Joaquim Forte, in Jornal de Notícias
A CGTP promove, quinta-feira, em Guimarães, uma manifestação de trabalhadores junto ao pavilhão onde decorrerá a reunião dos ministros europeus do Emprego e Assuntos Sociais. A central sindical espera que a presidência portuguesa da União Europeia acentue a questão social (emprego e inclusão) nos próximos seis meses.
"O combate ao défice público e o Pacto de Estabilidade e Crescimento devem contribuir para o desenvolvimento das sociedades, principalmente em Portugal, onde o crescimento económico está muito abaixo da média europeia", afirmou Carvalho da Silva.
Indignado com as conclusões do Relatório Preliminar da Comissão do Livro Branco das Relações Laborais, apresentadas na semana passada, Carvalho da Silva considerou que aquelas "não deixam qualquer espaço à segurança" e são contrárias ao "compromisso eleitoral do PS de apenas mexer nas questões mais gravosas do Código do Trabalho, aquelas que colocam os trabalhadores à mercê da vontade dos patrões".
A facilitação dos despedimentos, a redução das férias, a precariedade das relações de trabalho e a perda de direitos para os sindicalistas são "um cardápio de maldades contra os trabalhadores", no entender de Carvalho da Silva, que apontou, ainda, a visão de "um sindicalismo ao serviço do poder económico e financeiro", afastado dos direitos dos trabalhadores, "que só merece forte repúdio".
A CGTP espera mais de cinco mil trabalhadores na manifestação. O desfile sai do centro da cidade em direcção ao pavilhão, onde a central entregará o caderno reivindicativo aos representantes da UE. "Queremos que a manifestação de Guimarães fique associada à luta contra a flexissegurança, um palavrão que é uma ofensiva neoliberal com pinceladas de segurança". No caso de Portugal, afirmou Carvalho da Silva, "será apenas flexibilidade sem lugar a segurança".