN)-Portugal disse que os problemas sociais do país têm “causas estruturais”, lamentando a “falta de coragem política e económica” para alterar a situação.

“A pobreza em Portugal não se resolve com respostas assistencialistas, mas de forma estruturada pelo Governo e pela Assembleia da República”, referiu hoje à Agência ECCLESIA o sacerdote da Diocese do Porto.

Perante o aumento da inflação, o entrevistado admite “o perigo de os portugueses entrarem numa degradação catastrófica” do seu nível de vida.

O responsável da EAPN-Portugal aconselha um “olhar permanente para as pessoas, que merecem toda a atenção e cuidado”, em particular num momento de “instabilidade” socioeconómica.

“Os problemas devem ser resolvidos nas suas causas, mas agora estamos perante uma emergência grave e os responsáveis governamentais devem ter uma atenção redobrada”, precisou.

O padre Jardim Moreira sublinha que o aumento da pobreza “é notório” porque as “pessoas não têm margem para responder às suas dificuldades e necessidades”.

Em relação ao aumento dos preços dos bens essenciais, o sacerdote admite que “há falta de pessoas para trabalhar, especialmente na agricultura, e os custos de produção aumentam”.

“Só com uma intervenção global do país se pode resolver este assunto, não com respostas passageiras”, insiste, adiantando que a EAPN-Portugal vai divulgar uma nota sobre “a questão alimentar”.

A EAPN – European Anti Poverty Network (Rede Europeia Anti-Pobreza) é a maior rede europeia de redes nacionais, regionais e locais de ONG, bem como de Organizações Europeias ativas na luta contra a pobreza.

Fundada em 1990, em Bruxelas, está atualmente representada em 31 países, incluindo Portugal, onde chegou em 1991 e é reconhecida como Associação de Solidariedade Social, de âmbito nacional, obtendo em 1995 o estatuto de Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD).


LFS/OC

30.8.22

Avaliação bancária na habitação atinge máximo histórico de 1417 euros/m2 em julho

in TSF

É um aumento homólogo de 161,% e de mais 10 euros do que em junho.

Ovalor mediano de avaliação bancária subiu em julho, pelo 11.º mês consecutivo, para o novo máximo histórico de 1417 euros por metro quadrado, um aumento homólogo de 16,1% e mais 10 euros do que em junho.

Segundo dados avançados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), para este cálculo foram consideradas 28.635 avaliações bancárias efetuadas no âmbito de pedidos de crédito para a aquisição de habitação, menos 6,0% que no mesmo período do ano anterior, das quais 18.313 foram apartamentos e 10.322 moradias.

Em julho, o maior aumento homólogo do valor mediano da avaliação bancária registou-se no Algarve (18,7%) e o menor na Região Autónoma dos Açores (8,1%).

Já o maior aumento face ao mês anterior registou-se na Região Autónoma dos Açores (1,9%), enquanto a menor variação foi no Alentejo (0,2%).

No mês em análise, o valor mediano de avaliação bancária de apartamentos foi 1.575 euros por metro quadrado (m2), tendo aumentado 16,7% relativamente a julho de 2021. Comparativamente com o mês anterior, o valor de avaliação subiu 0,8%.

Já o valor mediano da avaliação bancária das moradias foi de 1.129 euros/m2 em julho, o que representa um acréscimo de 13,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Face a junho, o valor de avaliação aumentou 0,6%.

Numa análise por regiões NUTS III, verifica-se que, em julho de 2022, o Algarve, a Área Metropolitana de Lisboa e o Alentejo Litoral apresentaram valores de avaliação de 34,7%, 32,9% e 6,9%, respetivamente, superiores à mediana do país.

Pelo contrário, a região das Beiras e Serra da Estrela foi a que apresentou o valor mais baixo em relação à mediana do país (-49,3%).

O próximo inquérito à avaliação bancária na habitação, referente a agosto, será publicado em 27 de setembro.

29.8.22

Há mais uma mercearia social. Pedidos de ajuda alimentar sobem

Joana Gorjão Henriques Texto e Nuno Alexandre Fotografia, in Público online

Desde Junho que houve um aumento de 60 agregados nas listas de pedidos de apoio ao Centro Padre Alves Correia, que trocou os cabazes por uma nova mercearia social. No Banco Alimentar números de utentes estão estáveis mas há mais instituições a pedir ajuda. Cáritas prevê maior pressão e está preocupada com diminuição da qualidade alimentar.

Há sete anos que Mariama Baldé, 68 anos, é apoiada pelo Centro Padre Alves Correia (CEPAC), em Lisboa, e todos os meses vem da Amadora à Estrela, onde fica a sede, para buscar alimentos. Leva nos sacos, que irá carregar de transportes públicos, cereais, azeite e óleo, arroz, leguminosas, chocolate, bolachas… Tudo isto vai dar para cerca de uma semana, diz, porque em sua casa vivem nove pessoas; a filha trabalha numa empresa de limpezas, mas ganha o ordenado mínimo, que não chega para sustentar todos. Mariama veio por razões de saúde, é uma das várias pessoas apoiadas no CEPAC com esta condição.

Também Maria Mendes, 61 anos, igualmente da Guiné-Bissau, vai regularmente ao CEPAC há vários anos; primeiro para buscar os cabazes, agora, desde que abriu a Mercearia Sabura, na Estrela, que é ela quem escolhe o que levar, dentro do que é definido segundo o seu agregado familiar. Hoje tem nos sacos arroz, massa, leite, iogurte, salsicha, legumes congelados, manteiga, maionese, chocolate.

A viver com a sobrinha que teve um bebé de seis meses, Maria Mendes tem um problema nos joelhos e custa-lhe andar; está neste momento sem emprego por causa disso; tem trabalhado com uma empresa a cuidar de idosos e a fazer limpezas. “Pagavam mal, 400 euros”, e nem sempre tinham trabalho, às vezes “diziam para não ir”. É ajudada pelo CEPAC, vive em casa da cunhada e aqui e ali vai fazendo salgados que vende na rua. Maria precisa de descontar para a Segurança Social para conseguir ter a autorização de residência e sem a autorização de residência não consegue arranjar um bom trabalho, nem recorrer aos apoios sociais. “Vim procurar uma vida melhor. Na Guiné, hoje é bom, amanhã é mau, há problemas políticos”, explica.

Antes, Maria e outros utentes iam ao CEPAC buscar os cabazes já feitos para um mês ou 15 dias, consoante os agregados; os funcionários dividiam os produtos por sacos e era comum algumas pessoas levarem coisas de que não precisavam. Maria Mendes prefere assim: “Há uma ou outra coisa que não comia”, diz. “Assim escolho apenas o que preciso.” Ana Mansoa explica que há produtos que os guineenses, o seu maior público, não consomem; com a possibilidade de escolha, evita-se desperdício.

O caso de Maria Mendes é comum a muitos que são apoiados pelo CEPAC; pessoas que estão sem autorizações de residência há vários anos, que vão tendo trabalhos precários e pessoas que já têm os seus processos no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), mas há anos que estão à espera de serem chamados para a entrevista que lhes dará a autorização de residência só que não abrem vagas, contextualiza Ana Mansoa, directora do CEPAC.

Listas de espera aumentam

Neste pequeno espaço recém-inaugurado tudo ainda está como novo; as prateleiras, os armários, as caixas onde se colocam os legumes (que neste mês de Agosto não vieram). Os produtos distribuem-se por tipos, há vários pacotes de massas, arroz, feijão e grão, açúcar e farinha, leite, sumos, bolachas, enlatados, mas também molhos, chocolates, gelatina em pó ou um frigorífico com sopas, iogurtes, queijo, margarina, massa folhada. No armazém, contíguo, ainda há mais destes produtos, e alguns congelados, como legumes e bolos.

As obras do espaço e a estrutura foram patrocinadas por um grupo de restauração, a Portugália, mas os bens que ali estão são enviados pelo Banco Alimentar, pela Refood e por uma cadeia de supermercados, a Auchan. Foi inaugurada a 4 de Julho e o objectivo é promover um acesso “digno e inclusivo” aos imigrantes apoiados pelo CEPAC, deixando que as pessoas escolham os bens alimentares dentro de uma tabela específica.

Cada família tem pontos de acordo com o seu agregado familiar, que pode trocar por produtos. Os beneficiários têm que estar inscritos no CEPAC. Além do apoio, a ideia é promover uma alimentação saudável e implementar medidas de gestão sustentável. As pessoas inscrevem-se e vão em dias específicos buscar as suas “compras”. Este não é um modelo novo, mas está-se a popularizar.

Quem antes fazia os cabazes no CEPAC, hoje está a orientar as pessoas sobre o que podem ou não ter nos sacos: Guilhermino Tavares, o funcionário, está em Portugal há 14 anos depois de ter vindo por causa de um acidente de mota no Príncipe, de onde é natural. Acha que este modelo de mercearia funciona melhor porque as pessoas vêem o que levam.

Dina Gonçalves, no atendimento ao público, explica que a quantidade nunca chega para todas as famílias. “O que temos vai-se num instante. Tem acontecido haver donativos específicos para a mercearia e aí compramos o que achamos mesmo essencial.”

Desde Junho que houve um aumento de 60 agregados nas listas de pedidos de apoio. São pessoas que chegam a esta resposta por causa do aumento dos preços, dos custos dos bens essenciais e outros, que vão tendo trabalhos informais e que “estão numa situação muito volátil”, diz Ana Mansoa. Neste momento apoiam cerca de 600 agregados, e na mercearia cerca de 400. Alguns retomaram a procura. O perfil principal dos utentes do CEPAC são famílias monoparentais imigrantes, sobretudo dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), com menores a cargo, ou agregados de várias gerações - em que uma das pessoas tem rendimentos mas não é suficiente para todos; a maior parte são doentes e estão em idade activa.

Esta é também altura em que aparecem mais pedidos de apoio para material escolar porque não tendo autorização de residência também não têm acesso ao serviço de acção social. Ana Mansoa prevê que os pedidos irão aumentar e que será necessário recorrer a mais apoios porque a perspectiva económica não é animadora.

De resto, está a aumentar a lista de espera no CEPAC de pessoas que querem ser beneficiárias e ter acesso ao apoio alimentar: no mais recente balanço eram 160 os agregados à espera. “Uns querem apoio na procura de emprego, outros no processo de regularização e outros estão em risco de ficar em situação de sem-abrigo” - mas estes passam à frente para “não ficarem em situação de maior vulnerabilidade”, explica Ana Mansoa.

No centro estão a aumentar as campanhas de angariação porque o que recebem não chega para a resposta; estão também à procura de parceiros até com outro tipo de bens que não alimentares: “Uma das necessidades que identificamos são os bens de higiene íntima da mulher, muito caros, e muitas das famílias que acompanhamos não têm orçamento para eles”, explica.
Pressão já existe

Esta não é a única instituição que está a verificar um aumento dos pedidos de ajuda. Segundo Isabel Jonet, do Banco Alimentar contra a Fome, que abastece muitas organizações como o CEPAC, “há mais pedidos das instituições porque têm mais pedidos” e porque “têm que responder a custos de energia e combustível”, que aumentaram.

Directamente ao Banco Alimentar os novos pedidos têm-se mantido estáveis, nas 20 famílias diárias, para um total de 400 mil pessoas que apoiam. São sobretudo famílias monoparentais, idosos com pensões “muito baixas”, em que qualquer aumento é “significativo”, contextualiza.

Rita Valadas, presidente da Cáritas, afirma que já se sente “claramente uma pressão”, mas que ela será maior, “mais para a frente”. A crise vai-se sentindo de forma gradual até chegar aos bancos alimentares: “As pessoas começam a substituir marcas por marcas brancas, depois trocam uns alimentos por outros e depois deixam de comprar determinados alimentos - só depois recorrem a programas alimentares”, contextualiza. Preocupa-a a diminuição da qualidade alimentar das refeições das famílias, que é um dos reflexos mais imediatos destas crises.

Na Cáritas tem sentido um aumento dos pedidos mas considera que “os números não são o mais importante”: “O pior são as pessoas que nos procuraram durante a pandemia, que não desapareceram e não conseguiram fazer a retoma.”

Às instituições como a Cáritas vai ser exigida criatividade porque cada vez “há mais pessoas para apoiar e menos pessoas com capacidade para ajudar”.

28.4.22

Cabaz de alimentos aumenta quase 10%

Fátima Casanova, in RR

Ir ao supermercado ou ao mercado está cada vez mais caro. O peixe e a carne são as categorias que mais contribuíram para essa variação.

Por causa da guerra, os preços dos bens alimentares estão a disparar. Em dois meses de invasão russa na Ucrânia, o valor do cabaz de alimentos monitorizado pela DECO /Proteste aumentou quase 10%.

O peixe e carne são as categorias que mais contribuíram para essa variação.

“Na carne uma variação de cerca de 13% e o peixe particamente 20%. São estas duas categorias que ao longo da nossa monotorização têm realmente conhecido as maiores variações”, contabiliza “Vitor Machado, da Deco/Proteste.

“Isto significa que o cabaz custa mais 17 euros do que praticamente há dois meses. É quase um anota de 20 euros que os consumidores têm que dar.”

O cabaz é composto por 63 alimentos, como massas, cereais, leite ou enlatados, em dois meses passou dos 180 para os 200 euros.

No início do mês, a associação alertou para o facto de ter aumentado o número de famílias com dificuldades para pagar os empréstimos, no primeiro trimestre de 2022. De acordo com o gabinete de proteção financeira, subiu o incumprimento para pagar as prestações do crédito pessoal e dos cartões de crédito. Já o empréstimo de casa registou uma acentuada diminuição de quebras de contrato.

Na altura, em declarações à Renascença, Natália Nunes sugere que a explicação pode estar nas moratórias praticadas pela banca por causa da pandemia.

Em média, por dia, 44 famílias pediram ajuda para reestruturar as dívidas, no primeiro trimestre deste ano. Um número que subiu face ao mesmo período de anos anteriores e que surpreende a coordenadora do Gabinete de proteção financeira.

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5.1.22

Preços do gás natural disparam na Europa

Texto: Ana Batalha Oliveira, in Expresso

Embora os preços estejam longe dos 182,3 euros vistos em dezembro, mostram um aumento significativo face aos menos de 70 euros por MWh registados no final de 2021

Os preços do gás natural na Europa voltaram esta quarta-feira a apresentar subidas relevantes, de cerca de 5%, e os mercados grossistas da eletricidade – onde os comercializadores compram a energia que vendem ao cliente final – também estão a notar a tendência ascendente.

O holandês TTF, o contrato de gás que serve de referência na Europa, estava a valorizar 5% esta quarta-feira, atingindo os 93,3 euros por megawatt hora (MWh). Os contratos com prazo para março e abril estavam também a subir na mesma medida, de acordo com a plataforma de negociação intercontinental de Nova Iorque, aponta a CNBC.

Embora estes preços estejam longe dos 182,3 euros vistos em dezembro, mostram um aumento significativo face aos menos de 70 euros por MWh registados no final de 2021, e acumulam com as subidas de cerca de 30% registadas esta terça-feira.

No ano passado, os preços do gás natural na Europa subiram mais de 400%, atingindo recordes.

A impulsionar os preços do gás têm estado os receios de que a Europa enfrente um inverno frio, com baixos níveis de armazenagem de gás e ao mesmo tempo que a Rússia restringe o fornecimento. O gigante de leste tem pressionado para que seja certificado, e posto em operação, o novo gasoduto que o liga à Europa, o Nord Stream 2.

O mercado da eletricidade tem sofrido com o aumento dos preços do gás natural, uma vez que o sistema de formação de preços conta com a última tecnologia a ser utilizada – que, muitas vezes, é o gás natural – para definir o preço. Na Alemanha, os preços somam esta quarta-feira mais de 50% e em França 17%, indica a Reuters.

Portugal chegou a tocar um recorde de preço absoluto da eletricidade às 19h de 23 de dezembro – os 409 euros por megawatt hora (MWh), tendo chegado a descer abruptamente para os 2,67 euros por MWh a 27 de dezembro. O preço médio diário previsto para esta quinta-feira, 6 de janeiro, é de 218,80 euros por MWh.




2.1.14

Ano novo, preços novos: o que muda a partir deste dia 1

in Jornal de Notícias

Os preços deverão aumentar em média 1% em 2014, "num contexto de ausência de tensões inflacionistas nos mercados internacionais", segundo estima o Governo no relatório que acompanha o Orçamento do Estado para 2014.

Esta variação nos preços representa uma subida de 0,4 pontos percentuais face a 2013 e vai traduzir "alguma maior pressão ascendente sobre os preços [decorrente] da melhoria da procura interna e algum ganho de rentabilidade dos empresários, após anos consecutivos de contração das margens de lucro". Já o Banco de Portugal previu, no Boletim Económico de Inverno, uma subida dos preços de 0,8%, depois de um aumento de 0,5% em 2013, antecipando que as pressões inflacionistas se mantenham "contidas".

Eis como será o comportamento de algumas das principais classes de preços em 2014:

Eletricidade - A fatura de eletricidade dos consumidores domésticos vai aumentar 2,8% no dia 01 de janeiro, o que representa um acréscimo mensal de 1,21 euros numa fatura média de 46,5 euros (com o IVA a 23%). Para os consumidores com tarifa social, o aumento será de 1%, o que corresponde a um acréscimo de 23 cêntimos numa fatura mensal de 23,5 euros (com o IVA a 23%).

Transportes - O preço dos transportes públicos vai aumentar, em média, 1% no início de 2014, em linha com a inflação prevista no Orçamento do Estado, avançou à Lusa o secretário de Estado dos Transportes. Em 2013, o preço dos transportes públicos registou um aumento médio de 0,9%, depois de aumentos de 4,5% (em janeiro de 2011, decidido ainda pelo Governo de José Sócrates), 15% (aumento extraordinário decidido pelo atual Governo em agosto de 2011) e 5% (em 2012).

Portagens - Em 2014, o preço das portagens vai manter-se, o que não acontecia desde 2010, disse à Lusa fonte oficial da Estradas de Portugal (EP).

O preço das portagens manteve-se inalterado em 2010 - à exceção dos sublanços Palmela-Nó de Setúbal (A2/A12) e Montijo-Pinhal Novo - tendo registado aumentos nos anos seguintes: 2,2% em 2011, 4,36% em 2012 e 2,03% em 2013.

Água - O preço cobrado pela água em 2014 vai continuar a ser diferente em cada um dos 308 concelhos portugueses, embora se preveja uma harmonização tarifária na venda de água aos municípios, em resultado da reestruturação da Águas de Portugal (AdP). O ministro do Ambiente afirmou, no início deste mês, que pretende reduzir as "disparidades tarifárias no setor da água entre litoral e interior" para um máximo de 15%, prevendo que o processo de agregação dos atuais 19 para quatro sistemas, esteja finalizado "do ponto de vista jurídico, no primeiro semestre de 2014". Os últimos valores, recolhidos pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), evidenciam diferenças nos preços praticados pelos municípios de 1 para 14 entre a tarifa mais baixa e a mais alta, em parte justificados pela diferença de valores das tarifas cobradas "em alta" (distribuição e venda aos municípios) pelos sistemas. Os preços propostos pela AdP, em março, eram de 51 cêntimos por m3, em média, para o abastecimento de água e de 63 cêntimos/m3, em média, para o saneamento. As câmaras poderão decidir como vão fazer repercutir essas diferenças sobre o utilizador final.

Pão e leite - Leite e pão são alguns dos produtos que devem manter os preços no próximo ano, segundo as respetivas associações setoriais que admitem que a contenção será feita à custa das margens da indústria. O preço do pão deve manter-se, ainda que à custa da indústria, lamenta o presidente da ACIP (Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares), Francisco Silva. "Atendendo às circunstâncias macroeconómicas, não temos condições para fazer subidas de preços, vamos tentar que 'o pão nosso de cada dia' continue a chegar à mesa dos portugueses", afirmou. Francisco Silva sublinhou que é o setor que "está a suportar os aumentos dos custos", apesar "de um tecido empresarial cada vez mais débil" e destacou que o pão foi o alimento que menos subiu desde o 25 de abril. "O pão custava dez tostões em 1974, o que seria à volta de cinco cêntimos. Hoje o preço médio, a nível nacional, é de cerca de 13 cêntimos", exemplificou, salientando que o pão continua a "matar a fome a muitos portugueses".

No caso do leite, a subida da matéria-prima foi "muito superior à capacidade da indústria" refletir este aumento em 2013, mas não são expectáveis aumentos nos primeiros meses do próximo ano, segundo o diretor-geral da ANIL (Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios). O preço pago aos produtores subiu mais de 20% entre 2012 e 2013, enquanto o preço pago pelo leite UHT à saída da fábrica aumentou apenas 11%, adiantou Paulo Costa Leite.

Atualmente, o preço médio pago à produção ronda os 37 cêntimos. "Não é expectável que o preço da matéria-prima se altere nos primeiros meses do ano, desde que não haja condições climatéricas muito adversas", considerou, lembrando que houve uma subida acentuada nos preços do leite a nível mundial no ano passado devido à escassez da produção.

Rendas - Em 2014, o valor das rendas sobe 0,99%, o aumento mais baixo dos últimos dois anos, já que 2013, a atualização foi de 3,36% e, em 2012, foi de 3,19%. Para se calcular o montante a pagar, o valor da renda (em euros) deverá ser multiplicado por 1,0099%. Ou seja, por cada 100 euros de renda os inquilinos deverão pagar mais 0,99 euros. Por exemplo, uma renda mensal de 500 euros deverá ser aumentada em 4,95 euros no próximo ano. As rendas condicionadas vão ter um aumento entre 7,85 e 6,22 euros.

Taxas moderadoras - As taxas moderadoras nas consultas dos centros de saúde vão manter o mesmo valor no próximo ano, enquanto para as taxas nas urgências, consultas e exames em hospitais serão atualizadas ao valor da inflação. Não haverá atualização anual das taxas moderadoras nas consultas de medicina geral e familiar nos centros de saúde, nem para as consultas de enfermagem, domiciliárias ou sem a presença do utente no âmbito dos cuidados primários. Para urgências, consultas e exames em hospitais, as taxas moderadoras deverão ser atualizadas à taxa de inflação.

Tabaco e bebidas alcoólicas - O tabaco vai voltar a aumentar em 2014, pelo menos devido aos impostos que o Governo volta a aumentar. O maior aumento será no tabaco de enrolar, que segundo simulações da consultora PricewaterhouseCoopers, chegam aos 1,25 euros nos pacotes de 5 euros. Já um maço de tabaco que custe 4,20 euros deve aumentar cerca de três cêntimos. Os charutos sofrem um aumento de 5% tal como as cigarrilhas.

No caso das bebidas espirituosas o aumento é de 5%, enquanto o preço da cerveja aumenta em média 1%. No exemplo de um pacote com seis cervejas que custe cerca de 4 euros, este passaria a custar 4,04 euros.

Cinema - As exibidoras ZON Lusomundo Cinemas e Orient Cineplace, duas das maiores exibidoras de cinema em Portugal, afirmaram à Lusa que não vão aumentar o preço dos bilhetes de cinema. A exibidora UCI - Cinema International Corporation não respondeu ao pedido de informação.