26.6.07

Países querem trabalhadores qualificados

A.C.P., in Jornal Público

Mulheres e jovens deparam com mais dificuldades de inserção nos mercados de trabalho


"A maior parte dos países da OCDE está a tentar atrair e reter trabalhadores altamente qualificados, uma estratégia que só faz sentido se este capital humano for usado devidamente nos países de acolhimento", defende o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, OCDE, Angel Gurría, num texto de apresentação do relatório anual Perspectivas de Migrações Internacionais.

Gurría manifesta preocupação por uma possível "fuga" de médicos e enfermeiros dos países em desenvolvimento. Em 2005, 11 por cento das enfermeiras e 18 por cento dos médicos que exerciam nos países da OCDE tinham nascido no estrangeiro. Uma percentagem semelhante à do total de imigrantes altamente qualificados existe no espaço da OCDE, assinalou, lembrando ainda que os países mais afectados são os de África e os das Caraíbas. Na sua opinião, os países de acolhimento e de origem têm de trabalhar em conjunto para encontrar um equilíbrio de modo a que os profissionais de saúde circulem e apliquem os seus conhecimentos onde estes são mais necessários. Para Gurría, "vários grupos de imigrantes, sobretudo as mulheres e os jovens, enfrentam contínuas dificuldades de integração nos mercados de trabalho. E, na faixa etária dos 20-29 anos, a taxa de desemprego dos imigrantes de segunda geração é, em muitos países, o dobro da dos filhos dos nativos".