4.7.07

Prostituição marginaliza brasileiras

in Jornal de Notícias

As imigrantes brasileiras são marginalizadas devido ao falso estereótipo que as associa à prostituição e à ideia de que querem "roubar os maridos" das portuguesas, refere um estudo divulgado, ontem, pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural. "A maioria das imigrantes não são prostitutas. Na sua generalidade trabalham na restauração, hotelaria, no atendimento em lojas e como domésticas", diz o estudo.

De acordo com o relatório "Imigração Brasileira em Portugal", "a fama das brasileiras" não é só alimentada pelas notícias de detenções em casas de alterne, mas as próprias "telenovelas brasileiras incentivam a dita imagem de mulher brasileira sensual".

A equipa da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa coordenada por Jorge Malheiros, diz ainda que o preconceito contra a mulher brasileira atinge o próprio compatriota, que às vezes as julga "da mesma forma".

Algumas cidadãs brasileiras queixam-se de que, "por causa de algumas que vêm a Portugal 'fazer a vida' todas pagam, e são todas discriminadas".

Enquanto as portuguesas as vêem como mulheres "fáceis" que lhes querem "roubar os maridos". Um facto é que os casamentos mistos aumentaram de 1.292 (em 1996) para 3.581 (em 2003).