24.5.11

Prostitutas baixam preços a pedido de clientes em crise

in Destak

As prostitutas de rua estão a fazer descontos a pedido de alguns clientes que se queixam da crise. As Irmãs Oblatas garantem que “tudo é negociável, menos o uso de preservativo”.

Nas ruas, as mulheres notam que o número de clientes tem diminuído. Além da redução da procura, elas queixam-se que, de vez em quando, aparecem novas prostitutas nas suas zonas.

“A prostituição funciona como a lei da oferta e da procura: quando há mais oferta, o preço baixa. E, no atual quadro de crise, é muito natural que estas situações aconteçam”, explica Inês Fontinha, presidente da associação O Ninho, que trabalha há quatro décadas com mulheres que ganham a vida nas ruas da capital.

Resultado: “em caso de desespero, algumas baixam o preço. A única coisa que não é negociável é o uso de preservativo”, garante a técnica das Irmãs Oblatas, uma obra social que tem equipas de rua que atuam em zonas como o Instituto Superior Técnico, a Rua Rodrigo da Fonseca ou a Praça da Figueira.

Helena Fidalgo lembra que no negócio da prostituição não existe “um preço mínimo nem um teto máximo” e por isso “os preços são muito flutuantes”.

Nos sítios onde a prostituição é feita maioritariamente por transexuais a crise também já se sente. Cristina Piçarra, da equipa de rua da associação Panteras Rosas, diz que quem vende o corpo na zona do Conde Redondo se queixa exatamente do mesmo.

Apesar da crise, a presidente da Associação O Ninho não tem dúvidas: "a prostituição move milhões. Faz circular mais dinheiro que o tráfico de droga e rivaliza com o tráfico de armas”. E talvez seja por isso, arrisca Inês Fontinha, quem anda nesse mundo seja "sempre esquecido", "sempre ignorado".