1.2.09

Crise obriga a moderar aumentos de salários

in Diário de Notícias

Estudo. Hay Group prevê subidas entre 2,5% e 3,8%


As empresas privadas vão dar este ano aumentos salariais entre 2,5% a 3,8%, uma quebra face às subidas entre 2,8% e 3,9% registadas em 2008. As mais bem pagas vão ser as categorias acima de director, com a "travagem" nas remunerações-base a ser compensada por um aumento nos bónus e noutros benefícios, como automóvel, planos de pensões e de saúde, refere um estudo do HayGroup.

Mas há um alerta: depois do período de recolha destes dados, realizado com base em informações disponibilizadas por 142 organizações, nacionais e multinacionais, a trabalhar em nove sectores de actividade, diversas empresas mostraram já a necessidade de rever estes números em baixa, devido ao agravar da crise económica mundial e à necessidade de contenção dos custos.

Administrativos e técnicos operativos não deverão receber aumentos superiores a 2,5%; gestores intermédios e técnicos qualificados irão ganhar mais 2,8%. Os directores de 1.ª linha receberão, de acordo com a base de dados salarial do Hay Group, aumentos na ordem dos 3,2%.

As funções menos qualificadas recebem maiores retribuição-base em Lisboa, no Sul e nas Ilhas. Para funções de direcção, a região Centro revela-se mais competitiva do que o Norte ou o Sul, à excepção de Lisboa. O Porto perde em competitividade para Lisboa em todos os níveis funcionais, excepto no dos gestores intermédios/técnicos qualificados.

Com uma recessão à vista, as entidades empregadoras não parecem muitos dispostas a reforçar os seus quadros de pessoal. E muito menos a aumentar a fasquia salarial em eventuais processos de negociação que visem contratar profissionais disponíveis no mercado. As contratações serão cirúrgicas e deverão beneficiar profissionais com competências muito especializadas, diz o HayGroup. Mas, apesar do clima de incerteza, poderão surgir oportunidades de contratação com destaque para as tecnologias de informação e a banca.