13.2.09

Turismo com sinais de abrandamento

Virgínia Alves, in Jornal de Notícias

Os resultados do turismo em Portugal, em 2008, acompanharam a tendência internacional de abrandamento, com o número de dormidas a descer 1,5% e as receitas da hotelaria a subirem 0,9% face ao ano anterior.

A crise financeira, as dificuldades de crédito e o aumento do preço do petróleo foram as principais causas para o abrandamento da actividade turística durante o ano passado, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os resultados preliminares ontem apresentados dão conta que o número de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros desceu 1,5%, quando comparado com o ano anterior.

Os turistas estrangeiros que procuraram Portugal totalizaram 26,2 milhões de dormidas, representando um decréscimo de 2,1%, face a 2007. Continuaram a chegar principalmente do Reino Unido, Alemanha, Espanha, Holanda, França, Irlanda e Itália, que em conjunto asseguraram 74,6% das dormidas dos não residentes.

Destes países, apenas a França e a Holanda aumentaram o número de dormidas em Portugal, 10,4% e 7,2%, respectivamente. A Espanha foi responsável pela maior descida (- 9,2%) logo seguida da Itália (- 7,9%).

Os destinos mais procurados por turistas estrangeiros continuaram a ser o Algarve (40,9% das dormidas), Lisboa (22,6%) e Madeira (20,7%). A região algarvia também foi a preferida pelos residentes.

Tendo em conta o último mês de Dezembro, os números de dormidas revelaram uma forte redução, comparativamente com igual período de 2007 (-10,4%). Neste período, dos principais mercados emissores apenas a França apresentou um resultado positivo (+1,7%); os restantes tiveram um comportamento negativo.

Em termos de procura, em todas as regiões portuguesas registou-se um decréscimo, excepto nos Açores, que evoluiu positivamente (+ 5,1%). Esta região foi procurada essencialmente pelos turistas dinamarqueses.

Feitas as contas a 2008, verifica-se que as receitas da hotelaria subiram 0,9% face ao ano anterior, ficando-se nos 1,960 mil milhões de euros.

Os dados do INE revelam que o rendimento médio por quarto foi de 29,6 euros, um valor 6,3% abaixo do registado em 2007. E, tendo em conta só o mês de Dezembro, os proveitos apresentaram uma quebra de 16% em relação ao mesmo período de 2007.