25.5.11

Isabel Jonet: “Mesmo em crise, somos generosos”

Por André Pipa, in Correio da Manhã

A generosidade é a característica portuguesa que a presidente do banco alimentar contra a fome mais aprecia. Jonet sonha com o dia em que os políticos que mentem sejam responsabilizados criminalmente

Activista contra a pobreza, Isabel Jonet preside ao Banco Alimentar Contra a Fome, uma instituição que angaria alimentos para distribuir pelos mais necessitados. No próximo fim-de-semana, o banco conta, mais uma vez, com a solidariedade dos que têm mais um pouco – e realiza uma recolha de alimentos.

A luta contra o desperdício é uma das prioridades de Isabel Jonet: "A pobreza que se vive hoje em dia muitas vezes decorre de uma má distribuição e de um desperdício de bens que já de si são escassos", diz. "Sou muito realista e olho paras as coisas como elas são. Se não são boas, digo que não são boas e tento mudá-las".

À beira de mais uma campanha, a pergunta impõe-se: somos generosos com os mais desfavorecidos? "Os portugueses são extraordinariamente solidários. Só gostam de conhecer os projectos para os quais estão a contribuir. As pessoas estão fartas de ser enganadas".

A resposta escolhida surge a sublinhado

- Se lhe pedissem para definir numa frase como está Portugal neste momento, escolhia...

a) Chamem a polícia, hau-hau-hau

b) Cristo, anda cá abaixo ver isto

c) Quem não tem dinheiro não tem vícios

- Imagine que ganha 100 milhões de euros no Euromilhões. Até ao dia 31 de Dezembro deste ano...

a) Criei uma fundação virada para a educação e beneficência

b) Passei 15 dias na Polinésia Francesa com o marido e os filhos

c) Doei 20 milhões a instituições de apoio e beneficência social

- Desliga o som da televisão só para não ter de ouvir…

a) As notícias sobre o FMI

b) A troca de imbecilidades entre Benfica e Porto

c) As declarações de José Sócrates ao País

d) Outra hipótese: a permanente estupidificação do público

- Qual é a característica que aprecia mais nos portugueses?

a) A generosidade, mesmo em tempo de crise aguda

b) A capacidade de perdoar a quem o engana e lhe faz mal

c) A capacidade de vencer as crises

- Qual destes tipos de voluntariado considera mais exigente em termos emocionais?

a) Visitar doentes nos hospitais

b) Visitar reclusos nas prisões

c) Acompanhar os sem-abrigo na rua

d) Outra hipótese: dentro de casa com um sorriso

- Sonha com o dia em que…

a) Este país passe a viver dentro das suas possibilidades

b) O Estado deixe de ser um dos maiores devedores do sector privado

c) Os políticos que mentem possam ser responsabilizados criminalmente

- Além do Banco Alimentar contra a Fome, de que é que Portugal mais precisa nos próximos anos?

a) Valores e códigos de ética

b) Educação, empreendedorismo e brio colectivo

c) De ganhar juízo e ter vergonha na cara

- O que era capaz de fazer pela sua família? Tem de escolher uma hipótese.

a) Aceitar um convite do PSD e candidatar-se à presidência da AR

b) Concorrer ao Festival da Canção em dueto com Serenella Andrade

c) Apresentar um programa de bisbilhotice cor-de-rosa a meias com Manuel Luís Goucha

d) Outra hipótese: ir ao futebol no estádio

- O que é que não perdoa mesmo à classe governante?

a) Mentir ao país sobre a situação económica do país sabendo que está a mentir

b) A impunidade com que distribui prebendas e tachos milionários aos ‘boys’

c) A cobardia de atacar e penalizar sempre os mais desfavorecidos

d) Outra hipótese: não ter visão e a coragem necessária para assegurar a sustentabilidade de Portugal

- Se pudesse passar um fim-de-semana com duas figuras portuguesas do passado, qual destas duplas escolhia?

a) Amália Rodrigues e rainha D. Amélia

b) Eça de Queiroz e Fernando Pessoa

c) Florbela Espanca e Francisco Sá Carneiro

- Qual destas três figuras históricas se aproxima mais do conceito ‘servir a Deus e os homens’?

a) Cônsul português Aristides de Sousa Mendes

b) Presidente Nelson Mandela

c) Madre Teresa de Calcutá