27.5.11

OIT: Crise agravou discriminação no acesso ao trabalho

Ana Carrilho, in RR

A conclusão está no Relatório de 2011 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A crise económica e financeira está a gerar novas formas de descriminação. A conclusão está no relatório de 2011 sobre a Igualdade no trabalho, da responsabilidade da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que agora foi divulgado.

O documento refere que nos últimos anos se registaram alguns progressos a nível legislativo e institucional para travar a discriminação no Trabalho. Mas, por outro lado, há novas formas de discriminação que dificultam o acesso de muitos indivíduos ao emprego ou em igualdade de circunstâncias.

As diferenças entre homens e mulheres continuam, com estas últimas ter mais dificuldade em aceder a um emprego e ainda por cima qualificado.

A gravidez e maternidade também condicionam o acesso ao trabalho. Os salários variam entre 70% a 90% dos auferidos pelos homens e na hora do despedimento, são geralmente as primeiras a ser dispensadas. Os jovens e os trabalhadores mais velhos são os que têm maiores dificuldades em arranjar emprego. Os trabalhadores migrantes têm obstáculos acrescidos não só no acesso mas também nas condições de trabalho, horários, salários e mecanismos de protecção social.

O relatório da Organização Internacional do Trabalho, apresentado pelo seu director Juan Sumavia, revela novas formas de discriminação, com base na raça e etnia, orientação sexual, religião, origem social, opções políticas, estilos de vida ou ainda, ser portador de deficiência ou afectado por VIH/SIDA.

Para a OIT, a luta contra a descriminação no trabalho tem que continuar e a organização ponta quatro passos prioritário, entre os quais a ratificação das duas convenções da OIT sobre a Igualdade no Trabalho e a não descriminação, a partilha de boas práticas para eliminar as desigualdades e o desenvolvimento de capacidades institucionais para aplicar as leis.