in DN
No sábado, as apresentadoras desafiaram a ordem dos talibãs e optaram por apresentar-se em direto sem esconder o rosto. Mas este domingo já surgiram de cara coberta.
As apresentadoras das principais cadeias de televisão afegãs surgiram este domingo em antena com a cara coberta, um dia após desafiarem a ordem dos talibãs para esconderem o rosto, submetendo-se assim à visão austera deste grupo islâmico.
Depois do regresso ao poder no ano passado, os talibãs impuseram uma série de restrições à sociedade civil, grande parte das quais para limitar os direitos das mulheres.
No início do mês, o chefe supremo dos talibãs emitiu uma ordem segundo a qual as mulheres devem cobrir-se inteiramente em público, incluindo o rosto, idealmente com a burca tradicional.
Antes, bastava um lenço para cobrir o cabelo.
O temido Ministério para a Promoção da Virtude e a Prevenção do Vício do Afeganistão ordenou às apresentadoras de televisão que cumprissem a norma até sábado.
Mas as jornalistas optaram por não acolher a ordem no sábado e apresentaram-se em direto sem esconder o rosto.
Hoje, apresentaram-se de burca, deixando ver apenas os olhos para apresentarem os jornais nos canais TOLOnews, Ariana Television, Shamshad TV e 1TV.
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23.5.22
6.5.22
Daniel Sampaio pede Igreja e sociedade civil mais “empenhada” no combate aos abusos sexuais
Ana Castarina André, in RR
Em entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do Público, o psiquiatra e membro da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja (CIEAMI), esclarece que a comissão não falou em encobrimento por parte de bispos no ativo, mas em “ocultações” e sublinha a importância de membros da hierarquia pedirem perdão publicamente.
A Comissão Independente foi constituída há quase quatro meses, que balanço faz deste período?
É um balanço de muito trabalho, temos procurado recolher testemunhos e validámos, até ao momento, mais de 300 testemunhos. Necessitamos da comunicação social para que o nosso apelo ao testemunho continue. Temos encontrado uma boa recetividade por parte das instituições que trabalham com crianças e jovens e, de uma forma geral, temos tido também um bom apoio da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Como é sabido, foi a Conferência Episcopal que, em dezembro, nomeou o doutor Pedro Strecht como coordenador e ele depois constitui a equipa. Esse apoio da CEP é fundamental para conseguirmos prosseguir o nosso trabalho.
Sabendo que o método de investigação usado pela comissão independente difere de métodos utilizados noutros países, alguns deles contestados como por exemplo em França, como é que chegaram a este método?
Temos semelhanças com o que se passa noutros países. [O método da comissão] é diferente do de Espanha, por exemplo, em que há uma firma de advogados que faz esse trabalho. Mas na Bélgica, na Irlanda, na França são comissões parecidas com a nossa. Nós preocupamo-nos sobretudo com as vítimas. Como o nosso lema diz, nós queremos dar voz ao silêncio. Queremos que as vítimas testemunhem porque o simples facto de testemunhar constitui uma reparação muito importante para a vítima.
Ou seja, a vítima está durante muito tempo envolta na sua culpa, na sua vergonha. Aquilo que pode ter confidenciado a algumas pessoas não foi validado e esse é um aspeto central: a validação que nós fazemos de uma queixa de abuso sexual. Essa queixa muitas vezes não é validada pela família, pelos professores ou pelos amigos.
Estas pessoas estão envoltas num manto de silêncio, de culpa e de vergonha. O simples facto de testemunharem é importante, através do telefone ou através do e-mail e algumas fazem-no presencialmente.
O que pensamos concluir deste estudo é podermos ter uma perspetiva preventiva, podermos recomendar às instituições, que lidem com crianças, medidas no sentido de este comportamento não se repetir. Esse é o estudo fundamental.
Qual é a sua intervenção especificamente atendendo a que é psiquiatra, está mais direcionada para esta área da triagem dos testemunhos?
Não, não sou eu que atendo o telefone. Quem atende o telefone é uma assistente social, membro da comissão, a doutora Filipa Tavares. O meu trabalho é nas reuniões presenciais. Tenho estado em todas as entrevistas presenciais e também nas entrevistas aos senhores bispos. Esse tem sido o meu papel dentro da comissão, além de discutir todas as questões que se levantam porque todos os dias se levantam questões porque praticamente todos os dias há testemunhos e é preciso também dar uma resposta ao enquadramento desses testemunhos.
Quais são as questões mais difíceis de dirimir, já que os testemunhos levantam inúmeras questões que têm a ver com os sítios onde terão ocorrido ou os autores dos crimes?
No fundamento não temos nenhuma dúvida: ninguém inventa as histórias que nos contam. São histórias de grande sofrimento e o nosso inquérito está construído com uma consistência interna que qualquer pessoa que tente preencher o inquérito a brincar, nós percebemos. As perguntas têm uma coerência.
Além disso, a situação é de tal modo difícil para as pessoas falarem que ninguém inventa os pormenores com que o inquérito é feito. É justamente a validação do testemunho que não tem levantado problemas nenhuns.
Há [também] uma questão muito importante que é o apoio às vítimas. A comissão não é uma comissão de saúde mental nem uma linha aberta para as pessoas falarem. Portanto, temos encaminhado algumas pessoas para seguimento psicológico e psiquiátrico. Não encaminhamos, aliás, recomendamos.
Em situações que foram detetadas em que há um padre que cometeu um abuso sexual, em que há indícios por parte da vítima de que tenha sido o padre “x”, há a preocupação de saber onde é que esse padre poderá estar. Porque sabemos que, em muitos casos e à semelhança de outros países, esses padres são transferidos para outras dioceses, para outros locais. E essa é uma preocupação que está entregue ao Ministério Público, que é os casos que estão de alguma forma ativos. Nós podemos ter uma ação também sobre a pessoa que fez o abuso porque isso é preocupante, porque o abuso sexual é compulsivo por parte do abusador. É altamente provável que essa pessoa repita o seu comportamento noutro contexto.
Em entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do Público, o psiquiatra e membro da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja (CIEAMI), esclarece que a comissão não falou em encobrimento por parte de bispos no ativo, mas em “ocultações” e sublinha a importância de membros da hierarquia pedirem perdão publicamente.
A Comissão Independente foi constituída há quase quatro meses, que balanço faz deste período?
É um balanço de muito trabalho, temos procurado recolher testemunhos e validámos, até ao momento, mais de 300 testemunhos. Necessitamos da comunicação social para que o nosso apelo ao testemunho continue. Temos encontrado uma boa recetividade por parte das instituições que trabalham com crianças e jovens e, de uma forma geral, temos tido também um bom apoio da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Como é sabido, foi a Conferência Episcopal que, em dezembro, nomeou o doutor Pedro Strecht como coordenador e ele depois constitui a equipa. Esse apoio da CEP é fundamental para conseguirmos prosseguir o nosso trabalho.
Sabendo que o método de investigação usado pela comissão independente difere de métodos utilizados noutros países, alguns deles contestados como por exemplo em França, como é que chegaram a este método?
Temos semelhanças com o que se passa noutros países. [O método da comissão] é diferente do de Espanha, por exemplo, em que há uma firma de advogados que faz esse trabalho. Mas na Bélgica, na Irlanda, na França são comissões parecidas com a nossa. Nós preocupamo-nos sobretudo com as vítimas. Como o nosso lema diz, nós queremos dar voz ao silêncio. Queremos que as vítimas testemunhem porque o simples facto de testemunhar constitui uma reparação muito importante para a vítima.
Ou seja, a vítima está durante muito tempo envolta na sua culpa, na sua vergonha. Aquilo que pode ter confidenciado a algumas pessoas não foi validado e esse é um aspeto central: a validação que nós fazemos de uma queixa de abuso sexual. Essa queixa muitas vezes não é validada pela família, pelos professores ou pelos amigos.
Estas pessoas estão envoltas num manto de silêncio, de culpa e de vergonha. O simples facto de testemunharem é importante, através do telefone ou através do e-mail e algumas fazem-no presencialmente.
O que pensamos concluir deste estudo é podermos ter uma perspetiva preventiva, podermos recomendar às instituições, que lidem com crianças, medidas no sentido de este comportamento não se repetir. Esse é o estudo fundamental.
Qual é a sua intervenção especificamente atendendo a que é psiquiatra, está mais direcionada para esta área da triagem dos testemunhos?
Não, não sou eu que atendo o telefone. Quem atende o telefone é uma assistente social, membro da comissão, a doutora Filipa Tavares. O meu trabalho é nas reuniões presenciais. Tenho estado em todas as entrevistas presenciais e também nas entrevistas aos senhores bispos. Esse tem sido o meu papel dentro da comissão, além de discutir todas as questões que se levantam porque todos os dias se levantam questões porque praticamente todos os dias há testemunhos e é preciso também dar uma resposta ao enquadramento desses testemunhos.
Quais são as questões mais difíceis de dirimir, já que os testemunhos levantam inúmeras questões que têm a ver com os sítios onde terão ocorrido ou os autores dos crimes?
No fundamento não temos nenhuma dúvida: ninguém inventa as histórias que nos contam. São histórias de grande sofrimento e o nosso inquérito está construído com uma consistência interna que qualquer pessoa que tente preencher o inquérito a brincar, nós percebemos. As perguntas têm uma coerência.
Além disso, a situação é de tal modo difícil para as pessoas falarem que ninguém inventa os pormenores com que o inquérito é feito. É justamente a validação do testemunho que não tem levantado problemas nenhuns.
Há [também] uma questão muito importante que é o apoio às vítimas. A comissão não é uma comissão de saúde mental nem uma linha aberta para as pessoas falarem. Portanto, temos encaminhado algumas pessoas para seguimento psicológico e psiquiátrico. Não encaminhamos, aliás, recomendamos.
Em situações que foram detetadas em que há um padre que cometeu um abuso sexual, em que há indícios por parte da vítima de que tenha sido o padre “x”, há a preocupação de saber onde é que esse padre poderá estar. Porque sabemos que, em muitos casos e à semelhança de outros países, esses padres são transferidos para outras dioceses, para outros locais. E essa é uma preocupação que está entregue ao Ministério Público, que é os casos que estão de alguma forma ativos. Nós podemos ter uma ação também sobre a pessoa que fez o abuso porque isso é preocupante, porque o abuso sexual é compulsivo por parte do abusador. É altamente provável que essa pessoa repita o seu comportamento noutro contexto.
27.11.20
O casamento entre sociedade civil e setor privado para resolver problemas sociais
Emília Freire, in Negócios on-line
A Portugal Inovação Social é uma iniciativa que mobiliza fundos europeus para financiar projetos de inovação. “O foco está em procurar soluções para problemas sociais através de parcerias com a sociedade civil e com o setor privado”, explica o presidente, Filipe Almeida.No final de 2014, quando Portugal negociou o pacote de apoios comunitários, a que depois se chamou Portugal 2020, fez um acordo com a Comissão Europeia para reservar uma pequena fatia do Fundo Social Europeu "para experimentar modelos de financiamento inovadores que permitissem à sociedade civil organizada trabalhar em soluções para problemas sociais, em parceria com o setor público, de maneira que pudessem também inspirar a evolução de políticas públicas", conta ao Jornal de Negócios o presidente desta iniciativa pública, a Portugal Inovação Social. Filipe Almeida explica que depois de apresentada a iniciativa "demorou cerca de dois anos a ser desenvolvida, os primeiros concursos foram lançados no final de 2016 e os primeiros projetos foram financiados em junho de 2017. Por isso, temos cerca de três anos e meio de atividade, mas o crescimento foi exponencial". A iniciativa já apoiou 579 projetos, com 78 milhões de euros, de 668 investidores diversos, impactando mais de 373 mil pessoas.
O responsável salienta que "o foco está em procurar soluções para problemas sociais através de parcerias com a sociedade civil e com o setor privado, porque nestes projetos há sempre um lugar à mesa para investidores sociais, como lhe chamamos".
Filipe Almeida frisa que "o foco está no problema e na solução, não está no negócio", embora vários dos projetos apoiados já se tenham transformado em negócios, e tenham rentabilidade.
No universo de projetos apoiados "temos projetos que não têm capacidade de gerar receita, mas são muito eficazes na resolução do problema, portanto, só podem escalar se tiverem filantropia ou apoio da política pública, e temos projetos ‘puros’ de mercado, que conseguem conciliar rentabilidade económica com impacto social".
Projetos mundiais…
Através dos seus quatro instrumentos de financiamento (ver Caixa), a iniciativa já apoiou muitos projetos e quando pedimos a Filipe Almeida para nos apontar alguns, a dificuldade é clara e a lista estende-se. Decidimos destacar quatro de diferentes áreas, regiões e com impactos sociais diversos.
Um dos projetos apoiados pela Portugal Inovação Social é ColorADD - O Alfabeto da Cor, um sistema de identificação de cores para daltónicos, que o designer Miguel Neiva demorou oito anos a criar, e que afirma: "Se me perguntassem se fazia ideia do impacto que este sistema iria ter em todo o mundo, a resposta simplesmente seria: Não! Não fazia ideia."
Os daltónicos são um grupo quase invisível de cerca de 350 milhões em todo o mundo (98% homens), em torno de 500 mil em Portugal, mas muitas pessoas nunca são diagnosticadas, uma vez que "há vários tipos de daltonismo, mais ou menos severos", explica ao Jornal de Negócios o empreendedor, sublinhando: "O impacto no dia a dia destas pessoas é muito maior do que se possa imaginar."
O sistema identifica as cores primárias com símbolos geométricos, que podem ser conjugados para identificar todas as outras cores, dando autonomia e independência aos daltónicos nas tarefas diárias, como escolher a sua roupa sem precisar de ajuda de outros ou saber qual a linha do Metro que têm de apanhar.
Miguel Neiva criou uma empresa que vende (a taxas ajustadas ao tamanho da empresa ou organização) os direitos de exploração do código para todos os setores de atividade, exceto a educação. "Sempre disse que para a educação o código tinha de ser gratuito", frisa, "pelo que aí o código é cedido pela ColorADD Social que desenvolve várias ações em escolas."
O código está hoje diretamente em 20 países, mas chega a mais de 130 países, através de produtos exportados, de empresas nacionais como a Sinalux, a Viarco ou o grupo Sonae, mas também de gigantes como a Matel.
Outro projeto que já passou há muito as nossas fronteiras foi o SPEAK, que promove a integração social de refugiados, migrantes e emigrantes nas suas cidades de acolhimento, dinamizando grupos de línguas e culturas em que os participantes podem aprender e ensinar simultaneamente. O programa estimula também migrantes, empreendedores e organizações a criarem o seu próprio negócio social, levando o SPEAK para as suas cidades.
Hugo Aguiar, CEO do SPEAK, diz-nos que "trabalhamos em conjunto com várias organizações que trabalham com estes públicos-alvo, como o Alto Comissariado para as Migrações e, mais localmente, com municípios e juntas de freguesia".
Em 2020, "o SPEAK está em 12 cidades em Portugal e outras 13 em vários pontos do globo, resultando numa comunidade global de 37.000 membros (12.300 em Portugal), possui 2.900 grupos de línguas, onde se juntam pessoas de 160 nacionalidades, entre elas mais de 500 refugiados, partilhando 46 idiomas".
… ou locais, mas replicáveis
Ao nível mais local, mas com potencial de poderem ser replicados noutras zonas temos o projeto Aldeias Pedagógicas, em Bragança, que promove o envelhecimento ativo, a intergeracionalidade, a valorização, a participação cívica e familiar e o bem-estar físico e mental do idoso através da participação dos idosos enquanto guias de uma visita pelo passado das aldeias. Pensada para grupos escolares e outros grupos organizados, que recorda as artes, ofícios e tradições de outros tempos.
Desenvolvido pela associação Azimute na zona do Parque Natural de Montesinho, começou em 2010 na aldeia de Portela estendendo-se depois a mais três aldeias. "Quisemos aproveitar recursos que existiam, como o forno, a forja, a capoeira e a horta, bem como as pessoas e os seus saberes e convidar as pessoas - crianças e turistas - para virem à aldeia aprender com estes ‘Mestres’", explica-nos João Cameira, presidente da associação.
Com a pandemia, as visitas foram suspensas mas a associação não baixou os braços e avançou com o projeto ENcaixa, que em outubro foi um dos vencedores do prémio BPI "La Caixa" Seniores 2020, e "quer ser mais um estímulo para que as pessoas continuem nas aldeias, pois vamos continuar a ir às aldeias dinamizando iniciativas para combater a solidão, e através da tecnologia ajudar a manter os laços sociais e familiares à distância", adianta.
Já em Vila do Conde, o MADI - Movimento de Apoio ao Diminuído Intelectual desenvolveu o projeto ValorIN - Valorizar, Integrando como forma de combater a exclusão socioprofissional de pessoas com deficiências e/ou incapacidades.
Isabel Querido de Sá, coordenadora do projeto, explica ao Jornal de Negócios que "o ValorIN consiste em deslocar fases do ciclo fabril para as suas instalações, desenvolvendo competências em contexto laboral com vista a elevar os níveis de qualificação específicos que facilitem a integração em mercado de trabalho" e "tem como objetivo valorizar o potencial para o trabalho, a capacitação para a vida profissional e a promoção da imagem da deficiência, com vista a elevar os níveis de empregabilidade inclusiva no concelho de Vila do Conde, potenciando parcerias estratégicas com empresas de caráter inovador do concelho".
Hoje "dá resposta a 20 beneficiários adultos, com idades compreendidas entre os 23 e os 52 anos, em idade ativa, de ambos os sexos, 12 homens e oito mulheres, portadores de deficiência intelectual, mobilidade reduzida, diversidade funcional e/ou doença mental de gravidade ligeira a moderada, envolvendo 13 empresas parceiras - como a Nelo, a Arcopédico ou a Ancor -, contando com seis investidores sociais e fornecendo 12 serviços", conta-nos a coordenadora, que salienta que "12 destes jovens estão já integrados em empresas ou serviços locais, mas são sempre acompanhados por nós".
RAIO-X
Retrato da Portugal Inovação Social - Iniciativa pública que visa promover a inovação social e dinamizar o mercado de investimento social em Portugal.
- Mobiliza cerca de 150 milhões de euros do Fundo Social Europeu, no âmbito do Acordo de Parceria Portugal 2020.
- Canaliza esta verba para o ecossistema de empreendedorismo social através de quatro instrumentos de financiamento destinados a financiar projetos que proponham abordagens alternativas e inovadoras para responder a problemas e desafios sociais.
- Iniciativa pública que visa promover a inovação social e dinamizar o mercado de investimento social em Portugal.
- Em todos, a par com o financiamento da Portugal Inovação Social, existe a participação de um ou vários investidores sociais (entidades públicas ou privadas que acompanham ou cofinanciam os projetos).
Modelos de financiamento:Capacitação para o Investimento Social - Financia o desenvolvimento de competências de gestão em equipas envolvidas em projetos de inovação social; Parcerias para o Impacto - Financia 70% das necessidades de financiamento dos projetos de inovação social, sendo os restantes 30% assegurados por investidores sociais públicos ou privados; Títulos de Impacto Social - Financia projetos inovadores em áreas prioritárias de política pública, através do reembolso dos investidores mediante o atingimento de Resultados Sociais previamente contratualizados; Fundo para a Inovação Social - Coinveste com investidores privados no capital de empresas e facilita acesso a crédito bancário através da concessão de garantias.
Balanço:- 579 candidaturas aprovadas;
- 78 milhões de euros de financiamento aprovado;
- 35 milhões de euros de investimento social;
- 415 entidades empreendedoras;
- 668 investidores sociais;
- 373.334 pessoas impactadas.
10.8.20
Mobilizar a Sociedade Civil na ajuda em situações de privação
Pedro Guerra[i], Comissão Justiça e Paz da Diocese de Bragança-Miranda, in Ecclesia
As debilidades estruturais do Estado e da Sociedade Civil portugueses foram evidenciadas e agravadas, a partir do início de março de 2020, pela pandemia provocada pelo SARS-Cov-2, a qual deu origem à doença CoVid-19, uma pneumonia atípica na sua etiologia e na sua terapia, esta ainda não totalmente conseguida. Porém, uma força estrutural emergiu também da consciência coletiva como força de solidariedade e capacidade de inovação para responder à pandemia.
Três debilidades foram particularmente agravadas: 1) a do desemprego, da sua precariedade e da sua baixa remuneração; 2) a das dificuldades financeiras do Estado para que o Governo pudesse e possa acorrer com razoável suficiência às dificuldades das famílias, das empresas e das instituições de ajuda / assistência; e 3), a do subfinanciamento do sistema de saúde, com enormes dificuldades de adaptação das estruturas a um problema novo, nunca antes apresentado como desafio a resolver.
No respeitante ao desemprego, ele foi bastante minimizado pela normalização do programa de lay-off, ao qual terão acedido pelo menos 894.118 trabalhadores estavam, até 24 de Junho de 2020 [ii] trabalhadores. Mesmo assim, relativamente a Junho de 2019, o desemprego aumentou, até 30 de Junho de 2020, 38,4% (mais 108.474 [iii]. Reconhecemos que, se não tivessem sido os apoios do Estado às empresas em lay-off, o desemprego apresentaria proporções muito mais graves. A debilidade da ação e apoios do Estado, nesta área, traduz-se, porém, na pequenez dos subsídios, tanto às empresas como aos trabalhadores, sobretudo nas situações em que ambos os cônjuges, com filhos, ficaram desempregados (6.610 casais, mais 20,2% que em Junho de 2019) [iv] . Dez por cento a mais sobre os subsídios de desemprego ou de precariedade atribuídos a esses cônjuges, revelou-se manifestamente insuficiente face à já precariedade dos vencimentos e subsídios.
No caso do Distrito de Bragança, o desemprego afetou, até final de junho de 2020, 4.591 trabalhadores, mais 56 trabalhadores que em Fevereiro de 2020 [v], mas este pequeno aumento deveu-se à substituição das situações de possível desemprego por situações de lay-off e de regimes de tele-trabalho com remunerações reduzidas.
No contexto que acabámos de descrever, ganhou relevo o papel das organizações de ajuda e assistência não-governamentais, sejam de influência religiosa sejam de organização do projeto de sociedade, bem como o papel do voluntariado na ajuda e assistência às populações em privação e carência.
Só no Distrito/Diocese de Bragança-Miranda, a Igreja Cristã Católica é responsável por 80% das instituições de ajuda e assistência.
[i] Diretor do Centro Social e Paroquial Santo Condestável, Bragança. Membro da Comissão Diocesana Justiça e Paz – Bragança-Miranda
[ii] https://www.dn.pt/dinheiro/lay-off-comum-atrai-milhares-de-empresas-e-ja-abrange-mais-de-44-mil-trabalhadores-12344468.html, acedido em 21-07-2020, 12h40
[iii] https://www.publico.pt/2020/07/20/economia/noticia/numero-desempregados-inscritos-iefp-sobe-364-junho-1925126. Acedido em 20-07-2020, 23h00
[iv] https://www.publico.pt/2020/07/20/economia/noticia/numero-desempregados-inscritos-iefp-sobe-364-junho-1925126, acedido em 20-07-2020, 21h00
[v] https://www.iefp.pt/estatisticas, acedido em 24-07-2020, 17h23
As debilidades estruturais do Estado e da Sociedade Civil portugueses foram evidenciadas e agravadas, a partir do início de março de 2020, pela pandemia provocada pelo SARS-Cov-2, a qual deu origem à doença CoVid-19, uma pneumonia atípica na sua etiologia e na sua terapia, esta ainda não totalmente conseguida. Porém, uma força estrutural emergiu também da consciência coletiva como força de solidariedade e capacidade de inovação para responder à pandemia.
Três debilidades foram particularmente agravadas: 1) a do desemprego, da sua precariedade e da sua baixa remuneração; 2) a das dificuldades financeiras do Estado para que o Governo pudesse e possa acorrer com razoável suficiência às dificuldades das famílias, das empresas e das instituições de ajuda / assistência; e 3), a do subfinanciamento do sistema de saúde, com enormes dificuldades de adaptação das estruturas a um problema novo, nunca antes apresentado como desafio a resolver.
No respeitante ao desemprego, ele foi bastante minimizado pela normalização do programa de lay-off, ao qual terão acedido pelo menos 894.118 trabalhadores estavam, até 24 de Junho de 2020 [ii] trabalhadores. Mesmo assim, relativamente a Junho de 2019, o desemprego aumentou, até 30 de Junho de 2020, 38,4% (mais 108.474 [iii]. Reconhecemos que, se não tivessem sido os apoios do Estado às empresas em lay-off, o desemprego apresentaria proporções muito mais graves. A debilidade da ação e apoios do Estado, nesta área, traduz-se, porém, na pequenez dos subsídios, tanto às empresas como aos trabalhadores, sobretudo nas situações em que ambos os cônjuges, com filhos, ficaram desempregados (6.610 casais, mais 20,2% que em Junho de 2019) [iv] . Dez por cento a mais sobre os subsídios de desemprego ou de precariedade atribuídos a esses cônjuges, revelou-se manifestamente insuficiente face à já precariedade dos vencimentos e subsídios.
No caso do Distrito de Bragança, o desemprego afetou, até final de junho de 2020, 4.591 trabalhadores, mais 56 trabalhadores que em Fevereiro de 2020 [v], mas este pequeno aumento deveu-se à substituição das situações de possível desemprego por situações de lay-off e de regimes de tele-trabalho com remunerações reduzidas.
No contexto que acabámos de descrever, ganhou relevo o papel das organizações de ajuda e assistência não-governamentais, sejam de influência religiosa sejam de organização do projeto de sociedade, bem como o papel do voluntariado na ajuda e assistência às populações em privação e carência.
Só no Distrito/Diocese de Bragança-Miranda, a Igreja Cristã Católica é responsável por 80% das instituições de ajuda e assistência.
[i] Diretor do Centro Social e Paroquial Santo Condestável, Bragança. Membro da Comissão Diocesana Justiça e Paz – Bragança-Miranda
[ii] https://www.dn.pt/dinheiro/lay-off-comum-atrai-milhares-de-empresas-e-ja-abrange-mais-de-44-mil-trabalhadores-12344468.html, acedido em 21-07-2020, 12h40
[iii] https://www.publico.pt/2020/07/20/economia/noticia/numero-desempregados-inscritos-iefp-sobe-364-junho-1925126. Acedido em 20-07-2020, 23h00
[iv] https://www.publico.pt/2020/07/20/economia/noticia/numero-desempregados-inscritos-iefp-sobe-364-junho-1925126, acedido em 20-07-2020, 21h00
[v] https://www.iefp.pt/estatisticas, acedido em 24-07-2020, 17h23
14.4.20
UN Human Rights Committee publishes findings on Portugal
in UN
The UN Human Rights Committee has published its findings on Portugal.
Its concluding observations with positive aspects in the implementation of the International Covenant on Civil and Political Rights as well as Committee’s main concerns and recommendations are available here https://tbinternet.ohchr.org/_layouts/15/treatybodyexternal/SessionDetails1.aspx?SessionID=1371&Lang=en.
The UN Human Rights Committee has published its findings on Portugal.
Its concluding observations with positive aspects in the implementation of the International Covenant on Civil and Political Rights as well as Committee’s main concerns and recommendations are available here https://tbinternet.ohchr.org/_layouts/15/treatybodyexternal/SessionDetails1.aspx?SessionID=1371&Lang=en.
4.3.15
Portalegre:presidente da Cáritas diz que é urgente combater a "indiferença" com que alguns olham para a pobreza
in Rádio Portalegre
O presidente da Cáritas de Portalegre e Castelo Branco, Elicídio Bilé, defendeu hoje ser urgente combater a “indiferença” com que alguns olham para a pobreza.
Elicídio Bilé, falava à Rádio Portalegre, a propósito da Semana Nacional da Cáritas, que arrancou esta segunda feira em todo o país, com o objetivo de alertar para questões relacionadas com a família e com as dificuldades que vivem em tempo de austeridade.
Para o dirigente “o grande risco que corremos neste momento é o de nos estarmos a habituar à pobreza e à situação complicada com que se debatem muitas famílias”.
Elicidio Bilé voltou ainda a criticar aqueles que afirmam que “em Portugal só passa fome quem quer”, referindo que quem diz isso é porque “anda distraído e não conhece a realidade”.
A Cáritas realizada de quinta feira a domingo o seu habitual Peditório Nacional.
O presidente da Cáritas de Portalegre e Castelo Branco, Elicídio Bilé, defendeu hoje ser urgente combater a “indiferença” com que alguns olham para a pobreza.
Elicídio Bilé, falava à Rádio Portalegre, a propósito da Semana Nacional da Cáritas, que arrancou esta segunda feira em todo o país, com o objetivo de alertar para questões relacionadas com a família e com as dificuldades que vivem em tempo de austeridade.
Para o dirigente “o grande risco que corremos neste momento é o de nos estarmos a habituar à pobreza e à situação complicada com que se debatem muitas famílias”.
Elicidio Bilé voltou ainda a criticar aqueles que afirmam que “em Portugal só passa fome quem quer”, referindo que quem diz isso é porque “anda distraído e não conhece a realidade”.
A Cáritas realizada de quinta feira a domingo o seu habitual Peditório Nacional.
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