25.5.11

OCDE prevê recessão de 2,1% e desemprego nos 11,7%

in Diário de Notícias

A economia portuguesa deverá contrair-se 2,1 por cento este ano e 1,5 por cento no próximo, estima a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que está mais otimista que Bruxelas também quanto à taxa de desemprego.

A organização, que divulgou hoje as suas mais recentes previsões macroeconómicas para os países membros, apresenta previsões menos pessimistas que as recentemente divulgadas pela Comissão Europeia, que apontavam para uma queda do PIB na ordem dos 2,2 por cento em 2011 e 1,8 por cento em 2012.

Também nas expetativas para o crescimento da taxa de desemprego a OCDE apresenta uma visão menos pessimista, apontando para uma taxa na ordem dos 11,7 por cento este ano e 12,7 por cento no próximo, quando a Comissão Europeia espera que a taxa atinja uns históricos 13 por cento já este ano.

A OCDE assume ainda que os objetivos do défice estipulados pela 'troika' no acordo entre Portugal e Bruxelas e o Fundo Monetário Internacional (FMI) serão atingidos (défice orçamental de 5,9 por cento este ano e 4,5 por cento no próximo).

A instituição espera ainda que a inflação acelere para 3,3 por cento ainda este ano, estabilizando no próximo nos 1,3 por cento à medida que a procura interna diminui e que os efeitos do aumento do preço do petróleo e dos impostos indiretos se dissipem.

"A redução do défice está a ser prosseguida e irá continuar no contexto do programa de apoio financeiro acordado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Apear dos custos no curto prazo, a implementação estrita das medidas de consolidação é essencial para reequilibrar a economia", diz a organização.

A OCDE lembra ainda que o consumo privado em 2010 foi impulsionado pela compra de bens duradouros, num comportamento de antecipação de compras devido ao anúncio de aumento dos impostos indiretos.

A organização sublinha o crescimento das exportações portuguesas em 2010 mas relembra que o consumo privado e a compra de material militar (submarinos) levaram a que o défice externo se reduzisse apenas de forma ligeira.